‘Depressão pós-Carnaval’: como superar a tristeza do fim de feriado
O encerramento dos bloquinhos e festas gera impactos físicos e emocionais no corpo, diminuindo a produção de hormônios relacionados à felicidade
Depois que toda a alegria e empolgação dos bloquinhos termina, bate aquela famosa ‘depressão pós-Carnaval’. E não é para menos: com o fim do feriado, voltamos a trabalhar, não há mais festas nas ruas e o clima geral é de desânimo. Pesado, né? Mas calma, que há formas de contornar essa melancolia. A seguir, a psicóloga Monica Machado dá dicas para driblar a tristeza provocada pelo encerramento da folia. Confira:
Por que sentimos a ‘depressão pós-Carnaval’?
Carnaval é aquela época gostosa onde os trabalhos e compromissos se tornam mais flexíveis, proporcionando a tão sonhada fuga da rotina. Mas é justamente neste aspecto positivo que mora o perigo: “A tristeza e o sentimento de vazio pós-feriado estão relacionados ao retorno da rotina. Imagine: por um breve período, podemos nos despir das próprias máscaras e viver de forma mais intensa. Mas, logo em seguida, estamos vivenciando o dia a dia habitual”, explica Monica.
Essa transição — extremamente rápida, por sinal — entre se encontrar na folia e, em poucos dias, estar acordando cedo para realizar os afazeres, é cruel para qualquer um: “Há um abismo entre o entusiasmo carnavalesco e a monotonia da rotina, gerando até mesmo um vazio existencial nesta época”, pontua a psicóloga.
O que fazer para escapar da tristeza?
Para a especialista, o melhor remédio é estar presente (de corpo e alma) na folia: “Viver o momento é a garantia de que não pensaremos no fim. É importante ressignificar o sentido do Carnaval para aceitarmos que este é um momento finito. Aproveite enquanto dá para aproveitar”, indica.
Agora, claro: mesmo aceitando, ainda assim podemos nos sentir melancólicos e desamparados. Tá tudo bem. Aliás, ao tentarmos ignorar ou reprimir essas emoções, a situação pode ficar ainda pior.
Todavia, Machado reitera: “É primordial aproveitar as festas com a consciência de que esses dias são apenas um intervalo entre o cotidiano. Criar expectativas excessivas e ir com muita sede ao pote pode dificultar esse aceitamento do fim”, alerta.
Questione a si mesmo
O autoconhecimento também não fica de fora quando o assunto é reduzir e elaborar a tristeza. Para a psicóloga, é bastante útil compreender o motivo de nos sentirmos frustrados com o final do feriado. “O que esses momentos significam para você? Do que você sente mais falta quando o carnaval acaba? Faça essas perguntas para si mesmo”, recomenda.
Pode parecer besteira, mas, para algumas pessoas, a ‘depressão pós-Carnaval’ é coisa séria: “Há casos em que este retorno à ‘vida real’ gera consequências físicas e emocionais. Caso você sinta uma queda de energia, cansaço, falta de apetite ou desânimo para fazer aquilo que gosta, busque ajuda psicológica. Não se esqueça que cuidar da mente é priorizar o bem-estar.”
Diminuindo os impactos do fim das festas
Monica Machado dá uma dica valiosíssima: durante o período das festas, tente manter um pouco de sua rotina, para que o corpo não se desacostume totalmente da vida cotidiana durante o período.
E por último, mas não menos importante: “Não se esqueça que o maior impacto sentido pelo organismo após as festas é a diminuição na produção de adrenalina e outros hormônios de alegria e satisfação. Ou seja, o fim do feriado é um excelente momento para mergulhar em atividades físicas como dança e musculação”, aconselha.
Caso não consiga encaixar esses hábitos durante o seu retorno à rotina, tente levar um pouco do espírito carnavalesco para o seu dia a dia: “Se permita ter momentos felizes, como socializar com os amigos aos finais de semana”, conclui.