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Justiça determina volta de João de Deus à prisão em regime fechado

Condenado anteriormente por outros crimes sexuais contra mulheres, durante atendimentos espirituais, médium foi acusado novamente

Por Da Redação
27 ago 2021, 17h11
Joao de Deus
 (Alan Marques / Folhapress/Reprodução)
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A Justiça determinou que o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, saia da prisão domiciliar para o regime fechado após denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás. O mandado de prisão foi cumprido na última quinta-feira (26), resultado da acusação por crime de estupro de vulnerável contra oito mulheres.

A Promotoria de Justiça de Abadiânia ofereceu uma denúncia que cita 44 vítimas, mas a maioria dos crimes já estão prescritos na acusação anterior. O novo pedido de prisão, feito com as denúncias, ocorreu porque as vítimas se sentem inseguras com o regime domiciliar que era cumprido por ele.

João de Deus, que foi levado para a Central de Flagrantes de Anápolis, nega todas as acusações. De acordo com o Ministério Público, todos os casos ocorreram na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

O promotor de Justiça Luciano Miranda assina a denúncia. Ele coordenou a força-tarefa do MP de Goiás em 2018 para investigar os crimes praticados por João de Deus, que aconteceram entre 1986 e 2017 contra mulheres de diversos estados.

O juiz do caso, Marcos Boechar Lopes Filho, afirmou que o réu se aproveitava de seu poder e influência para cometer os abusos. E que, ao aparecer ao lado de outras pessoas influentes, João de Deus “transpassava a imagem de pessoa acima da lei dos homens que jamais poderia ser por esta alcançado ou atingido”.

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Médium João de deus é condenado a mais de 40 anos
Médium João de Deus é condenado a mais de 40 anos (TV Globo/Reprodução)

“O Estado-Juiz não pode fechar os olhos para esta realidade arraigada historicamente na sociedade brasileira há séculos, sob pena de se admitir como aceitável ou tolerável condutas abusivas e violentas de homens contra as mulheres baseada no gênero, como se aqueles fossem superiores a estas”, afirmou o juiz na decisão.

A defesa do acusado disse ao G1 que recebeu a notícia com “espanto” e “se mostra estarrecida diante da flagrante ilegalidade da nova prisão”. O advogado afirmou também que a decisão “atropelou conscientemente a outra decisão”, que havia concedido prisão domiciliar humanitária ao estuprador.

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Prisão domiciliar

Condenado a mais de 40 anos de prisão por crimes sexuais, João de Deus teve prisão domiciliar concedida pela Justiça Federal em março de 2020. Aos 78 anos, foi considerado como parte do grupo de risco do novo coronavírus, sendo assim, a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia, em Goiás, concedeu a mudança, citando as más condições da cela onde ele estava há mais de um ano.

O pedido foi feito pelo advogado de defesa de João, Anderson Van Guarlberto, que citou a saúde frágil do cliente, incluindo a remissão de câncer, hipertensão e problemas de coração para reforçar os riscos com a pandemia.

As primeiras acusações

Na época, os casos de violência foram revelados no programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, e, após a repercussão, cada vez mais mulheres se sentiram encorajadas a denunciar. 10 mulheres foram escutadas inicialmente e os depoimentos foram colhidos pelo MP para abrir as investigações.

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Entre as mulheres que foram violadas por João de Deus, está a coreógrafa holandesa Zahira Lieneke. No programa de entrevistas do jornalista, ela contou com detalhes como foi a situação de abuso no programa, em dezembro de 2018. “Eu estava em choque, não conseguia acreditar naquilo. Estava congelada”, contou ela.

Mais relatos começaram a surgir depois da denúncia da dançarina holandesa. Um deles, aconteceu em 1984, quando Zuleide Danni tinha apenas 17 anos de idade. 34 anos depois ela decidiu revelas os abusos, para, segunde ela “encorajar mulheres vítimas de abuso sexual e de violência por motivos de gênero”.

Os relatos não se limitam apenas ao Brasil, sendo 15 estados brasileiros e mais 6 países.

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As vítimas estavam entre mulheres jovens e crianças e foi preciso que o ministério público montasse uma força-tarefa por todo o país para escutar as vítimas. Em São Paulo, foram 230 denúncias.

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