Casa Clã + Mama incentivou união de forças na prevenção do câncer de mama
O evento, em parceria com Veja Saúde, reuniu especialistas e mostrou que a informação é a principal forma para se prevenir
Se detectados em estágio inicial, mais de 90% dos casos de câncer de mama têm cura. Ainda assim, apenas 1/3 das brasileiras fazem a mamografia a partir da idade recomendada, de 40 anos. Da urgência de focarmos em ações preventivas eficazes surgiu a edição temática de Casa Clã + MAMA, um evento em parceria de CLAUDIA, VEJA Saúde e MAMA, iniciativa cofundada por Júlia Presotto e Lucie Alessi.
Em uma união de forças inédita, a atividade teve patrocínio de Astrazeneca e apoio de Oncoguia e Instituto Projeto Cura. Realizado no último dia 31/10, durante a campanha nacional do Outubro Rosa, o evento teve abertura da Dra. Karina Fontão, diretora médica da Astrazeneca Brasil, que enfatizou os avanços da medicina na área e a necessidade de conversas abertas sobre o tema.
Durante uma manhã, passaram pelo Casarão Higienópolis, em São Paulo, o médico oncologista e especialista em câncer de mama Dr. Gustavo Werutsky, a cirurgiã oncológica e mastologista Dra. Samira Machado, a médica oncologista especialista em disparidade racial no câncer Dra. Abna Vieira, a oncologista especialista em câncer de mama Dra. Débora Gagliato, a presidente do Instituto Projeto Cura Fernanda Schwyter, e a fundadora do Instituto Oncoguia Luciana Holtz. Confira alguns dos destaques.
“A ideia é ampliar o debate sobre o câncer de mama com o público jovem. Temos muitas iniciativas focadas em pacientes, mas queremos chegar antes, para criar a cultura de prevenção”, Julia Presotto, cofundadora do projeto MAMA.
“Queremos trazer aqui saúde, moda, arte, esporte e tecnologia para sensibilizar e nos unir para falar sobre o câncer de mama. A atuação da comunicação é muito importante”, Lucie Alessi, cofundadora do projeto MAMA.
Histórias Reais do câncer de mama
“Eu percebi que a minha vida estava vindo me dizer o que eu tinha feito, sobre uma determinada perspectiva. E estava me dizendo que eu ainda tenho muito para fazer. Não me casei, não tive filhos do meu próprio útero, mas eu acho que eu tenho muitos espalhados pelo mundo. Acho que as redes de afeto vão salvar o mundo. Essa história da vulnerabilidade é uma consciência de me colocar disponível e acessível para o outro. Não acredito que exista nada fora do coletivo. Senti a força da rede [de apoio] muito rápido”, Ana Cortat, vice-presidente executiva da Agência Soko, fundadora da Hybrid Collab e ativista em causas raciais, de gênero e LGBTQIAPN+.
“Essa caminhada toda fez com que eu conseguisse dar sentido mesmo para tudo. Com essa experiência, consegui dar sentido para perder o cabelo e falar: ‘Eu não sou meu corpo, a minha essência continua comigo’. Ao longo do tratamento, eu fiz duas amigas, pessoas que tinham uma visão parecida com a minha. Porque eu sinto que a doença chega e o jeito que a gente lida é também muito diverso. Para mim foi importante ter pessoas que estavam lidando com a doença do mesmo jeito que eu. Escrever [o livro Uma Oitava Acima] fez parte do meu processo de cura”, Bruna Lauer, palestrante e escritora.
“Em muitos momentos, o diagnóstico de câncer, apesar de você ter a melhor rede de apoio do mundo, é com você. E aí, naquele momentozinho, que você está sozinha, você precisa encontrar essas forças. Eu tive experiência de já conviver com o diagnóstico de câncer antes, foi essencial para mim [quando recebi o meu diagnóstico]. A história de vida de cada mulher que passou por mim teve uma participação dentro da minha história. Foi montado ali uma colcha de retalhos, formando um mosaico lindo”, Fabiana Makdissi, médica mastologista e líder do Centro de Referência da Mama do A.C.Camargo.
A voz das especialistas
“Mulheres negras com câncer de mama morrem mais e têm menos qualidade de atendimento, assistência e controle de sintomas. A representatividade impacta na expectativa de vida dessa população”, Dra. Abna Vieira, médica oncologista especialista em disparidade racial no câncer.
“Participar de uma pesquisa muitas vezes é a chance de ter acesso a tratamentos que não seriam acessíveis”, Fernanda Schwyter, presidente do Instituto Projeto Cura.
“Como é que a gente pensa numa política pública e em tomar decisões sendo que nem o número real de casos de câncer a gente sabe?”, Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia.
“No Brasil, a pesquisa salva vidas e é uma forma de inclusão social. Hoje, a gente pode dizer que tratou tão bem as pacientes que as taxas de mortalidade de câncer de mama específicas são as menores já reportadas”, Debora Gagliato, médica oncologista.