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Anticoncepcionais masculinos estão a um passo de se tornarem realidade

Injeção que atua de maneira similar à vasectomia deve chegar ao mercado em 2017

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 14h38 - Publicado em 12 jan 2016, 15h39
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Em três anos, homens poderão dividir com as mulheres a responsabilidade de evitar uma gravidez indesejada por meio de um contraceptivo masculino.

Ainda em fase de testes, o Vasalgel promete ser um método similar à vasectomia, porém mais facilmente reversível.

Desenvolvido pela organização americana Parsemus Foundation, que não possui fins lucrativos, o Vasalgel é aplicado via injeção. O procedimento é simples. Um gel é inserido nos vasos deferentes (tubo por onde passam os espermatozoides), impedindo que o esperma seja liberado na ejaculação e, assim, evitando a fecundação. Em uma vasectomia, estes vasos seriam cortados por meio de intervenção cirúrgica.

Segundo os especialistas, o remédio não tem contraindicações e não modifica a produção de hormônios masculinos. A empresa que desenvolve o produto garante que uma única aplicação de Vasalgel tem efeito prolongado, podendo durar meses ou anos, dependendo do organismo de cada pessoa.

O RISUG, medicamento desenvolvido por uma empresa indiana, tem um funcionamento muito similar e atua no organismo durante 10 anos. Ele serviu como inspiração para a criação do Vasalgel.

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Segundo Elaine Lissner, diretora da ONG, a expectativa do produto é reduzir substancialmente o número de gestações não programadas. “Homens possuem, hoje, basicamente as mesmas opções anticoncepcionais que tinham há cem anos. Ou usam camisinha, ou fazem vasectomia, que é permanente. O Vasalgel trata-se de uma nova opção, reversível e acessível”, afirmou.

O trunfo do medicamento é a facilidade de reversão se comparado a uma vasectomia. Basta a aplicação de uma segunda injeção para que organismo expulse o Vasalgel que estava obstruindo os vasos deferentes.

Os testes em humanos tiveram início em 2015. Concluídos os experimentos, a organização espera disponibilizar o produto no mercado a partir de 2017.

A Parsemus ressalta, no entanto, que, como a produção do contraceptivo não interessa às grandes indústrias farmacêuticas, as pesquisas dependem da doação de apoiadores para continuarem acontecendo. Mais de mil pessoas já doaram e mais de 23 mil assinaram uma lista de apoio à pesquisa, segundo a instituição.

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Enquanto o produto segue em fase de testes, outras alternativas vêm sendo desenvolvidas para que os homens possam controlar seu futuro reprodutivo.

Uma equipe de pesquisadores japoneses assegura ter avançado potencialmente no desenvolvimento de uma pílula anticoncepcional masculina, baseada no bloqueio de uma proteína. Os resultados de estudo foram divulgados pela revista científica “Science”.

A equipe analisou em camundongos variedades da proteína calcineurina expressadas nos genes PPP3CC e PPP3R2, que só se encontraram em células de formação de esperma. Os pesquisadores conseguiram bloquear o PPP3CC nos camundongos machos, através de dois remédio inibidores, fazendo com que os roedores se tornassem temporariamente estéreis, já que este esperma era incapaz de fertilizar óvulos. A fertilidade dos ratos foi recuperada uma semana após terem encerrado o consumo dos medicamentos.

Até agora, os únicos métodos anticoncepcionais para homens são a vasectomia – efetiva, mas permanente – e os preservativos, que nem sempre são efetivos.

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