#EuMarchoPorque: fomos às ruas para ouvir as causas das mulheres
Neste 8 de março, CLAUDIA foi à Marcha das Mulheres, em São Paulo, para ouvir as reivindicações de quem tomou o espaço público pela defesa de seus direitos
Neste 8 de março, milhares de mulheres se reuniram no centro de São Paulo para reivindicar seus direitos. A Marcha aconteceu em mais 15 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de outros 50 países.
Aos pés da Catedral da Sé, de onde partiu o maior número de pessoas, a principal pauta era a revisão da reforma previdenciária, que prevê a igualdade da idade mínima de aposentadoria entre homens e mulheres. O argumento é de que esta regra não considera que a jornada feminina está longe de ser apenas no local de trabalho: na prática, caem nas costas das mulheres toda a responsabilidade das tarefas domésticas e da criação dos filhos.
Mas não foi só: o grito pela manutenção e ampliação os direitos femininos, como a descriminalização do aborto, também verteu das ruas. Couberam na mistura o repúdio à cultura do estupro, a violência doméstica, a desigualdade salarial entre homens e mulheres, o feminicídio e todos os outros desdobramentos do machismo enraizado na sociedade e da falta que faz a representatividade feminina no cenário político.
Para dar rosto à caminhada, CLAUDIA perguntou a diferentes mulheres seus motivos para saírem de casa na tarde de hoje. Eis as respostas:
Edleide Ramos, 50 anos, socióloga. “#EuMarchoPorque as mulheres negras ainda são as maiores vítimas de violência doméstica e feminicídio. Marcho por consciência política, pois estamos na base da pirâmide social e precisamos garantir nossos direitos”.
Maysa Lepique, 39 anos, advogada e membro do grupo Promotoras Legais. Seus filhos são Helena, 7, e Francisco, 12. “#EuMarchoPorque são anos de machismo enraizado que vitima as mulheres dia após dia. Marcho porque precisamos de grandes passos, como a Lei Maria da Penha. E eu trago meus filhos, Francisco e Helena, porque é preciso mostrar às crianças que se deve lutar por seus direitos e pelo o que se acredita.”
Letícia Manta Guimarães, 21 anos, dona de casa. “#EuMarchoPorque precisamos da legalização do aborto. Tenho dois filhos, sei o que é ser mãe e sei também que muitas não têm o mesmo apoio que eu tenho. As mulheres que querem abortar devem ter o direito de fazê-lo com segurança”.
Rawa Al Saghiir, 20 anos, refugiada da Guerra da Síria. “#EuMarchoPorque, enquanto mulher e palestina, eu preciso que meus direitos civis sejam assegurados.”
Eloísa Cuzziol, 17 anos, estudante. “#EuMarchoPorque devemos ser consideradas humanas, por equiparidade de gênero. Luto por salários iguais entre homens e mulheres.” Elza Antunes Cézar, 49 anos, professora e mãe de Eloísa. “#EuMarchoPorque me preocupo com o futuro da minha filha, que depende da política e das reivindicações de hoje.”
Lenira Machado, 76 anos. Lutou contra a ditadura militar e voltou às ruas hoje. “#EuMarchoPorque a única forma de mudarmos o mundo é unindo e organizando as mulheres”.