Primeira morte por Covid-19 no Parque do Xingu é de um bebê indígena
A criança tinha apenas 45 dias e era da etnia kalapalo. Ela estava internado em Cuiabá desde a sexta-feira (12)
A Covid-19 fez sua primeira vítima no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Um bebê kalapalo, de apenas 45 dias, morreu na noite de sábado (13). Ele estava internado em Cuiabá e, segundo a secretária municipal de Saúde de Querência, Lubiane Boer, faleceu por causa de “síndrome respiratória aguda e Covid-19”.
O bebê era da aldeia Tanguro e estava internado em Cuiabá desde a sexta-feira (12). Ele só foi transferido do hospital da cidade de Água Boa (que não tem UTI) para um da capital do estado após uma decisão da Justiça Federal, que acolheu um pedido do Ministério Público.
Segundo o Ministério da Saúde, há outros dois casos de Covid-19 confirmados no Parque do Xingu. Além disso, o avô da criança – o cacique Vanité Kalapalo, da aldeia Sapezal – está com sintomas da doença e foi isolado após atendimento médico. O pai do menino testou negativo.
O Parque do Xingu é o lar de cerca de 7 mil indígenas de 16 etnias. Este ano o tradicional rito do Quarup, celebração de homenagem aos mortos, foi cancelado em todas as aldeias pela primeira vez. As lideranças da ATIX (Associação Terra Indígena Xingu) vêm realizando um trabalho de conscientização a respeito da Covid-19, orientando a população do local sobre medidas de prevenção.
Coronavírus entre indígenas
Os números de infectados por Covid-19 entre os povos indígenas brasileiros crescem de forma bem rápida, apesar dos trabalhos de conscientização que diversas lideranças dos povos tem feito. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualizados pela última vez na noite de sábado (13), entre os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) do país, já há mais de 2894 casos confirmados da doença, dos quais 1375 ainda não estão curados, e 97 óbitos. Além disso, há também 476 suspeitas. No Parque Indígena do Xingu há dois casos confirmados.