Mulher joga sangue em si mesma no Festival de Cannes
Ela estava usando um vestido com as cores da bandeira da Ucrânia quando cobriu-se do líquido vermelho
Nesta segunda (22), uma mulher vestida com as cores da bandeira da Ucrânia jogou sangue falso em si mesma durante o Festival de Cannes. O ato aconteceu em manifestação pelas pessoas que morreram na Guerra entre o país e a Rússia, momentos antes da exibição do filme russo Acid. Os seguranças do evento a retiraram do tapete vermelho rapidamente.
VIDEO: Cannes action.
A woman dressed in Ukrainian colours pours fake blood on herself on the steps of the Palais des Festivals during the screening of the film ‘Acid’, before being removed by security staff pic.twitter.com/v7hAz1zetW
— AFP News Agency (@AFP) May 22, 2023
A tensão entre a Rússia e a Ucrânia ganhou força por volta de 2014, quando houve a anexação da Crimeia ao território da Rússia e a ação de grupos separatistas na região de Donbass, no leste da Ucrânia. Em 24 de fevereiro de 2022, as tropas russas invadiram o país vizinho, atacando cidades próximas da capital da Ucrânia, Kyiv, e outros pontos estratégicos. A guerra na Ucrânia segue desde então.
Uma das principais motivações foi a possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um grupo internacional criado durante a Guerra Fria que tinha como objetivo inicial conter o avanço do socialismo nos países da Europa Ocidental. Com o fim da União Soviética, a organização focou seus esforços na cooperação político-militar e defesa mútua de seus países-membros. Para a Rússia, a entrada da Ucrânia na Otan representaria o avanço do Ocidente sobre os países do Leste Europeu que ainda resistiam. A desmilitarização da Ucrânia, por parte do presidente russo, é outra causa do conflito.
O sindicato de cinema ucraniano, então, anunciou que considera qualquer negociação com a Rússia uma forma de apoio ao “estado terrorista”. Apesar da declaração, as produtoras seguem fazendo negócios com a Rússia, retomando acordos fechados antes do conflito ou trabalhando com distribuidoras. Dessa forma, o protesto no Festival de Cannes, um dos maiores eventos da sétima arte, acaba chamando atenção a esse debate novamente.