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Bombas de insulina poderão ser conectadas a smartphones

A inovação trará mais conforto e comodidade, além de proporcionar um tratamento mais eficaz para os portadores de diabetes do tipo 1 e 2

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 dez 2019, 15h17 - Publicado em 17 jan 2018, 22h03

Uma nova descoberta que alia tecnologia com o tratamento já conhecido para diabetes é capaz de proporcionar mais conforto para os pacientes: as bombas de insulina que podem ser conectadas em aparelhos eletrônicos como os smartphones.

Hoje, os equipamentos, que duram em média de três a quatro anos, já estão à venda e podem ser conectados via bluetooth em controles de infusão.

Aquelas que serão plugadas nos telefones móveis já estão sendo desenvolvidas e estão previstas para serem lançadas até 2019.

Modelos mais modernos também terão a infusão de glucagon, hormônio fundamental no tratamento de pacientes que apresentam hipoglicemia, ou seja, pouco açúcar no sangue, cujos principais sinais são confusão mental, palpitações, crises de ansiedade e tremores.  

O diabetes é uma doença que pode ser dividida em três tipos: o 1, o 2 e o gestacional. O primeiro aparece devido à incapacidade do pâncreas de produzir a insulina, um hormônio encarregado de transportar a glicose que está na corrente sanguínea para o interior das células, propiciando que essa substância seja usada como fonte de energia para a manutenção do organismo humano.

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O tratamento para a doença visa regularizar os níveis de açúcar no sangue através da insulinoterapia, dieta adequada e prática dos exercícios físicos. A insulinoterapia, nome científico dado para a terapia que consiste na aplicação do hormônio, é uma das medidas terapêuticas mais importantes, nesse caso. Na maioria das vezes, a aplicação é feita por meio de agulhas.

Apenas no Brasil, de acordo com dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2016, são cerca de 16 milhões de pessoas com a doença _8% da população.

Pedro Assed, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia da Sociedade Brasileira de Diabetes e mestre em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro esclarece algumas dúvidas sobre a doença.

 

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CLAUDIA: Como podemos descobrir que o paciente possui o diabetes do tipo 1? No que ele se difere do tipo 2?

Dr. Pedro Assed: O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune e normalmente aparece na infância, na adolescência e até em um adulto mais jovem. Pela determinação de anticorpos no sangue é possível saber se o paciente é portador de diabetes tipo 1. Já o do tipo 2 é  uma doença que normalmente aparece na faixa etária dos 40 ao 70 anos de idade em consequência de hábitos prejudiciais à saúde. O ganho de peso proporciona, portanto, a morte das células beta do pâncreas produtoras de insulina ao longo dos anos, provocando o aumento gradual de resistência da ação da insulina.

Como funciona o tratamento do diabetes tipo 1?

O tratamento do diabetes tipo 1 é feito basicamente com a aplicação de variações de insulinas que possuem diferentes tempos de ação. Por exemplo, a insulina ultra-lenta, insulina de ação rápida e insulina de ação ultra-rápida.

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As bombas poderão somente ser utilizadas no tratamento do diabetes do tipo 1?

As bombas de insulina servem de opção para o tratamento do paciente com diabetes tipo 1 ou em paciente com diabetes tipo 2 em fase avançada da doença, na qual o médico já optou por utilizar somente insulinas como tratamento. Ou seja, para os pacientes com diabetes do tipo 2, aquele que é desenvolvido na idade adulta e associado a hábitos ruins de vida, o uso das bombas só pode ser feito quando o paciente já faz uso exclusivo de insulinas como tratamento.

A partir de quando elas estarão disponíveis no mercado? Como funcionará o equipamento?

As bombas de insulina já estão disponíveis no mercado em todo o mundo, porém pouco acessíveis devido ao custo alto que apresentam (em média entre 10 mil a 30 mil reais, sem contar os insumos como agulhas, cânulas, adesivos e gaze para instalação). A grande novidade consiste na inclusão cada vez maior deste dispositivo às tecnologias mais modernas e suas respectivas interligações com os smartphones.

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Em breve as marcas Accu-Check e Medtronic irão lançar bombas de insulina e o chamado pâncreas biônico (que, além de insulina, também fará infusão de glucagon – um hormônio também produzido no pâncreas humano que reverte o efeito da hipoglicemia). Ambos estarão conectados aos smartphones e com isso poderemos transmitir resultados em tempo real para os médicos assistentes, programar infusões de insulina ou mesmo de glucagon,  calcular as glicemias médias, acompanhar evolução da glicose ao longo do dia em tempo real, identificar períodos de hipoglicemia e calcular a ingestão de carboidratos dos alimentos. Tudo isso na palma da mão conectado ao celular, podendo compartilhar essa informação se assim for necessário e desejado com quem quiser.  

De que forma a tecnologia pode ser uma aliada para proporcionar maior conforto e um melhor tratamento para os diabéticos?

Essa evolução no tratamento vai, com certeza, proporcionar mais conforto e comodidade ao tratamento do diabetes tipo 1, principalmente para os pacientes que deveriam fazer auto-monitorização da glicemia constantemente com picadas nas pontas dos dedos antes das refeições para avaliar a necessidade ou não de fazer a auto-aplicação de insulina.

Com as bombas de insulina, uma cânula de infusão já fica instalada na porção subcutânea da pele, eliminando essa necessidade de aferição constante.

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As novas bombas terão em breve a capacidade de também medir os níveis de glicose no sangue e infundir a quantidade programada de insulina, sem a necessidade de furar os dedos, e se auto-aplicar.

Tendo em vista que uma pequena cânula já estará fixa, será possível calcular a dose e digitá-la diretamente a partir do sensor de comando (que já existe nas bombas vendidas hoje e que fazem uso da tecnologia bluetooth).

A partir deste ano, elas poderão digitar a dose a partir do seu próprio celular. Todos esses avanços trarão mais conforto e precisão tanto na monitorização da glicose quanto na aplicação de doses da insulina, além de demandar menos desgaste físico e psíquico aos portadores de diabetes tipo 1.   

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