Perfil falso de fã clube da Larissa Manoela é usado pra pedofilia
Suposta funcionária do SBT disse que garota de 10 anos poderia conhecer a atriz caso enviasse fotos usando "shortinho de dormir"
Um relato publicado no Facebook na sexta-feira (13) retomou a velha conversa sobre segurança online das crianças. Depois de um pedido estranho da sobrinha de 10 anos, a campo-grandense Suellen Roza decidiu dar uma olhada nas conversas do Facebook da menina e ficou assustada com o conteúdo.
A garota estava trocando mensagens com uma suposta funcionária do SBT que dizia se chamar Gabriele. Por meio de um perfil chamado “Larináticas Manoela”, ela convidava a menina a participar de uma promoção para conhecer a atriz e cantora Larissa Manoela, fenômeno teen que estrelou novelas como Carrossel e Cúmplices de Um Regaste na emissora do Silvio Santos e tem quase 8 milhões de seguidores no Instagram.
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Para entrar no sorteio, no entanto, a sobrinha de Suellen deveria enviar uma foto vestindo um shortinho de dormir bem curto “como o que a Larissa Manoela usa”, dizia a mensagem. A vencedora ganharia brindes da atriz e uma viagem com tudo pago pelo SBT para conhecê-la.
“Vou ver se tenho um shortinho” respondeu a garota de 10 anos. Em retorno, “Gabriele” disse que se a menina não tivesse shortinho, poderia ser uma “calcinha de dormir”. “O empresário da Larissa Manoela pode te ligar por vídeo para te explicar melhor como funciona?”, pergunta a suposta funcionária do SBT. A menina, então, pediu à tia um short emprestado, o que acendeu o alerta em Suellen.
Ao ver o conteúdo da conversa, ela bloqueou o perfil do Facebook da sobrinha e explicou para a menina os riscos de uma conversa desse tipo. “Se tem adulto que acredita em sorteio de iPhone pelo Facebook, claro que tem criança que acredita em conhecer o ídolo através do Facebook também”, escreveu a campo-grandense. Após a denúncia, o perfil falso saiu do ar.
Como falar com os filhos sobre perigos da internet?
“A internet é o mundo e nossos filhos precisam saber quais comportamentos são seguros e quais não são ao usar a rede”, explica Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG, empresa de soluções em segurança online. Para ele, o ambiente virtual é análogo ao real e, por isso, valem os valores offline na hora de orientar os filhos.
Para ajudar no monitoramento, alguns itens podem ser levados em consideração:
1. Pesquise sobre o produto eletrônico antes de presentear seu filho
É importante dominar o dispositivo (celular, tablet ou computador) para que possa orientar corretamente seu filho sobre o uso. É ainda melhor compreendê-lo mais do que a criança.
2. Configure o perfil de “controle dos pais” antes de entregá-lo
Atualmente, a maior parte dos eletrônicos vem com ajustes de controle parental. Essa ferramenta serve tanto para bloquear sites incompatíveis com a idade de seu filho, quanto para monitorar os passos nas redes.
3. Demonstre interesse pelas atividades online
Conversar com seu filho sobre o que ele anda fazendo no ambiente digital é a melhor maneira de estreitar os laços e desenvolver uma relação de confiança mútua. A partir daí, ele ficará menos suscetível a perigos – já que mantém um diálogo aberto com os pais. Por exemplo: Ele joga com os amigos? Peça, de forma carinhosa e interessada, para que ele te mostre como funciona o game e com quem joga. O autoritarismo só atrapalha nessas horas e o caminho amistoso é a melhor opção.
Também vale lembrar que é apenas através desse relacionamento franco que você se sentirá tranquila ao permitir que ele tenha momentos de individualidade – especialmente na adolescência, fase em que os jovens podem recorrer ao isolamento para se descobrir e que precisam desse espaço.