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Gêmeas siamesas brasileiras passam por cirurgia de separação

Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 2 anos, já erspiram sem a ajuda de aparelhos

Por Da Redação
5 nov 2018, 15h34
 (Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto/Reprodução)
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As gêmeas Maria Ysadora e Maria Ysabelle nasceram unidas pelo topo da cabeça e passaram por uma cirurgia, no final de semana, para separá-las completamente. De Patacas (CE), as meninas têm apenas dois anos de idade.

O procedimento aconteceu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e durou cerca de 20 horas. A operação permitirá que as meninas consigam crescer e se desenvolver individualmente.

O procedimento

O caso de Maria Ysadora e Maria Ysabelle é único no país. No mundo, há cerca de 50 casos de gêmeos siameses, operados desde os anos 1950.

Casos de gêmeos unidos são raros e os de unidos que podem ser operados são mais raros ainda. Ricardo Santos, neurocirurgião que faz parte da equipe que acompanha as gêmeas falou, em entrevista a EXAME, sobre a complexidade. “A cada dois e meio milhões de nascimentos se tem um caso de gêmeos unidos pela cabeça. Além disso, a cada quatro gêmeos assim, somente um tem chance de ir para a cirurgia”, afirmou.

O processo de separação foi dividido em quatro cirurgias espaçadas para diminuir o risco de sequelas, diz Santos. As três primeiras separaram as gêmeas internamente e a operação mais recente foi dividida em novas quatro etapas. A primeira completou a separação interna, a segunda fez a reconstrução da membrana que recobre o cérebro de cada menina, a terceira fez a reconstrução óssea e a última reconstituiu o couro cabeludo.

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“Essa estratégia foi adotada para que elas pudessem se recuperar entre uma cirurgia e outra, você dá tempo para que cada cérebro possa se reorganizar dentro daquela vascularização”, disse Ricardo Santos.

A equipe do Hospital das Clínicas contou com o apoio do cirurgião americano James Goodrich, especialista no assunto que já acompanhou mais de 30 casos parecidos. O caso das gêmeas foi acompanhado por neurocirurgiões, cirurgiões plásticos e uma equipe multidisciplinar composta por psicológicos, anestesistas, enfermeiros e profissionais administrativos do hospital.

Maria Ysabelle e Maria Ysadora seguem em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, mas já respiram sem ajuda de aparelhos. As meninas estão com as cabeças enfaixadas, mas já ficam nos braços dos pais.

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Todo o processo de separação foi custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A estimativa é de que o valor de todos os procedimentos sairia em torno de 375 mil reais, um quarto do valor que é cobrado na rede privada dos Estados Unidos.

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