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Brasil tem mais de 15,5 milhões de pessoas LGBTQ, revela Datafolha

Pesquisa mostra que os números de pessoas LGBTQIAPN+ são maiores nas regiões metropolitanas, entre os mais jovens e com maior nível de escolaridade

Por Joana Oliveira
24 set 2022, 12h14
Bandeirão sobre o público na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
Bandeirão sobre o público na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (ssociação da Parada GLBT de São Paulo/Museu da Diversidade Sexual/Divulgação)
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Mais de 15,5 milhões de pessoas se identificam como LGBTQIAPN+ no Brasil, o que corresponde a 9,3% da população adulta (16 anos ou mais), de acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em parceria com a ONG All Out e as Havaianas e divulgada esta semana. O número é cinco  vezes maior do que o levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em maio, segundo o qual 1,9% da população brasileira se autodeclara homossexual ou bissexual.

Realizada entre maio e junho de 2022, com uma de 3.674 pessoas a partir de 16 anos de todas as classes econômicas,  a Pesquisa do Orgulho mostra que os números de pessoas LGBTQIAPN+ são maiores nas regiões metropolitanas (11%), entre os mais jovens (18% na faixa etária de 16 a 24 anos e 13% entre 25 e 34 anos) e entre as pessoas com maior nível de escolaridade (11% curso superior). Além disso, a maioria dos que se identificam como pertencentes a essa comunidade é solteira (59%) e sem filhos (70%). 

“É até emocionante ler os resultados da Pesquisa do Orgulho e finalmente ter algumas respostas que buscamos há tanto tempo, como, por exemplo, quantas pessoas LGBTQIAPN+ nós somos no Brasil. Agora que temos mais informações, temos mais ferramentas para seguir na luta por igualdade completa de direitos, o que os próprios resultados mostram, ainda é um desafio muito grande”, comenta Ana Andrade, Gerente Sênior de Campanhas para a América Latina com a All Out. 

Entre os entrevistados, apenas 37% concordam que têm o respeito da sociedade, enquanto 57% indicaram sofrer algum tipo de discriminação, preconceito e violência em decorrência de sua identidade de gênero ou orientação sexual. Entre as pessoas que não se identificam como LGBTQIAP+, uma a cada quatro não concorda que essa comunidade deve ter os mesmos direitos que os demais cidadãos. 85% disseram respeitar essa parcela da população, mas apenas 53% consideram aceitáveis demonstrações públicas de afeto entre pessoas homoafetivas.

O preconceito também impera no mercado de trabalho, onde 70% das pessoas LGBTQIAP+ sentem que não são avaliados apenas pelas suas qualificações profissionais e 62% não falam com frequência sobre sua identidade de gênero ou orientação sexual nesse ambiente. 

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