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Assassinato no Carrefour: empresa de segurança assina acordo milionário

Responsável pela morte de João Alberto no Carrefour em novembro de 2020, empresa destinará R$1,79 milhões à educação e alimentação de pessoas negras

Por Da Redação
5 nov 2021, 11h57
manifestação Carrefour
 (Luis Alvarenga / Freelancer/Getty Images)
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O Grupo Vector, empresa contratante dos dois seguranças que espancaram e mataram João Alberto Silveira Freitas, na época com 40 anos, em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre em novembro de 2020, assinou um acordo milionário com a Justiça nesta quinta-feira (4).

Assinado com a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, o valor do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), estabelecido em R$ 1,79 milhão, será direcionado ao combate do racismo estrutural, à discriminação e à violência. O acordo também evita que a empresa seja cobrada judicialmente pelo caso.

No termo está previsto que a empresa se compromete a investir o valor acordado em educação e alimentação para pessoas negras. Também foram preestabelecidos a repartição e destino do dinheiro. 

De acordo com o negociado, metade do valor será destinada a bolsas em universidades particulares de Porto Alegre, 35% destinados a crianças de até cinco anos para ficarem em creches e outros 15% para cestas básicas mensais a moradores do bairro Passo D’Areia, local em que se encontra a unidade do Carrefour em que Beto Freitas foi morto.

A Vector também se comprometeu a realizar duas outras ações: treinar seus funcionários a identificar e evitar discriminação e racismo estrutural por meio de campanhas, cartilhas e vídeos; e aumentar seu quadro de trabalhadores negros, com metas anuais a serem superadas. Dentro do segundo tópico, eles deverão acelerar o plano de carreira para funcionários negros, para que eles atinjam rapidamente cargos de liderança.

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Uma ouvidoria independente também deverá ser criada para quaisquer denúncias, ainda que a empresa tenha se comprometido a não contratar pessoas que tenham ou tiveram registros criminais relacionados a organizações criminosas, atividades de milícias ou crimes de racismo e injúria racial.

O posicionamento da empresa veio cerca de cinco meses após o Carrefour ter assinado um TAC de 115 milhões e se comprometer a uma série de ações, como estabelecer um plano antirracista e reforçar seus canais de denúncias.

Sobre a família da vítima, no final de maio foram concluídos os últimos acordos extrajudiciais do Carrefour com nove familiares de João Alberto por danos morais e materiais. Milena Borges Alves, a viúva de Beto Freitas e testemunha de sua morte, foi quem recebeu o valor mais alto, acordado em mais de R$ 1 milhão.

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