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Campeã de xadrez dos EUA protesta para não usar véu em torneio no Irã

A jogadora Nazi Paikidze diz que não irá participar do Mundial Feminino de Xadrez caso as mulheres sejam obrigadas a seguir a legislação iraniana

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 15 abr 2024, 08h39 - Publicado em 10 out 2016, 12h55
Austin Fuller
Austin Fuller (/)
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O próximo Mundial Feminino de xadrez acontece no ano que vem no Irã. De acordo com a legislação do país, todas as mulheres precisarão usar hijab (tipo de véu islâmico que cobre toda a cabeça) para competir, incluindo as estrangeiras. Em protesto à decisão, a atual campeã norte-americana de xadrez, Nazi Paikidze, afirmou que não irá participar do Mundial caso seja obrigada a usar o véu. “Não vestirei hijab nem apoiarei a opressão às mulheres, mesmo que isso me impeça de disputar uma das competições mais importantes da minha carreira”, afirmou a exadrista em sua conta no Instagram. 

Paikidze, que tem 23 anos, costuma lutar para incentivar mais meninas a praticarem xadrez. Ela nasceu na Geórgia e se mudou para os Estados Unidos após ganhar uma bolsa na Universidade de Maryland para estudar e jogar xadrez. Ela iniciou uma campanha para que as mulheres não sejam pressionadas a usar véu sem que isso faça parte de sua cultura e religião. Sua petição já coletou cerca de 15 mil assinaturas, incluindo nomes importantes do xadrez, como o russo ex-campeão mundial Garry Kasparov. 

Leia também: Véu e calça: dupla egípcia entra para a história do esporte

O protesto de Paikidze é direcionado à FIDE (Federação Mundial de Xadrez, em português). Ela pede que a organização não realize o mundial em Teerã, capital do Irã, argumentando que regras do regulamento da própria federação estariam sendo desrespeitadas, como o príncipio de “rejeitar a discriminação de tratamento por motivos de origem nacional, políticos, raciais, sociais, religiosos ou de gênero”.

Em sua campanha, ela declara “Isto é mais que um torneio; é uma luta pelos direitos das mulheres“. As mulheres que se recusarem a cobrir o cabelo publicamente no Irã podem ser punidas com multas e prisão. Por isso, ela propõe à federação que o uso do hijab seja opcional ou que a sede do torneio seja transferida. A FIDE aponta que o Irã foi o único país a se manifestar para sediar o Mundial e que não recebeu nenhum protesto relativo às leis iranianas, que deverão ser respeitadas.  

Leia também: Jovem saudita sugere a criação de emoji com véu islâmico 

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