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Saiba como identificar a ansiedade na infância

10% das crianças e adolescentes apresentam os sintomas característicos do transtorno

Por Anna Laura Moura Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 set 2018, 12h06 - Publicado em 20 jul 2018, 09h06
 (Thinkstock/Reprodução)
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Vivemos em uma era em que as doenças mentais estão sendo cada vez mais conhecidas e discutidas. Uma delas, uma das mais comentadas, é a ansiedade. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 9,3% da população apresenta os sintomas da doença.

Um dos grupos afetados por esse mal são as crianças. Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP revela que 10% dos pequenos são ansiosos em diversos níveis. Além disso, crianças possuem medos irracionais e se encontram em fase de constante amadurecimento, por isso são bastante suscetíveis a serem prejudicadas. Se seu filho(a) mostra-se exageradamente preocupado o tempo todo, sofre com dores de estômago, fadiga e chora intensamente sempre que você precisa sair de casa ou se distanciar dele(a), fique atenta: há algo errado!

CLAUDIA conversou com Celso Lopes de Souza, psiquiatra e fundador do Programa Semente – organização que oferece materiais didáticos voltados para estudos de habilidades socioemocionais, no ensino fundamental e médio. O médico deu dicas e explicações sobre como auxiliar seu filho(a) a passar por essa fase e, principalmente, como identificar a ansiedade na criança. Confira:

Transtorno de ansiedade x ansiedade: tem diferença?

“A ansiedade causada por um nervosismo momentâneo é normal. Consiste em uma série de reações que prepara nosso organismo para situações inesperadas. É ótimo pois ativa diversos hormônios na criança”, explica. Frio na barriga antes da prova, por exemplo, é completamente natural. O problema é quando esse tipo de ansiedade comum é acompanhada de sintomas mais sérios. “É preciso atentar-se quando os medos são completamente desproporcionais”, diz. Quando esses medos causam problemas com as notas e também nos relacionamentos da criança, é perigoso.

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Quais sintomas a criança apresenta quando desenvolve transtornos?

O medo de se separar dos pais é o mais comum entre crianças de 6 a 8 anos, de acordo com o psiquiatra. “Medo de acontecer algo com os pais e com si mesmo”, explica. Isso faz com que o filho não consiga ficar longe dos pais por muito tempo, e quando precisa, tem crises de choro e taquicardia.

O mais comum é o próprio transtorno de ansiedade generalizada, que consiste em medos irracionais e preocupações exageradas. A criança simplesmente não consegue ficar calma e relaxada, se encontrando em constante estado de alerta. Sintomas físicos como dores de estômago também são recorrentes. Transtorno de estresse pós-traumático e fobia social – medo da exposição ao público – também são condições que ocorrem.

Meu filho(a) tem transtorno de ansiedade. O que devo fazer?

De acordo com Celso, há muitas formas de tratar a ansiedade. O primeiro passo é seu filho(a) entender que não é errado ter alguns problemas. Em seguida, o melhor a se fazer é procurar um tratamento. “Um especialista pode ajudar, como um psicólogo ou um psiquiatra infantil”, explica.

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Qual a diferença entre uma criança ansiosa e um adulto ansioso?

As crianças tem mais dificuldades de entender que alguns medos são irreais, pois elas acreditam fielmente em suas preocupações. Os adultos entendem que certo medo não faz sentido e aceitam com mais facilidade que algo não vai bem. Crianças vivem em um mundo de fantasias, então tendem a acreditar mais naquilo que temem. “Pais ansiosos propiciam filhos ansiosos”, aponta Celso. Para que os pais possam ajudar seus filhos, é preciso que estes estejam em boas condições mentais. “O importante é não colocar o foco na criança como um problema, pois a problemática é o transtorno em si”.

Tais transtornos podem ser prevenidos quando os pais abrem um canal de diálogo com os filhos, fazendo-os conversarem e exporem seus medos. Além disso, nas escolas já existem programas estruturados com foco em materiais didáticos sobre habilidades socioemocionais. Esses métodos ajudam tanto a prevenir quanto lidar com essas questões.

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