Entenda os 7 principais tipos de manchas da pele e saiba como tratá-los
Seja um incômodo estético ou um problema de saúde, qualquer mancha na pele deve ser avaliada por um médico dermatologista.
Nem toda mancha de pele deve ser motivo de preocupação com a saúde, mas é difícil notar uma marca nova, mais escura ou mais clara, e não querer desvendar do que se trata – até porque só um médico dermatologista é capaz de dar o veredito sobre ela ser benigna ou maligna. E, dependendo do local onde ela se instala, também entra em jogo a questão da autoestima.
“Algumas manchas não são nocivas e/ou não indicam a presença de nenhuma doença, mas incomodam em termos de aparência”, diz a médica Lilian Delorenze, especialista em dermatologia pela SBD e fellow em dermatologia geral e cosmiatria pelo John Hopkins Hospital (Baltimore-EUA). “De maneira geral, porém, a atenção deve ser redobrada em manchas que persistem, aumenta de tamanho, escurecem ou mudam de cor”, alerta.
Você não precisa esperar uma mancha se tornar um mutante no seu corpo para ir a um/a dermatologista. Se ela aparecer entre as consultas anuais, vale antecipar a visita ao especialista.
A médica dermatologista Alessandra Drummond, membro efetivo da SBD que atua na clínica DrummonDermato, explica: “É importante para descartar câncer de pele, mas existem outras razões. O surgimento abrupto de melasma também pode estar relacionado a fatores hormonais e a ajuda médica é imprescindível.”
Em resumo: é preciso entender a causa da mancha para poder tratá-la (a causa) e, assim, recuperar a pele tanto em termos de aparência quanto de saúde.
Conheça agora os principais tipos de manchas na pele, suas causas e seus tratamentos, conforme indicado por Lilian e Alessandra.
Manchas de sol
São uma defesa natural da pele à exposição cumulativa aos raios ultravioletas do sol. Há um aumento do número e da atividade dos melanócitos, que produzem melanina, e surgem as manchas. Normalmente são acastanhadas e aparecem nas áreas do corpo que ficam mais expostas (rosto, colo, braços e mãos) sem a a proteção de um filtro solar.
Como prevenir e/ou tratar – A melhor prevenção é com o uso de filtro solar de FPS mínimo de 30 para peles mais morenas e de 50 para peles mais claras e com proteção contra os raios UVA, indicada no rótulo pelo símbolo “+”. Também é prudente não se expor ao sol nos horários em que os raios atingem a pele mais diretamente, entre 10h e 16h.
O tratamento em casa pode ser feito com cremes clareadores à base de ativos como o ácido retinoico ou glicólico e a vitamina C. No consultório do dermatologista, os tratamentos mais indicados são luz intensa pulsada, peelings, cauterizações ou crioterapia. Todos eles atuam na renovação celular para restabelecer a coloração uniforme da pele.
Melasmas
São hiperpigmentações da pele causada por uma alta liberação de melanina. As manchas podem ter tons que vão do castanho claro ao marrom escuro e aparecem com mais frequência no rosto. A exposição ao sol ajuda a desencadear seu surgimento, assim como a predisposição genética e o uso prolongado de anticoncepcionais hormonais.
Como prevenir e/ou tratar – Mais uma vez, o uso do protetor solar é indispensável para evitar as manchas. O tratamento é semelhante ao das manchas solares, com cremes em casa e procedimentos no consultório dermatológico. Os resultados variam muito de pessoa para pessoa, principalmente por causa do fator hormonal que pode envolver a presença das manchas.
Manchas vermelhas
Podem sinalizar desde alergias até doenças de pele, como rosácea e dermatite. No caso da rosácea, a causa é desconhecida, mas o mais comum é que as manchas se manifestem no fim do dia, ao sair do banho, depois de consumir bebida alcoólica ou comer algo apimentado. O sol e o calor também podem piorar sua aparência, por provocar a vasodilatação local. Já a dermatite pode ser consequência de uma alergia (alimentar, a uma bijuteria ou a cremes e perfumes, por exemplo).
Como prevenir e/ou tratar – Não é possível prevenir; tratar, sim. Se o/a dermatologista diagnosticar rosácea, o tratamento mais comum é com produtos tópicos à base de metronidazol, ácido azelaico, peróxido de benzoíla e retinoides, e procedimentos como a luz intensa pulsada podem ajudar. Para a dermatite pode ser necessário acrescentar medicações orais ao tratamento. O objetivo é sempre diminuir o quadro de inflamação.
Fitofotodermatites
Quase todo mundo já cometeu esse deslize contra a pele ou conhece alguém que o tenha feito. A fitofotodermatite é a mancha causada pela exposição da pele com algum elemento cítrico ao sol. Ou seja: espirrou limão na mão, por exemplo, e pegou sol? O surgimento de uma marca desse tipo é praticamente certo.
Como prevenir e/ou tratar – A melhor forma de prevenir é evitar manusear frutas cítricas em situações em que a exposição ao sol seja muito fácil. Lavar as mãos com bastante sabão e água corrente depois de mexer com frutas cítricas e antes de se expor ao sol também pode evitar que uma fitofotodermatose apareça. O tratamento é feito com cremes ou pomadas clareadores de acordo com a recomendação do/a dermatologista.
Manchas de câncer de pele
Manchas e/ou pintas muito escuras, com coloração diferente do habitual, que crescem ou mudam de formato ao longo do tempo merecem MUITA atenção, pois podem indicar câncer de pele. Elas normalmente são assimétricas e têm as bordas irregulares ou indefinidas. O câncer de pele é causado pelos raios ultravioletas do sol e caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células da pele, especialmente em áreas expostas aos raios solares sem a proteção de um filtro solar.
Como prevenir e/ou tratar – A prevenção é básica e simples: com o uso de protetor solar diariamente. O indicado é que ele seja aplicado pela manhã e reaplicado no começo da tarde – mesmo que o tempo esteja nublado ou chuvoso, pois os raios. Em casos de exposição direta ao sol, a reaplicação deve ser a cada 3 horas. O tratamento depende do tipo de câncer de pele e do estágio da doença, em um trabalho multidisciplinar envolvendo dermatologista, oncologista e outros especialistas que possam ser necessários de acordo com cada caso.
Manchas de diabetes
Elas são escuras (avermelhadas ou marrons), aveludadas e aparecem principalmente atrás do pescoço, nas axilas, nas dobras da região interna dos braços e na parte da frente das pernas. São causadas pela quantidade de insulina no organismo.
Como prevenir e/ou tratar – Previne-se com o controle glicêmico e o tratamento adequado do diabetes; com o diabetes controlado, as manchas tendem a desaparecer. É recomendado que se evite a exposição ao sol, pois ele pode piorar as manchas e causar coceiras.
Manchas brancas
Causadas por infecções por fungos, elas se alastram pela pele se não forem tratadas. O sistema imunológico enfraquecido propicia um ambiente bem gostoso para a proliferação destes fungos. Também podem ser um quadro de sardas brancas causadas pela exposição contínua ao sol sem a proteção de um filtro solar.
Como prevenir e/ou tratar – Se forem sardas brancas, a prevenção é com o uso de filtro solar e o tratamento, com procedimentos com lasers. Os fungos são mais difíceis de prevenir, pois eles já estão na pele o tempo todo, e só se aproveitam de condições ideais para se alastrarem. O tratamento é com cremes antifúngicos receitados pelo/a dermatologista.