Após caso de assédio na CBF, seleção feminina protesta antes de jogo
A equipe, que se prepara para as Olimpíadas, ganhou da Rússia por 3 X 0
A seleção brasileira feminina deu show venceu o jogo contra Rússia por 3 X 0, nesta sexta-feira (11), no Estádio Municipal de Cartagonova, em Cartagena, Espanha, com gols de Bruna Benites e Andressa.
Mas a vitória começou antes do apito do árbitro. A equipe, comandada pela técnica Pia Sundhage, divulgou um manifestos nas redes sociais contra qualquer tipo de assédio contra as mulheres. As jogadoras ainda entraram em campo com uma faixa alertando: “assédio não”.
O ato foi motivado após denúncias assédio feitas por uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra o então presidente da instituição,Rogério Caboclo, que foi afastado do cargo. A vítima detalhou por meio de um documento os episódios de abusos que teria sofrido desde abril de 2020, quando foi efetivada como assistente pessoal de Caboclo.
“Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres. São brasileiras e brasileiros vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo. Dizer não aos abusos são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem! Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados. Hoje mais uma vez dizemos: não ao assédio”, aponta a nota da seleção.
Após o jogo, a capitã Marta falou à imprensa sobre o posicionamento da equipe. “Somos obviamente contra qualquer tipo de assédio. A gente necessitava mostrar nosso posicionamento e nós fizemos em conjunto como sempre fazemos”, disse a jogadora.
Participação nos Jogos Olímpicos
Dia 21 de junho, a seleção feminina brasileira começa sua atuação nas Olimpíadas em um jogo contra a China. Depois, as jogadoras enfrentam a seleção da Holanda e Zâmbia, nos dias 24 e 27.