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Mamografia precoce pode reduzir mortalidade de mulheres negras

Estudo realizados nos EUA revelou que comparada às mulheres brancas, o grupo está mais suscetível a ter câncer de mama precoce e de difícil trateamento

Por Da Redação
21 out 2021, 12h55

Um estudo, publicado na última segunda-feira (18) no Annals of Internal Medicine, mostrou que, nos Estados Unidos, se as mulheres negras fizessem mamografias de dois em dois anos a partir dos 40 anos de idade, a desigualdade racial no índice de sobrevivência ao câncer de mama poderia ser reduzida em mais da metade

De acordo com os apontamentos dos autores da pesquisa, se comparadas com as mulheres estadunidenses brancas, as negras estão mais suscetíveis a terem o câncer de mama quando são mais jovens. Elas também recebem com mais frequência o diagnóstico de tumores de difícil tratamento ou que já estão em estágio avançado e têm maior probabilidade de morrer em decorrência do neoplasma mamário.

Atualmente, assim como o Ministério da Saúde no Brasil, a Força-Tarefa Americana de Serviços Preventivos (USPSTF, na sigla em inglês) pede e recomenda que todas as mulheres façam mamografia regularmente a cada dois anos a partir dos 50.

Para as mulheres que estão na faixa dos 40, o indicado é que consultem seu médico quanto à necessidade de iniciar as mamografias regulares antes disso, o que geralmente acontece quando há histórico familiar ou predisposição genética. 

Utilizando um modelo computadorizado, os pesquisadores compararam desde os benefícios da realização dos exames regulares até os potenciais efeitos prejudiciais, como resultados falsos negativos que podem levar à realização de exames adicionais desnecessários. Para isso, foram tidas como material de estudo mulheres nascidas nos Estados Unidos em 1980.

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Para avaliar as estratégias de realização regular de mamografias, dados sobre densidade mamária, subtipos moleculares de cânceres de mama, idade e estágio em que o tratamento é iniciado, além da mortalidade não devida a câncer de mama, foram empregados no modelo.

Segundo os autores, o racismo é parcialmente responsável pelas disparidades apresentadas. No entanto, para substituir esse fator, não tendo apenas ele como base, o modelo levou em conta outros aspectos, tal como acesso a medicamentos e redução de dose dos mesmos, demora em iniciar tratamento e também sua suspensão. 

Como resultado, o modelo estima que, se as mulheres negras realizassem efetivamente as mamografias bienais a partir dos 40, a disparidade da mortalidade por câncer de mama existente entre o grupo e as mulheres brancas diminuiria em 57%. E, ainda que haja o risco adicional de falsos positivos de mamografias precoces, há o benefício da detecção precoce do câncer de mama nesse grupo.

Em números, isso se resume da seguinte forma:

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  • A cada mil mulheres brancas, ocorreriam 14,3 mortes por câncer de mama se a mamografia começasse a ser realizada a partir dos 50;
  • A cada mil mulheres negras, ocorreriam 17,6 mortes por câncer de mama se a mamografia começasse a ser realizada a partir dos 50;
  • A cada mil mulheres negras, ocorreriam 15,7 mortes por câncer de mama se a mamografia começasse a ser realizada a partir dos 40;

Ainda que, de acordo com Carol Mangione, a vice-diretora da USPSTF, não houveram dados suficientes para que fossem feitas recomendações específicas para diferentes grupos raciais e étnicos, o estudo é um encorajamento para as mulheres negras conversarem “com seu médico sobre quando é o momento mais indicado para iniciarem os exames regulares.” 

De acordo com o apontado por outros especialistas, a postura preventiva deve ser adotada, visto que o racismo na medicina não pode ser ignorado, tanto por seus fatores sociais como pelas diferenças de linhagem genética.

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