Quem foi Dorina Nowill, a homenageada do Google nesta terça-feira (28)
Criadora da Fundação Dorina, ela lutou por toda a vida pelos direitos das pessoas cegas
Quem utilizou o buscador do Google hoje certamente viu a arte temática que substitui o tradicional logotipo do navegador. Oficialmente chamada de doodle, a figura desta terça-feira (28) é uma homenagem ao centenário de Dorina Nowill. Mas quem é ela?
Brasileira, Dorina de Gouvêa Nowill nasceu em São Paulo e ficou cega aos 17 anos, por causa de uma doença que nunca foi diagnosticada. A perda da visão, porém, em vez de fator limitador, tornou-se combustível para que ela iniciasse sua jornada na luta pelos direitos das pessoas cegas.
Primeira aluna deficiente visual de um curso regular de magistério na Escola Normal Caetano de Campos, Dorina auxiliou, alguns anos mais tarde, na elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956. Também criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, pensada para suprir a demanda de livros em braille no país e cujas atividades se iniciaram em março de 1946.
Uma vez diplomada, a jovem paulistana mudou-se para os Estados Unidos, onde se especializou em educação de cegos no Teacher´s College da Universidade de Columbia, em Nova York. Foi lá que ela conquistou o apoio da Kellog’s Foundation e da American Foundation for Overseas Blind, conseguindo uma imprensa braille completa, com maquinários, papel e outros materiais. Em pleno funcionamento até hoje, a Imprensa Braille é uma das maiores do mundo em capacidade produtiva.
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De volta ao Brasil, Dorina atuou na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, onde criou o Departamento de Educação Especial para Cegos. Entre 1961 e 1973, trabalhou em Brasília, comandando o primeiro órgão nacional de educação de deficientes visuais, criado pelo Ministério da Educação. Em 1979, foi eleita presidente do Conselho Mundial dos Cegos e representou o Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente.
Por seis décadas à frente da Fundação Dorina, ela recebeu prêmios nacionais e internacionais. Também escreveu o livro “…E eu venci assim mesmo”, no qual conta sua história. Em 2004, foi homenageada por Mauricio de Sousa, que a usou como inspiração para criação da personagem Dorinha.
Dorina faleceu em 29 de agosto de 2010, aos 91 anos. Ela deixou cinco filhos, nove netos e um legado de enorme importância e impacto social.
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