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Virginia Giuffre, a mulher que denunciou príncipe Andrew por abuso sexual

Virginia Giuffre é uma das centenas das sobreviventes do tráfico sexual e está à frente das denúncias que levaram os abusadores à prisão

Por Da Redação
Atualizado em 10 ago 2021, 19h02 - Publicado em 8 ago 2020, 10h30
Virginia Roberts Giuffre
Virginia Roberts Giuffre (Emily Michot/Miami Herald/Tribune News Service/Getty Images)
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A vida de Virginia Giuffre, como ela mesma conta, nunca foi fácil. Em seu Twitter, ela se identifica como a CEO da ONG Victims Refuse Silence (Vítimas recusam o silêncio), que dá apoio a vítimas de tráfico humano.

Na bio, ela ressalta “Sobrevivi a Epstein, Maxwell e companha – agora cobro que paguem pelos crimes”. Hoje, casada, mãe de dois filhos e vivendo na Austrália, Virginia é também advogada. Quando conheceu Ghislaine Maxwell e Jeffrey Epstein, tinha apenas 16 anos (assinava com o nome de solteira, Roberts) e trabalhava para Donald Trump.

O sonho da jovem que não tinha nem onde morar era de ter um trabalho de massagista, mas se viu como a vítima perfeita para o casal, que é acusado de tráfico sexual e abuso de menores.

Virginia não sabia de nada quando os conheceu. Aliás, é incerto quantas pessoas tinham a noção no início dos anos 2000, quando ela foi recrutada.

Quem se aproximou dela foi Ghislaine Maxwell, que a contratou para fazer massagem no seu então namorado, Jeffrey Epstein. Já no primeiro dia, os dois abusaram de Virginia, que acabou vivendo com eles por alguns anos, sendo traficada para amigos, como o príncipe Andrew, e outros.

“Eles me perguntaram detalhes da minha vida”, contou nos documentos que fazem parte do processo contra Ghislaine Maxwell. “Mas não pareciam estar solidários à minha trajetória difícil, ao contrário, parece os excitar mais”, disse.

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Aos 13 anos de idade, Virginia se envolveu com Ron Eppinger, um homem que fingiu ser um agenciador de modelos e foi levada ao tráfico sexual internacional.

Com prisão de Eppinger pouco tempo depois, ela passou a morar com seu pai para a sua própria segurança. Em 2000, a garota começou a trabalhar em uma das propriedades de Donald Trump, onde Ghislaine a viu pela primeira vez.

Depois do abuso de Ghislaine e Epstein, Virginia foi forçada a fazer serviços sexuais para Epstein, Ghislaine e amigos durante dois anos e meio.

Segundo a vítima, Ghislaine e Epstein queriam que ela fosse tivesse um filho para os dois. Como moeda de troca, mandaram ela antes para uma viagem na Tailândia, onde Virginia conheceu o futuro marido e escapou.

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Em 2005, Virginia decidiu que iria denunciar a rede de exploração liderada por Ghislaine e Epstein, citando nomes e publicando as provas que têm para comprovar sua história.

Ela é hoje a sobrevivente mais vocal de todo esquema criminoso. Virginia acusa o príncipe Andrew de ter tido relações com ela quando tinha apenas 17 anos, assim como outros empresários, políticos e advogados.

Sua trágica experiência a convenceu a estudar direito. Há dez anos,criou a organização Victims Refuse Silence para ajudar mulheres que passaram pela mesma situação.

O empenho de Virginia em reverter o acordo entre Epstein e a Justiça da Florida, fechado em 2008 e que dava imunidade a Ghislaine e outras pessoas, foi essencial para que as sobreviventes pudessem cobrar uma punição da empresária e buscar indenização também.

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Ativa no Twitter, ela não se esconde para acusar as pessoas que sabiam de todo tráfico, inclusive as modelos Naomi Campbell (amiga de Ghislaine) e Heidi Klum. “Elas todas sabiam e não fizeram nada, é como se matasse alguém na frente de outra pessoa e não dizer nada, isso se chama ser cúmplice. Elas são cúmplices, pura e claramente”, escreveu.

Para Virgínia, dar o exemplo e ser vocal sobre os crimes é uma forma de inspirar outras mulheres a denunciarem abusos. “Nós precisamos acabar com a cultura de culpar a vítima”, alertou. “É a mesma tática da polícia e os problemas sistêmicos que precisam mudar”, disse.

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Atualmente Virginia tem feito pressão sobre o processo de Ghislaine Maxwell, em que é uma das principais testemunhas de acusação.

Nesta terça-feira (10), completa um ano da morte de Jeffrey Epstein, que foi encontrado morto em sua cela. A causa oficial de sua morte é suicídio, mas pessoas até como o presidente Donald Trump já mencionaram dúvidas se não foi assassinato. Ghislaine Maxwell está em um acompanhamento para evitar o mesmo destino do ex-namorado.

 

 

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