U2 homenageia mulheres brasileiras em show
Conceição Evaristo, Tais Araújo e Maria da Penha foram algumas das personalidades aclamadas pela banda irlandesa
“Mulheres estupendas.” Foi assim que Bono Vox descreveu as brasileiras homenageadas no show da banda U2, que aconteceu na quinta-feira (19), em São Paulo. O vocalista da banda irlandesa dedicou a música Ultra Violet (Light My Way) a personalidades femininas que fazem a diferença no mundo, enquanto suas imagens ilustravam o telão.
Dentre as mulheres escolhidas, estavam nomes como o de Conceição Evaristo, Taís Araújo e Maria da Penha, vencedoras do Prêmio CLAUDIA.
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Conheça mais sobre a história delas.
Conceição Evaristo
Mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ e doutora em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense, a escritora mineira vem de origem muito humilde. Desde pequena teve muito contato com a literatura por meio de rodas de contos que fazia com seus familiares – as histórias variavam entre clássicos do folclore brasileiro e causos dos seus antepassados, que viveram na época da escravidão.
Após se mudar para o Rio de Janeiro, virou professora e escreveu o seu primeiro livro. Depois deste, vieram mais seis e a sua obra Olhos D’Água ficou em terceiro lugar no Prêmio Jabuti 2015. Conceição defende muito a literatura negra e a marca da sua escrita é o que ela chama de “escrevivência”, onde a ficção é criada a partir de experiências própias.
A autora foi a ganhadora da categoria Cultura do Prêmio CLAUDIA 2017.
Taís Araújo
Nomeada Defensora dos Direitos das Mulheres Negras pela ONU Mulheres Brasil, em 2017, Taís descreve sua função como, “Agregar para reduzir diferenças. Agregar ao debate homens, mulheres, brancos, negros, orientais, indígenas, enfim, todos os brasileiros e brasileiras nessa missão, transformando a realidade com amor e coragem”, diz a atriz. Seu plano é atingir um patamar de igualdade até 2030.
Conhecida por apoiar causas como a luta contra a desigualdade entre gêneros e o preconceito racial, Taís é um exemplo a se seguir de personalidade que usa a sua representatividade para atingir melhoras sociais.
Neste ano, Taís foi homenageada com o hors-concours do Premio CLAUDIA 2017.
Maria da Penha
Ativista que dá nome a lei de proteção das mulheres contra a violência doméstica, Maria da Penha virou referência mundial. Paraplégica após levar um tiro do ex-marido, Maria lutou para que o homem tivesse punição e, mesmo após a criação da lei, ela não parou de demonstrar o seu apoio a mulheres que passam por essa situação.
No ano passado, ela foi homenageada com hors-concours do Premio CLAUDIA 2016 e, em seu discurso de agradecimento, chamou atenção às falhas que ainda ocorrem na aplicação da lei. “Dez anos já se passaram e são poucos os municípios que têm as políticas públicas fundamentais para a proteção da mulher. Mesmo nas capitais, são muitos os municípios em que a lei só funciona de segunda à sexta-feira.”