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Veja quais são as perguntas que as mulheres mais fazem ao ginecologista

Não, você não está sozinha no mundo com as suas dúvidas!

Por Gabriela Kimura
Atualizado em 11 abr 2024, 18h06 - Publicado em 27 out 2015, 15h56
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1. Toda mulher precisa tomar anticoncepcional? Como escolher o melhor método?

Claro que você não é obrigada a tomar algo que não queira, mas os métodos contraceptivos são mais eficientes do que a camisinha para evitar uma gravidez não planejada. Se você quiser, o ideal é conversar com o(a) médico(a) sobre todos os métodos – e aí sim ver qual é o melhor para você. “Antes de introduzir o uso de métodos contraceptivos hormonais, é necessário que o ginecologista investigue se há alguma contraindicação (como, por exemplo, antecedente pessoal de hipertensão arterial, doenças hepáticas em atividade, eventos tromboembólicos prévios, antecedente familiar de câncer de mama, dentre outros). Na ausência de fatores que contraindiquem esses métodos, o ginecologista deve expor à paciente as opções e a escolha será feita em conjunto, por ambos”, explica o ginecologista Georges Fassolas, diretor da Clínica Vivitá (SP).

2. A vacina de HPV é obrigatória? É verdade que ela pode levar ao surgimento de outras doenças neurológicas?

“A vacina contra o HPV não é obrigatória, porém é bastante benéfica quando indicada a mulheres que ainda não iniciaram sua vida sexual”, explica o Dr. Georges. A verdade é que a vacina ainda é muito recente na medicina, então, não se podem fazer afirmações sobre os possíveis efeitos causados a longo prazo. “Existem alguns relatos de eventos neurológicos possivelmente associados à vacina contra HPV, mas em nenhum desses casos conseguiu-se comprovar a relação de causalidade entre a vacina e as alterações neurológicas detectadas.”

3. Tenho muita cólica, dor de cabeça e dor nos seios durante a TPM. Isso é normal?

Pois é amiga, ainda não inventaram um jeito de se livrar (de vez!) dessa coisinha chamada tensão pré menstrual. A gente fica tensa mesmo, pode ter cólica antes e durante o período, dor de cabeça, os seios ficam inchados… Mas faz parte, infezlimente. “Deve-se realizar uma investigação médica detalhada quando a paciente não apresentar melhora dos sintomas após o uso de analgésicos e anti-inflamatórios e também quando aparecem com intensidade tamanha que chegam a comprometer as atividades cotidianas (estudo, trabalho etc)”. Fique atenta também se, além dos sinais mencionados, você tiver outros sintomas como alterações no hábito intestinal e dores durante o sexo – eles são característicos da endometriose.

>>> 16 coisas que passam pela sua cabeça quando você está de TPM

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4. Às vezes parece que eu sinto algo “escorrendo” na calcinha. O que é isso?

“A secreção vaginal normal (também chamada de ‘secreção vaginal fisiológica’) pode ser produzida em volume variável de acordo com a fase do ciclo em que a mulher se encontra. Normalmente ela é clara (transparente ou levemente amarelada), não apresenta odor e não causa outros sintomas (como ardência e coceira)”, explica o ginecologista. Viu, não precisa se desesperar!

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5. Sinto que tenho pouca lubrificação na hora do sexo. É falta de tesão?

Não necessariamente desejo sexual, mas talvez um pouco mais de “trabalho” ali na região. “A lubrificação vaginal no momento da relação sexual está muito associada à fase de excitação da mulher”, então, vamos dar mais atenção às preliminares, sim?

6. Não sei aonde minha libido foi parar. Socorro!

Calma, tudo tem solução! Se você toma anticoncepcionais, pode ser que eles tenham alguma participação nisso: de acordo com o ginecologista Georges Fassolas o uso crônico do medicamento pode causar a queda da libido em algumas mulheres. Por isso, investigue junto de seu médico/sua médica sobre essa possibilidade. Até a “pílula rosa” já foi criada para te dar uma mãozinha! Mas talvez seja hora de repensar se o problema não é quem está com você… Veja quais são as perguntas que as mulheres mais fazem ao ginecologista

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7. Sinto dor no sexo. É normal?

Em algumas posições específicas ou se não estiver bem lubrificada, isso pode acontecer sim, mas deve ser passageira. “Porém, via de regra, a dor durante a relação sexual deve ser um sinal de alerta: nesses casos, deve-se investigar a existência de patologias que possam ser a causa desse desconforto”, aconselha o médico.

