Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Doenças psicossomáticas: entenda o que são e como interferem no corpo

Psiquiatra explica condição e fala sobre possíveis sintomas, causas e tratamentos

Por Ana Luisa Cardoso
27 abr 2022, 08h36
doenças psicossomáticas
Será que a saudade pode indicar uma insatisfação com o presente? (Malte Mueller/Getty Images)
Continua após publicidade

Dores reais, muito reais, causadas por fatores emocionais. As doenças psicossomáticas são uma realidade e podem alavancar inúmeros sintomas em nosso corpo que não apontam para explicações orgânicas. 

“A pessoas se queixam de falta de ar, palpitações, cefaleia, náusea, vômito, reações de urticária, diarreia, constipação, alteração no ciclo menstrual, e até situações mais complexas”, conta Cláudio Martins, psiquiatra e vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

O diagnóstico geralmente ocorre por exclusão, após o paciente buscar ajuda em outras especialidades médicas, e não encontrar uma causa. 

Elas entram num circuito de busca de tratamentos que não são psiquiátricos, e ficam nessa romaria de sofrimento”, disse o médico, que ressalta, porém, que mesmo acompanhado por um psiquiatra, o paciente precisará passar por uma avaliação. “O diagnóstico na psiquiatria não é transversal, mas longitudinal, tem que ver a linha evolutiva da pessoa. Não é porque tem diarreia, que está com diagnóstico”, ressalta.

Continua após a publicidade

Mas o que causa essa doença? A explicação pode estar no seu entorno, na rotina, em traumas passados. “Eu costumo falar que o nosso psiquê funciona como uma panela de pressão. Para fazer um feijão, você vai ter que ferver bastante no fogo, e chegar ao ponto ‘x’ em que a válvula da panela alivia a pressão ou explode. Somos parecidos, e vamos colocando vários temperos da vida que aumentam a nossa pressão interna”, disse o psiquiatra. 

Ele conta que percebeu um aumento no número de pacientes com doenças psicossomáticas devido à pandemia de Covid-19 e suas consequências, como a perda de familiares e o próprio medo da doença. “Isso aumentou a pressão interna”, explica. “As pessoas não identificam o que gerou [os sintomas], mas são uma série de fatores ambientais, na família, tensões de trabalho”. 

Como outras doenças da mente, as somáticas também sofrem preconceitos, não só de familiares e pessoas que vivem próximas aos pacientes, mas até da comunidade médica. 

Continua após a publicidade

“Parece que é feio padecer de transtorno mental, somático, inclusive”, disse. Ele sugere que a família e amigos acolham o paciente, e tenham empatia por sua condição. Evitem críticas, e busquem ressaltar suas qualidades. 

“As famílias vão se cansando porque há uma queixa contínua, limitação das atividades na casa, tudo isso vai impactando nas relações dinâmicas”, disse. 

“Não tem tratamento específico, é preciso ver o que domina mais, seja a ansiedade, depressão, falta de energia, irritabilidade, para buscar psicofármacos que possam atuar nessa área, eles auxiliam muito”, disse. O médico ainda sugere psicoterapia e suporte familiar. “É importante o enfrentamento, a busca de auxílio o quanto antes”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.