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Como superar mitos sobre o câncer de mama e vencer a desinformação

Especialistas convidadas da Casa Clã MAMA 2024 falam da importância da informação certa no tratamento oncológico

Por Hysa Conrado
Atualizado em 30 out 2024, 13h44 - Publicado em 29 out 2024, 08h00
A oncologista Angélica Nogueira, a oncologista Ana Amélia Viana, a pesquisadora em saúde pública Silvia Ferrite e Karin Hueck, editora-chefe de CLAUDIA
A oncologista Angélica Nogueira, a oncologista Ana Amélia Viana, a pesquisadora em saúde pública Silvia Ferrite e Karin Hueck, editora-chefe de CLAUDIA  (Flavio Santana/@flaviosantanaphoto/Reprodução)
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A falsa crença de que o autoexame é a principal forma de detecção do câncer de mama afasta mulheres do diagnóstico e diminui as chances de recuperação em casos mais graves. Um tumor detectado em estágios iniciais tem até 95% de possibilidade de cura. Para isso, no entanto, é importante realizar exames clínicos e mamografias de maneira regular.

O desafio para superar mitos como esse foi tema de uma das conversas da Casa Clã MAMA 2024, evento de CLAUDIA e Veja Saúde que aconteceu no dia 4 de outubro.

Mediado por nossa editora-chefe Karin Hueck, o talk contou com a participação das oncologistas Ana Amélia Viana e Angélica Nogueira, e a doutora em saúde pública Silvia Ferrite, que também é paciente oncológica.

Prevenção do câncer de mama e acesso ao tratamento

A oncologista Angélica Nogueira, a oncologista Ana Amélia Viana, a pesquisadora em saúde pública Silvia Ferrite e Karin Hueck, editora-chefe de CLAUDIA
A oncologista Angélica Nogueira, a oncologista Ana Amélia Viana, a pesquisadora em saúde pública Silvia Ferrite e Karin Hueck, editora-chefe de CLAUDIA (Flavio Santana/@flaviosantanaphoto/Reprodução)

As especialistas consideram que o papo sobre prevenção é algo comum para a maioria de nós: já entendemos que precisamos nos cuidar. Agora, o ponto é mais sobre onde e como podemos fazer isso.

“Hoje a maioria das mulheres entende que precisa fazer algum rastreamento e que o câncer de mama existe. A questão é não só dar essa informação, mas dizer como ela vai conseguir fazer o exame”, afirma a oncologista Angélica Nogueira.

Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum que mulheres negras realizem o exame, mas não consigam acessar o serviço de saúde especializado para prosseguir com o atendimento. A oncologista Ana Amélia Viana explica que o cenário no Brasil não é muito diferente.

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Câncer impacta mulheres negras e brancas de forma diferente

“Dentro do SUS, a gente tem uma diferença de 10% de mortalidade entre mulheres negras e mulheres brancas. A informação tem várias camadas, é preciso sensibilizar e depois dizer como a paciente chega no sistema de saúde”, afirma.

A especialista ressalta a importância de os profissionais de saúde se reeducarem sobre questões de preconceito racial e social, para que isso não impacte de maneira negativa a experiência das mulheres em tratamento oncológico.

Dominar a informação para viver bem

Há 12 anos Silvia Ferrite percorre uma jornada com o câncer de mama. Após sete anos de tratamento, ela descobriu que a doença havia avançado para os ossos e viveu momentos de desespero ao imaginar que passaria o resto da vida fazendo quimioterapia por infusão.

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“Eu sou daquelas pacientes que têm muitos efeitos colaterais”, conta. “Quando fui à consulta, a médica disse que não ia ser assim, que eu iria tomar um comprimido e ter qualidade de vida. Foi um insight, porque eu não sabia que tinha tratamento novo, sofri sem necessidade. Foi ali que eu decidi que queria informação e busquei”, conta a pesquisadora.

Foco na qualidade de vida da paciente com câncer de mama

Hoje, enquanto paciente metastática, Silvia defende a importância de desenvolver autonomia e buscar conhecimento sobre a doença. “Paciente bem informado vive mais e vive melhor, fez diferença pra mim. A vida que a gente quer salvar é a vida com qualidade”, afirma.

É importante avisar a sociedade que o tratamento contra o câncer tem avançado a passos largos”, ressalta a oncologista Angélica Nogueira.

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