8. Por que tenho infecção urinária e/ou candidíase tantas vezes? Estou fazendo algo errado?

A infecção do trato urinário (ITU), comumente chamada de infecção urinária, é muito mais comum em mulheres do que em homens. Isso tem um motivo anatômico: a saída da uretra é bem mais próxima da vagina e do ânus do que no corpo masculino. Há também mulheres que tenham maior predisposição a ter tanto a ITU quanto a candidíase, que pode ser causada por queda de imunidade, exposição solar intensa, a própria TPM… Mas tudo isso é normal e facilmente tratável. “Alguns hábitos com certeza contribuem para uma redução no número de episódios. São eles: esvaziar a bexiga após relações sexuais, urinar sempre que sentir vontade (não ficar ‘segurando’), sempre fazer a higiene após urinar ou evacuar, limpando-se ‘de frente para trás’, isto é, no sentido da vagina para o ânus (para evitar que se levem bactérias no sentido inverso).”

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9. Dá para engravidar tendo relações enquanto estiver menstruada?

Bom, considerando que o seu ciclo esteja regulado e, principalmente, se você estiver tomando anticoncepcional, não será possível engravidar. Nem por isso devemos deixar de lado as precauções, como camisinha, ok?

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10. Como funciona a camisinha feminina? Ela substitui a masculina?

Sim, ela substitui. E ela é até mais segura do que a masculina: protege os grandes lábios, região que pode ser afetada pelo HPV e herpes. “Ela é um tubo de poliuretano que possui uma extremidade fechada e outra aberta e que reveste a vagina durante o ato sexual. Para sua eficácia como método para prevenção de gravidez e DST’s, deve ser colocada na vagina antes do início do contato entre os órgãos sexuais. E é descartável, como a masculina.”

11. Acho que os meus grandes lábios são maiores do que o normal. O que posso fazer?

O tamanho um pouco maior pode ser bem incômodo e traz problemas para a autoestima e confiança da mulher. Claro que cada vagina é uma e a sua pode não parecer com aquela do filme que você viu, só que isso não significa que ela não seja normal! “Se você acredita que seus grandes lábios sejam maiores que o normal, você deve passar por avaliação ginecológica e, se necessário, seu médico indicará a realização de um procedimento cirúrgico chamado ‘ninfoplastia’, que é a cirurgia para redução dos grandes lábios.”

12. O que é ovário policístico? Quais são os sintomas?

“A síndrome dos ovários policísticos é um quadro caracterizado por alguns sinais e sintomas clínicos associados a um aspecto multifolicular dos ovários ao ultrassom. Ocorre um desequilíbrio hormonal com persistência de um estado hiperandrogênico – isso significa que a mulher tem mais pelos em regiões como mamilo, costas e parte interna da coxa. Os principais sinais e sintomas clínicos são obesidade central (gordura acumulada na região abdominal), hirsutismo (aumento de pelos distribuídos pelo corpo), irregularidade menstrual e dificuldade para engravidar”, explica o dr. Georges Fassolas.

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13. Quais exames preciso fazer e de quanto em quanto tempo? E qual a frequência das consultas?

Você sabe que quando chegar no consultório o(a) médico(a) vai fazer uma listona de exames que são necessários. É basicamente um checkup do corpo todo e, como o ginecologista é o médico mais visitado das mulheres, ele/ela acaba pedindo tudo de uma vez. De acordo com o ginecologista Georges Fassolas, a visita deve ser, no mínimo, uma vez por ano e é feito o exame físico geral nas mamas e órgãos pélvicos, além de solicitar os outros todos (como de sangue, ultrassom e urina).

14. Como faço o autoexame nos seios?

O melhor jeito de fazê-lo é durante o banho, no chuveiro, ou deitada: coloque a mão direita atrás da cabeça e deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda fazendo movimentos circulares por toda mama. Repita o movimento no lado direito.

15. É normal sentir como se fizesse xixi quando tusso, espirro ou dou risada? Tem tratamento?

