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Segundo ONU, as mulheres são as mais afetadas pela crise climática

Segundo relatórios da ONU a desigualdade de gênero também está presente na crise climática que o mundo enfrenta

Por Da Redação
29 nov 2021, 14h01

As mudanças climáticas afetam as pessoas de formas diferentes, a depender da condição social. O contexto global de desigualdade faz com que grupos vulneráveis sejam mais atingidos pela crise climática, como as mulheres.

De acordo com relatórios feitos pela Organização Mundial da Saúde (ONU), as mulheres são responsáveis por carregar a maior parte do fardo causado pelas mudanças climáticas, independente do setor. A vulnerabilidade feminina é resultado de diversos fatores sociais, econômicos e culturais.

No mundo, 70% das 1.3 bilhão de pessoas que vivem em condição de pobreza são mulheres. Além disso, elas são 40% das chefes de família nos lares mais pobres em áreas urbanas. Já nas áreas rurais, as mulheres são predominantes na força de trabalho mundial da produção de alimentos, de 50% a 80%, apesar disso, elas dispõem menos de 10% das terras.

O desequilíbrio de poder visto nos dados, prejudica o acesso de mulheres a recursos, tecnologia e informações necessárias para se adaptar às mudanças climáticas. Para elas, a crise ambiental apresenta uma ameaça aos direitos básicos e fundamentais à vida, à saúde, à moradia digna e à alimentação.

mudança climática mulheres
“Não há planeta B” (E+/Getty Images)

“Em locais mais afetados por desastres ecológicos, há um aumento da violência doméstica, além de que mulheres estão entre as principais vítimas de conflitos resultantes das mudanças climáticas. Elas compõem, ainda, o maior grupo de pessoas deslocadas de suas terras como resultado das mesmas”, disse Chernor Bah em entrevista à Folha de S.Paulo. Ele é fundador do Children’s Forum Network em Serra Leoa e co-fundador da Purposeful, um centro africano de ativismo feminista.

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A crise que o mundo enfrenta ainda afeta a possibilidade que mulheres acessem recursos básicos como água e alimentos. “Em locais como Ásia, África e áreas rurais da América Latina, a escassez de água é um fator de risco especial para o gênero feminino”, disse Lise Sedrez, professora de história ambiental na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em entrevista à Folha de S.Paulo.

As mulheres também são levadas a passar cada vez mais tempo fazendo tarefas para buscar água em locais distantes de suas casas. Ao longo do trajeto, elas ainda são expostas ao perigo de sofrer violência sexual. 

O Brasil sofre com a escassez de água, uma das consequências das mudanças climáticas, o que afeta as mulheres de diversas formas. “A disponibilidade hídrica está mais relacionada com a condição produtiva das famílias que vivem da agricultura de subsistência”, afirmou Alan Oliveira dos Santos que, por 13 anos, foi colaborador do Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica, no Vale do Jequitinhonha.

indígena
(Yacunã Tuxá/CLAUDIA)

As mulheres indígenas e quilombolas sofrem de forma ainda mais pesada. “O quilombo do Gurutuba, onde vivo, no Norte de Minas Gerais, assim como tantos outros quilombos, é matriarcal”, contou Edna Correia de Oliveira, presidenta da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais, à Folha de S.Paulo.

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“Aqui, as mulheres são quem toma conta de praticamente tudo, principalmente da agricultura. E, com as mudanças climáticas, se torna cada vez mais difícil manter nosso estilo de vida tradicional”, concluiu Edna.

As comunidades quilombolas estão entre os grupos mais afetados pela crise climática no país. Ainda assim, suas demandas e necessidades são mais invisibilizadas e negligenciadas, em comparação com a comunidade indígena que tem uma maior articulação nacional e internacionalmente. O que não significa que mulheres indígenas sejam menos impactadas pelas mudanças climáticas.

“É importante dizer que nossos corpos, nossas vozes, nossos territórios estão sob forte pressão e ameaça. O desmatamento das nossas florestas traz uma série de danos incalculáveis ao meio ambiente e também para a humanidade. Nós, mulheres, somos atingidas diretamente. Somos a extensão da terra: o que dói nela, dói em nós também”, afirmou Célia Xakriabá, professora e ativista indígena.

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