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Maria Valoto, de 16 anos, inventa sachê que permite o consumo de leite por intolerantes à lactose

O projeto está entre os 100 selecionados para compor a banca dos finalistas regionais da Feira de Ciências organizada pelo Google, a "Google Science Fair".

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 22 jul 2019, 10h11 - Publicado em 3 ago 2016, 07h04
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Quando há vontade e determinação, não há idade para colocar um projeto em prática: prova disso é o trabalho desenvolvido pela aluna paranaense do Colégio Interativa, Maria Vitória Valoto, de apenas 16 anos. A jovem teve seu primeiro contato com a pesquisa na sexta série, na qual os estudantes têm uma disciplina de iniciação científica obrigatória — que passa a ser opcional nos primeiros anos do Ensino Médio.

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“Sempre gostei muito do ramo, então logo que comecei o colegial, busquei meu professor de biologia e disse estar interessada em estudos voltados para a área da saúde”, conta Vitória sobre a principal motivação de seu trabalho. “Então ele entrou em contato com os responsáveis pela Universidade Unopar de Londrina, que nos encaminharam uma lista das ideias que seriam possíveis de serem desenvolvidas lá dentro, e uma delas me chamou muito a atenção por abordar a intolerância à lactose, um problema que meu pai possui”, conta a estudante.

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Depois de um ano realizando experiências laboratoriais, a jovem começou a enxergar os resultados das cápsulas de lactase utilizadas nos testes. Seu princípio ativo está concentrado na capacidade de decompor a lactose, quando presente em água (processo conhecido como hidrólise), em galactose e glucose. O que acaba por eliminar a lactose, a maior inimiga dos intolerantes aos derivados de leite, amenizando este transtorno presente em cerca de 75% da população mundial.

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Os termos podem até assustar, mas o procedimento é bem simples: apenas adicione o conteúdo do sachê a um recipiente com leite e aguarde o efeito que pode variar de 4h a 5h. Depois do intervalo, o leite comum se tornará livre de lactose; uma alternativa mais prática e acessível quando comparada a produtos destinados aos intolerantes disponíveis no mercado: ”Vejo como isso pode transformar a vida de pessoas de uma forma maravilhosa, principalmente se pensarmos em famílias de baixa renda, é ótimo ver que é uma alternativa que pode ajudar muita gente”, completa Vitória.

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O trabalho se tornou referência na área científica e está entre os 100 selecionados, para compor a banca dos finalistas regionais da Feira de Ciências organizada pelo Google, a Google Science Fair, que premiará, no mês de setembro, em sua sede na Califórnia, os 16 melhores em nível global. “Estou muito animada, chegar até aqui foi uma grande realização”, conta a estudante que pretende cursar farmácia ao terminar a escola.

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Numa área masculinizada e extremamente preconceituosa como a ciência, a pequena (grande) Maria Vitória deixa o seu recado para as garotas que também se interessam pelo ramo, mas são desacreditadas de alguma forma por encontrarem tantos nãos pelo caminho: “Somos tão capazes como os meninos. O gênero não deveria ser critério para definir se o jovem é bom ou não em fazer ciência, e sim a força de vontade, a dedicação e a persistência que se exerce no trabalho.”

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