Acontece quando a gente dá muita risada mesmo (ops), mas não deveria acontecer em outros momentos. Isso pode ser incontinência urinária, uma doença de perda urinária que tem tratamento. “Nesses casos, a mulher deve procurar seu ginecologista para avaliação e posterior terapêutica. O tratamento pode ser feito com exercícios para fortalecimento da musculatura perineal (com acompanhamento por fisioterapeuta) ou, quando necessário, através de cirurgia – que é a colocação de uma faixa, responsável por estabilizar a posição uretral, chamada Sling.”

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16. É verdade que a vagina pode ficar “frouxa”?

Normalmente o problema é relatado por mulheres que já tiveram filhos por parto normal. A sensação é a resposta de uma lesão no corpo perineal, que é o conjunto de músculos e ligamentos que ficam entre a vagina e o ânus. “A rotura perineal pode ocorrer em diferentes graus e, quando necessário, pode ser corrigida cirurgicamente.”

17. O que o(a) médico(a) está procurando quando faz o exame de toque?

Tudo bem que ficar de pernas abertas em uma maca com alguém entre elas pode não ser o momento mais propício para perguntas, porém, você deveria saber o que está rolando ali. O exame de toque vaginal é a forma do ginecologista avaliar se existem lesões nas paredes vaginais, a consistência do colo uterino, se existe dor quando ele/ela mexe na região e até mesmo um método de descobrir a presença de cistos ovarianos. “Além disso, o toque vaginal, quando realizado em gestantes, permite avaliar a consistência do colo e a presença ou não de dilatação do mesmo, características estas associadas ao trabalho de parto.”

18. Qual o período considerado correto para uma menstruação regular?

O normal é que ela ocorra entre 25 e 35 dias após os primeiros dias da menstruação anterior.

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19. Posso tomar a pílula do dia seguinte se uso anticoncepcional? Até quanto tempo ela faz efeito? Quantas vezes posso tomá-la?

Se você faz uso do anticoncepcional, provavelmente não precisa dela – de acordo com o Manual da FEBRASGO, a taxa de falha dos contraceptivos orais é de 0,5/100 mulheres-ano. Mas o médico faz um alerta: “Não existe um limite de uso da pílula do dia seguinte, mas é fundamental que as mulheres tenham ciência de que este não é um método que deve ser utilizado rotineiramente como anticoncepcional. Seu uso deve ser restrito a situações emergenciais!”

20. Namoro há muito tempo/sou casada/tenho um relacionamento estável. Preciso usar camisinha em todas as relações?

O fator mais importante de usar camisinha quando você transa com uma pessoa não é prevenir a gravidez e sim evitar as doenças e infecções sexualmente transmissíveis. Por isso a proteção é imprescindível!

21. Tive um sangramento após o sexo. Posso ter me machucado?

“Sangramento após a relação sexual (também chamado sinusorragia) pode, sim, ser consequência de alguma lesão vaginal ou vulvar provocada durante a penetração do pênis na vagina. Entretanto, mulheres que apresentem sangramento após as relações sexuais de forma rotineira e frequente devem procurar seu ginecologista para avaliação e investigação de outras possíveis causas.”

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22. O que são os sangramentos que ocorrem quando estou no meio da cartela da pílula?

Os chamados sangramentos de escape ou spotting acontecem, na maior parte das vezes, devido a atrofia causada no endométrio pelo uso do contraceptivo. Os vasos sanguíneos superficiais ficam expostos e levam ao sangramento pequeno e escurecido, normalmente, de acordo com o ginecologista. “O spotting não significa falha da ação contraceptiva da pílula e, portanto, o uso da mesma não deve ser interrompido.”

23. Quero fazer sexo anal com meu parceiro/parceira. Quais cuidados tomar?

“O principal cuidado que um casal deve tomar ao manter relação sexual por via anal é a troca de camisinha, quando houver penetração vaginal. Isso tem por objetivo evitar o transporte de bactérias da região anal para a vagina. Casais que não utilizam preservativo – o que não é recomendado pelos médicos – não devem praticar sexo vaginal após o sexo anal.” E as outras dicas você pode ver nesse guia para a primeira vez :).

24. Após quanto tempo de atraso da menstruação preciso me preocupar com uma possível gravidez? Ou isso pode ser outro problema?

Se a sua menstruação é regular, o atraso de sete dias já conta como possibilidade de estar grávida. Você pode fazer o teste (de farmácia ou, preferencialmente, o de sangue) para tirar a dúvida: se o atraso persistir e o resultado for negativo, repita a dosagem do hormônio beta hCG e de outros, indicados pelo seu médico.

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