Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Resoluções Ano Novo: Claudia por apenas 5,99

30 milhões de mulheres sofreram abusos no Brasil em 2022, aponta pesquisa

A análise “Visível e Invisível” mostrou que os números de violência contra a mulher aumentam no último ano, superando a média mundial

Por Raíssa Basílio
3 mar 2023, 10h56 • Atualizado em 3 mar 2023, 18h54
A análise “Visível e Invisível” mostrou que as taxas de violência contra a mulher no Brasil superam a média mundial.
A análise “Visível e Invisível” mostrou que as taxas de violência contra a mulher no Brasil superam a média mundial.  (Kirill Petrik / EyeEm (Getty)/Reprodução)
Continua após publicidade
  • Estamos no mês da mulher, mas a busca por igualdade e um mundo menos violento continua. Nesta quinta-feira (2), foi divulgada uma Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e os números são alarmantes. Em 2022, cerca de 21,5 milhões de mulheres acima dos 16 anos sofreram violência física ou sexual dos parceiros ou ex-parceiros e 18,6 milhões foram assediadas, de forma verbal ou física no Brasil.

    No geral, 30 milhões de mulheres alegam ter sofrido algum tipo de abuso. São dados que superam a média global. Essa é a quarta edição da análise intitulada “Visível e Invisível”, que foi elaborada pelo Instituto Datafolha e com apoio da Uber.

    Como o estudo foi realizado

    O estudo foi feito com 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, durante 9 a 13 de janeiro de 2023. Esse cenário mostra que 50.692 mulheres sofreram violência diariamente em 2022. Em comparação com as pesquisas anteriores, a violência contra as mulheres aumentou, em todas as formas. Sendo índices de abusos verbais, psicológicos e de agressão, estrangulamento, espancamento, ameaça com arma de fogo, entre outros.

    São números tão assustadores que a análise mostra que se todas as vítimas reportassem os ocorridos, não haveria profissionais sequer para atendê-las. Outro dado preocupante é que o número de denúncias continua baixo, 45% das vítimas não fez nada, apenas 14% reportou a violência à delegacia.

    De acordo com a pesquisa, 33,4% das brasileiras com 16 anos ou mais experimentou violência física ou sexual provocada por parceiro íntimo ao longo da vida; 24,5% afirmaram ter sofrido agressões físicas como tapa, batida e chute, e 21,1% foram forçadas a manter relações sexuais contra sua vontade. Quando a violência psicológica, como humilhações, xingamentos e insultos, o percentual de mulheres que sofreram alguma forma de violência por parceiro íntimo chega a 43%.

    Continua após a publicidade

    Comparação com dados globais

    Em comparação com dados globais, de 366 estudos em 161 países realizados entre 2000 e 2018, esse índice indica que 27% das mulheres com idade entre 15 e 49 anos experimentaram violência física ou sexual provocada por parceiro ou ex-parceiro íntimo, sendo que 13% tinham sofrido a violência nos últimos 12 meses. Esses números mostram que esse é um problema mundial, no entanto, no Brasil ele se sobressai.

    Nos últimos 12 meses, 28,9% das brasileiras relataram que sofreram algum tipo de violência ou agressão. Essa é a maior predominância verificada desde que essa análise surgiu, ou seja, é o maior registro histórico de abuso. Com base na última pesquisa, o crescimento foi de 4,5 pontos percentuais.

    Quem são as maiores vítimas de violência

    A violência feminina é maior entre mulheres negras (48%), com grau de escolaridade até o ensino fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos (48,9%). De todas as mulheres que sofreram algum tipo de violência ou agressão, 65,6% são negras.

    Continua após a publicidade

    Falta de investimento em políticas públicas é uma das hipóteses do crescimento da violência

    Esse aumento de violência tem um fundo político como sintoma, a pesquisa “Visível e Invisível”, levanta que a falta de investimento em problemas políticos femininos é um dos motivos disso. A gestão da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, teve um dos menores registros de despesas na área de proteção feminina. “Se não tem dinheiro, não tem como oferecer serviço para quem está na ponta, a vítima”, explana a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

    O Inesc (Instituto Instituto de Estudos Socioeconômicos) mostrou que o orçamento federal para combater a violência contra a mulher em 2022 foi o menor dos últimos quatro anos. Samira Bueno aponta também a escassez de serviços de acolhimento em meio à pandemia. Serviços foram interrompidos ou ficaram sem recursos.

    Ainda outra hipótese da pesquisa “Visível e Invisível” é o avanço de grupos de extrema direita. Uma outra análise, divulgada em 2019 pela Monash University, da Austrália, em parceria com a ONU Mulheres, mostrou que pessoas que apoiam a violência contra as mulheres se tornam três vezes mais passíveis a consentir com práticas violentas na política e religião, embasando a disseminação de ideologias.

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Digital Completo

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
    De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
    De: R$ 26,90/mês
    A partir de R$ 9,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.