Brasil tem 207,8 milhões de pessoas, indica prévia do IBGE
Censo teve atraso de dois anos em decorrência de cortes orçamentários e pandemia
O Brasil chegou a uma população de 207.750.291 milhões de habitantes, segundo prévia do Censo Demográfico 2022, publicada nesta quarta-feira (28), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Recenseadores do órgão estão em campo desde agosto e vão continuar até janeiro de 2023 para a realização do Censo, que estava programado para 2020, mas foi adiado em razão de cortes orçamentários e da pandemia da Covid-19.
A informação foi divulgada sem que a coleta fosse finalizada para cumprir a lei que exige o encaminhamento da estatística pelo órgão ao TCU (Tribunal de Contas da União), de forma anual, para fins de cálculos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) ‒ fonte de recursos das prefeituras que é distribuído conforme número de habitantes.
“A divulgação tem como objetivo cumprir a lei que determina ao Instituto fornecer, anualmente, o cálculo da população de cada um dos 5.570 municípios do país para o Tribunal de Contas da União (TCU). Seguindo um modelo estatístico, o IBGE entrega um resultado prévio do ano de 2022 a partir dos 83,9% da população recenseada”, declara o IBGE.
O dado foi baseado em coletas realizadas até 25 de dezembro, que alcançaram 83,9% da população recenseada, com o uso de um modelo estatístico. Como a coleta de 2022 não terminou, o IBGE precisou adaptar a metodologia, por meio de projeções que poderiam complementar os números levantados até então.
Em nota, o órgão afirma que “após análises, a equipe do IBGE concluiu que o melhor modelo é o que utiliza os dados do Censo 2022 nos municípios onde a coleta já havia terminado e uma combinação de dados coletados e estimativas”.
Dos 5.570 municípios, foram considerados 4.410 municípios para o Censo. Os 1.160 municípios não coletados para a contagem aparecem na quantidade de pessoas no Brasil, o que só foi possível pela soma da população observada nos setores da pesquisa com a população estimada dos setores não totalmente coletados.
Nos anos em que não há Censo, o IBGE divulga estimativas populacionais para o TCU, que geralmente são pautadas no último concluído ‒ atualmente, é o de 2010. Com a série de atrasos, inclusive desde que começou ‒ a previsão é de que durasse três meses ao invés de seis ‒ existe o risco de judicialização por parte das prefeituras, que disputam a verba do FPM.