Conheça Esther Duflo, a mulher mais jovem a conquistar Nobel de Economia
Aos 46 anos, a economista dedicou sua carreira a trabalhos que visam reduzir a pobreza na Índia
A economista Esther Duflo conquistou um reconhecimento ímpar nesta segunda-feira (14): o Nobel de Economia. Aos 46 anos, ela é a mais jovem a ganhar esse honraria e segunda mulher vencedora de toda a história da premiação. Antes de Esther, a americana Ellinor Ostrom venceu em 2009.
“Estou honrada. Para ser honesta, não achei que era possível ganhar o Nobel tão nova”, contou a economista à AFP. “O prêmio Nobel de Economia é único em comparação com outros prêmios, reflete uma mudança no campo econômico e geralmente leva muito tempo”, completou. Duflo é a única mulher entre todos os vencedores do Nobel em 2019.
Abhijit Banerjee, que é marido de Esther, e Michael Kremer completam o trio de vencedores do prêmio. Em comum, os três ganhadores realizaram trabalhos voltados para a redução de pobreza na Índia. Segundo a Academia Real de Ciências da Suécia, os profissionais “introduziram uma nova abordagem para obter respostas confiáveis sobre os melhores modos de se combater a pobreza”.
De acordo com a Academia, os estudos realizados pelo trio expõem que a questão da pobreza pode ser combatida de forma mais eficiente se dividida em questões menores e mais precisas em áreas como educação e saúde. Além disso, mais de 5 milhões de crianças foram beneficiadas na Índia por conta de programas de aula de reforço na escola.
Mas, afinal, quem é Esther Duflo?
Nascida em 1972, em Paris, na França, Esther é filha de uma pediatra e de um professor de matemática. Formou-se na Ecole Normale Supérieure e na Ecole des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS) e tem doutorado do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, onde é professora atualmente.
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Em 2003, Esther co-fundou o Laboratório de Pesquisa Abdul Latif Jameel Poverty Action, no MIT. Na organização, a economista lidera um trabalho sobre pobreza que também auxilia organizações não governamentais (ONGs). Para a AFP, em 2010, a economista explicou como funciona o projeto: “Se é estabelecido um novo programa de tutoria nas escolas, são escolhidas 200 escolas ao acaso, 100 das quais o programa será estabelecido e as outras 100 não”, afirmou. Com isso, é comparado o avanço dos estudantes em ambos os casos e os resultados dessa pesquisa são encaminhados às autoridades públicas.
Reconhecimento e prêmios
O trabalho de Duflo foi reconhecido em várias premiações. Em 2010, ela recebeu a medalha John Bates Clark, que homenageia economistas nos Estados Unidos com menos de 40 anos.
Já, no ano de 2011, a profissional recebeu o prêmio Financial Times/Goldman Sachs, na categoria Livro Econômico do Ano, pelo seu livro Repenser la pauvreté , em português Repensar a pobreza, que foi escrito em parceria com o marido Abhijit Banerjee.
A profundidade de Esther na área a aproximou do governo dos EUA também. Em 2013, ela foi escolhida pela Casa Branca para assessorar o, então presidente, Barack Obama em temas de desenvolvimento, tornando-se parte do Comitê para o Desenvolvimento Mundial.
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