Elas merecem! CLAUDIA elege suas vencedoras do Oscar
Estas mulheres já são vitoriosas pelo seu talento e pelo que representam para as outras – e ainda brilharam nas produções indicadas este
CLAUDIA nem esperou a cerimônia de domingo (04) para eleger as mulheres que, por seu talento e pelo que representam para as outras, já são vencedoras.
Mesmo que não levem oficialmente, nosso Oscar vai para…
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Melhor Diretora – Greta Gerwig
Mereceria um prêmio só por invadir uma área com predomínio masculino. Foi além e é a quinta mulher na história a ser indicada à categoria. Apenas uma ganhou, Kathryn Bigelow, em 2010. Lady Bird – A Hora de Voar, seu primeiro longa-solo, levou para casa dois Globos de Ouro.
Greta é também roteirista do filme (e concorre em roteiro original). Assim como ela, sua protagonista cresceu em Sacramento, Califórnia, e sonha em mudar para Nova York. Ela adicionou ficção à história e à relação intensa com a mãe. Como atriz, já fez Jackie, de Pablo Larraín, e Frances Ha, de Noah Baumbach, seu namorado.
Deu o que falar. Mas diz que não se importa com o que outros pensam. “Apenas continuo superando limites.”
Melhor Atriz coadjuvante – Laurie Metcalf
Aos 62 anos, arrasa em várias frentes, provando que sucesso não tem idade. Concorre pelo papel da dura mãe de Lady Bird – A Hora de Voar. É famosa também no teatro e acaba de ganhar seu primeiro Tony por Casa de Bonecas, Parte 2, peça na qual faz Nora – que abandonou marido e filho 15 anos antes e volta como escritora feminista bem-sucedida.
No tapete vermelho do Globo de Ouro, declarou-se empolgada por presenciar o “momento histórico” do lançamento do Time’s Up, movimento pelo fim do assédio. Brilha ainda na TV. Já levou três Emmy e foi indicada a outros sete.
Melhor Fotografia – Rachel Morrison
A diretora de fotografia já entrou para a história ao se tornar a primeira mulher indicada ao prêmio da Sociedade Americana de Cinematografia. Concorrer ao Oscar por Mudbound – Lágrimas sobre o Mississippi, dirigido por Dee Rees, é outro grande passo.
Em nove décadas, nunca uma mulher foi finalista na categoria. Até porque é raríssimo ver diretoras de fotografia. Rachel tem quebrado barreiras. Trabalhou no blockbuster Pantera Negra e em Fruitvale Station – A Última Parada. Seu conselho para interessadas na sua carreira é persistir, não importa se homens passem na sua frente.
Melhor Canção original – Mary J. Blige
“Chegamos muito longe para perder…/Vejam do que somos feitas/As belas cicatrizes que temos/A vida é o que fazemos dela.” Em tradução livre, é o que dizem versos de seu single Bounce Back 2.0. A cantora concorre na categoria de melhor canção original por Mighty River, de Mudbound – Lágrimas sobre o Mississippi. Foi indicada também a melhor atriz coadjuvante pelo mesmo filme.
Ela faz o papel de Florence Jackson, mãe de um soldado que volta da Segunda Guerra e enfrenta o racismo. No Globo de Ouro, Mary aplaudiu a iniciativa do Time’s Up, movimento de Hollywood contra o abuso, e disse ter lidado com o problema dos 5 aos 17 anos. “É bonito de ver e de apoiar. Todas precisamos umas das outras.”
Melhor Atriz – Frances McDormand
“Acreditem, as mulheres não estão aqui pela comida. Estamos aqui por nosso trabalho”, disse no Globo de Ouro. O papel em Três Anúncios para um Crime, que lhe rendeu a indicação, é o de uma mãe que se recusa a deixar esquecidos o estupro e o assassinato da filha. Até põe três outdoors cobrando providências do xerife (Woody Harrelson).
Frances já conquistou um Oscar vivendo outra mulher de fibra, em Fargo, de Joel (seu marido) e Ethan Coen. Na vida real, segue o mesmo estilo. Adotada, repetiu o gesto dos pais, assumindo um menino paraguaio como filho.
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Melhor Filme – Emma Thomas
Ela talvez tenha a fórmula ideal para equilibrar trabalho, amor e filhos. É a produtora dos filmes de Christopher Nolan, seu marido e pai de seus quatro filhos. Os dois se conheceram nos tempos de faculdade. Viraram um casal e uma dupla profissional, para a qual, aliás, não há desafio grande demais.
Emma produziu o indicado Dunkirk, filme que já foi reconhecido por onde passou, e outros sucessos, como a trilogia O Cavaleiro das Trevas (com Christian Bale como Batman) e A Origem. Ela dá muita contribuição criativa na concepção de cenas difíceis. Ou seja, a parceria funciona perfeitamente.
Melhor Roteiro – Vanessa Taylor
Ela sempre escapou da gaiola em que muitas roteiristas são aprisionadas. Em vez de se limitar a escrever comédias românticas e afins, apropriou-se de tramas de ação. Já fez trabalhos para a TV (como episódios das séries Alias e Game of Thrones) e para o cinema.
O filme A Forma da Água, indicado a melhor roteiro original, Vanessa escreveu com o diretor Guillermo del Toro. É um misto de romance, thriller, filme de monstro, conto de fadas. Mas a parte da história de amor ficou com ele, Del Toro. As tramas que envolvem até espionagem russa saíram da cabeça de Vanessa. Que caiam os rótulos!
Melhor Filme Estrangeiro – Daniela Vega
Primeira mulher transgênero a fazer uma campanha publicitária em seu país, a atriz e cantora chilena de 28 anos tomou de assalto o Festival de Berlim de 2017 como protagonista de Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio, indicado à categoria. E continuou a conquistar o mundo com sua performance segura de alguém que, como ela, não abre mão de sua dignidade, mesmo diante das maiores indignidades.
No filme, Daniela encarna Marina Vidal, trans desprezada pela família do namorado, que morre de repente. Na vida real, a atriz usa a internet e aproveita todas as chances para divulgar informação sobre o tema e abrir mais portas para transgêneros.
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Melhor Figurino – Jacqueline Durran
“Foi legal ajudar a Emma (Watson) a criar sua versão feminista da Bela”, afirma a indicada. A atriz queria que a personagem fosse uma princesa moderna, e a figurinista colaborou para traduzir o visual da animação A Bela e A Fera, da Disney, para um filme live action. O traje do dia a dia traz bolsos para guardar o necessário para suas tarefas. Uma calça balonê por baixo do vestido dá liberdade de movimento, assim como as botas.
“Houve um momento lindo quando Emma pôs o vestido. Sentiu que realmente tínhamos uma Bela reinventada. Uma ‘heroína ativa’, foi o que disse.” Sem espartilho, o look amarelo de baile também deixa Bela livre. Jacqueline ainda concorre por O Destino de uma Nação.
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