Laurence des Cars será primeira mulher na direção do Museu do Louvre
Após passar quatro anos no comando do Museu de Orsay, a historiadora assume à frente do museu mais famoso do mundo
Em mais de dois séculos de história, o Museu do Louvre nunca tinha sido dirigido por uma mulher. O Palácio do Eliseu informou nesta quarta-feira (26) que Laurence des Cars será a primeira mulher a ocupar o cargo, substituindo Jean-Luc Martinez. Ela irá assumir a direção do Louvre a partir de 1º de setembro.
Laurence, 54 anos, foi a presidente do Museu de Orsay nos últimos quatro anos. A gestão da historiadora foi marcada pela chegada de uma faixa etária de público mais nova, que se identificou com a diversidade e os temas sociais tão defendidos por ela.
Em sua candidatura, Laurence, que é especializada em história da arte do século 19 e início do 20, apresentou um projeto que visa deixar o museu, fundado em 1793, mais moderno. Em entrevista à rádio France Inter, ela explicou que deseja que o Louvre se torne “totalmente contemporâneo” e focado na “juventude”, com intuito de ser uma “câmara de ressonância da sociedade”.
A decisão final sobre os processos de troca da diretoria de grandes museus públicos, como o Louvre, precisa ser aprovada pelo chefe de Estado. De acordo com um conselheiro do Palácio do Eliseu, o presidente francês Emmanuel Macron “apreciou o fato de Des Cars perceber que os debates sociais entraram nos museus e que ela examina como (…) tratá-los do ponto de vista da arte e do entretenimento, convidando, sobretudo, os artistas”.
O palácio ainda enfatizou a carreira de Laurence. “Ela é uma conservadora reconhecida, de projeção internacional, que se destacou no Orsay e tem um grande conhecimento do Louvre desde que trabalhou no [projeto de construção do] Louvre de Abu Dhabi, entre 2007 e 2014.”
A ministra da Cultura da França, Roselyne Bachelot, afirmou que “Laurence des Cars deverá escrever uma nova página na história do maior museu do mundo. O Louvre deve se reinventar neste mundo pós-crise, para se tornar, mais do que nunca, um lugar de contemplação e de reflexão aberto a todos”, garantiu.