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5 maneiras de identificar e evitar um sequestro emocional

O chamado sequestro emocional é cada vez mais comum e é essencial aprender a identificá-lo

Por Naiara Taborda
1 set 2022, 09h54
A psicóloga Juliane Verdi Haddad dá dicas para sair da crise de ansiedade de forma saudável.
Sequestro emocional é um sintoma da ansiedade.  (Malte Mueller (Getty)/Reprodução)
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A crise econômica e política somada à pandemia do Covid-19 resultou em 18,6 milhões de casos de ansiedade no Brasil, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Ainda de acordo com a organização, somos o país com mais casos do planeta. Um sintoma recorrente é o chamado sequestro emocional, um momento no qual a pessoa é tomada pela emoção e ocorre uma reação exagerada para o acontecimento, muitas vezes ficando sem memória do que ocorreu. 

Existem diversos sintomas sentidos durante um episódio de sequestro emocional, conforme explica a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP. “Perda do controle, domínio da emoção sobre a razão, raiva, sintomas físicos como sudorese, batimentos cardíacos acelerados, perda da lucidez, agressividade e imprudência diante de uma determinada situação, são os sintomas mais sentidos durante o sequestro emocional”, explica.

O sequestro emocional não possui data e hora para ocorrer, porém costuma acontecer em momentos de emoções extremas. O resultado costuma ser arrependimento após as crises de ansiedade. “Em muitas situações o sequestro emocional pode resultar em comportamentos inapropriados, dos quais os indivíduos podem vir a se arrependerem posteriormente. Exemplos de situações que envolvem acessos de fúria que podem resultar em agressão ou assassinato, onde a pessoa age com base em um impulso intenso de raiva, sem refletir ou pensar nas consequências de seus atos no momento da ação. No entanto, o sequestro emocional não está associado apenas a situações de forte carga emocional negativa, como a raiva, mas também a situações positivas, como num acesso incontrolado de riso após se ouvir uma piada engraçada”, relata Vanessa.

Como identificar e evitar um sequestro emocional

1. Tente se acalmar: em momentos de estresse, pode ser difícil identificar um momento de crise. Porém, quando identificado, existem algumas maneiras de evitar o sequestro emocional. “Quando você perceber que está quase perdendo o controle, se afaste da situação por alguns instantes, mesmo que apenas em pensamento. Respirar fundo, lembrar de alguma situação que te traga lembranças agradáveis ou ouvir uma música são excelentes estratégias para se acalmar. Outro fator é identificar a situação, pessoas ou fatos que o perturbam e o levam a agir de forma irracional”, aconselha.

2. Se previna: é possível evitar que futuramente ocorram outros episódios, com o objetivo de evitar problemas em virtude do sequestro emocional. “Quando a pessoa conseguir identificar o que a leva a agir de forma irracional, em seguida, é importante prestar atenção às alterações na sua mente e no seu corpo, já que o corpo é o Teatro das Emoções. Ainda consciente, nomeie a emoção que está sentindo, por exemplo: ‘Estou indignado’, ‘Estou ansioso’ ou ‘Estou com raiva’. O simples fato de falar sobre o que está sentindo desloca a atividade da mente emocional para a mente racional e, assim, você diminuirá sua intensidade. Isso lhe permite ter autocontrole sobre o que está sentindo”, entende a psicóloga. 

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3. Respire: manter a calma é essencial, os sequestros emocionais acontecem em momentos de muita euforia. Por isso, é importante, quando isso ocorrer, buscar a tranquilidade. “Respire  profundamente, isso impedirá que a sua mente emocional assuma o controle. Conte até 6. No senso comum é muito comum ouvirmos ‘Conte até 10 para não explodir’. Entretanto, a neurociência moderna ensina que contar até 6 (equivalente a 6 segundos) já é o suficiente para retomar o autocontrole. Esperar por apenas alguns segundos antes de agir faz com que as substâncias químicas do cérebro que causam o sequestro emocional se dissipem”, diz.

4. Controle as emoções: outro fator essencial é evitar que as emoções extremas ocorram e caso ocorram, busque controlá-las. “Quando as emoções negativas e fortes são deflagradas, o primeiro impulso é o de fazer alguma coisa, agindo de forma mecânica. Normalmente, retomando as velhas formas de ação arraigadas em nós”, alerta a especialista.

5. Pense duas vezes: é em momentos de estresse que temos o costume de agir por impulso, podendo ter consequências indesejadas. “Então, questione-se antes de agir. Os questionamentos são a maneira mais sábia de se obter respostas. Pergunte a si mesmo algo suficientemente inteligente do tipo: ‘O que posso fazer para voltar ao controle da situação?’, ‘O que seria uma resposta inteligente nesse contexto?” ou ‘O que  uma pessoa sensata e inteligente faria nesse caso?’. Depois disso, aja”, conclui. 

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