Mãe processa prisão americana pela morte de sua filha de 1 ano
A ação alega que a empresa que administra a instituição mantinha famílias e crianças pequenas em leitos superlotados, facilitando a propagação de doenças
Yasmin Juarez, uma mulher da Guatemala, está processando a empresa que administra uma prisão norte-americana pela morte de sua filha de quase dois anos de vida, Mariee. A criança havia sido presa junto com sua mãe em um centro de detenção de imigrantes, no Texas. A sua morte ocorreu seis semanas e meia após a libertação de ambas.
A ação pede US$ 40 milhões (cerca de R$ 153,2 milhões) por danos à CoreCivic, administradora da “South Texas Family Residential Center Dilley”. Juarez e Mariee foram detidas por três semanas no ano passado.
Veja o que está bombando nas redes sociais
“A CoreCivic mantinha famílias e crianças pequenas em leitos superlotados, criando condições primárias para a propagação da doença e não fez nada para garantir que essas pessoas recebessem atendimento médico adequado”, diz o processo. “Como resultado da imprudência, negligência e indiferença da CoreCivic em relação à saúde e segurança das famílias e crianças pequenas detidas em Dilley, Mariee sofreu uma morte agonizante, e Juarez sofreu a dor inimaginável de ver seu única filha adoecer, sofrer e morrer diante de seus olhos”, completa.
O processo ainda alega que Mariee “morreu de doença completamente evitável e tratável que ela contraiu em Dilley”. O estado de saúde da criança piorou com uma infecção comum que, lamentavelmente, não foi tratada da maneira correta.
Ainda é apontada a negligência da equipe clínica da detenção, já que, de acordo com o processo, os exames foram superficiais e os tratamentos ficaram abaixo do padrão de atendimento.
Mariee foi internada em um hospital pediátrico um dia depois de ter sido libertada, mas os esforços médicos para salvar sua curta vida não obtiveram sucesso. A criança faleceu em maio de 2018, com 21 meses de vida.
O que diz a empresa
Uma porta-voz da CoreCivic afirmou à CNN americana que os serviços médicos e de cuidados mentais de Dilley são de responsabilidade do ‘ICE Health Service Corps’ e que encaminharam questões sobre tratamento médico e de saúde mental para a Imigração.
No ano passado, Juarez registrou uma denúncia por negligência pedindo US$ 60 milhões (cerca de R$ 229,8 milhões) do governo dos Estados Unidos. Ainda à CNN, uma porta-voz da ICE, na ocasião, defendeu o serviço de assistência médica da prisão.
“A ICE está comprometida em garantir o bem-estar de todos os que estão sob custódia da agência, incluindo o acesso a cuidados médicos necessários e apropriados”, disse.
Em comunicado escrito, Amanda Gilchrist, da CoreCivic, afirmou que a empresa tem “profunda simpatia pela família e pela trágica perda de sua filha seis semanas depois de deixar a instalação. Nós nos importamos com cada pessoa que nos foram confiadas, especialmente com as pessoas em situação de vulnerabilidade.”
Gilchrist ainda afirma que a instalação oferece serviços de educação infantil e acompanhamento de creches, salas de jogos, áreas de recreação e uma biblioteca.
Leia também: Mães venezuelanas são assediadas para vender seus bebês em Roraima
+ Hospital nega que bebê tenha sido vítima de bala perdida na Cidade de Deus