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Ansiedade ajuda na preparação para notícias ruins, diz estudo

Torcer pelo melhor e se preparar para o pior: essa é a regra para superar momentos de tensão e expectativa

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 04h57 - Publicado em 4 dez 2015, 11h54
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Se esperar o resultado de um exame importante ou o retorno de uma entrevista de emprego é o suficiente para te tirar o sono, não se preocupe. A ansiedade não é totalmente prejudicial. Pelo menos é o que aponta um novo estudo publicado na revista científica “Emotion”.

Um grupo de voluntários passou por testes sobre o gerenciamento do estresse durante a espera por resultados de exames cruciais. Os pesquisadores descobriram que, durante o período de expectativa, aqueles que tentaram adotar técnicas de relaxamento fracassaram ao tentar reprimir a angústia.

No entanto, quando o resultado positivo chegou, os preocupados ficaram mais felizes que os supostamente “calmos”. Quando o resultado era negativo, os preocupados também estavam mais preparados.

“Uma definição de ‘esperar bem’ é não desenvolver emoções negativas, mas não passar por esse processo mental deixa a pessoa menos preparada para receber o resultado. Esse é o paradoxo, a parte contraditória da descoberta”, explicou Julie K. Norem, autora de “The Positive Power of Negative Thinking” [A força positiva do pensamento negativo] e professora de Psicologia do Wellesley College de Massachusetts.

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O estudo concentrou-se no período de espera, durante o qual a pessoa se encontra incapaz de alterar um resultado que provavelmente lhe mudará a vida. Coordenado por Kate Sweeny, professora associada de Psicologia da Universidade da Califórnia em Riverside, o estudo reuniu 230 estudantes de direito durante os quatro meses posteriores ao exame da Ordem dos Advogados do Estado, em julho de 2013.

A pesquisa revelou que atividades de imersão, como videogames, ou mesmo tarefas domésticas, como limpar os armários, são distrações mais eficazes do que algo passivo, como ver TV. Contudo, nenhuma atividade conseguiu evitar a ansiedade dos formandos durante a espera.

Algumas pessoas preferiram suprimir os temores. “Só que, quanto mais você tenta não prestar atenção, mas consciente você se torna”, disse Sweeny. Outras procuraram se concentrar no lado positivo. “Elas tentaram antecipar algo bom em um resultado ruim, como: ‘Eu me tornarei uma pessoa melhor se for reprovada no exame da ordem’. Essa é uma postura defensiva. Por que prestaram o exame se já pensam em consolo?” Já o terceiro grupo preferiu a abordagem mais eficaz: torcer pelo melhor e se preparar para o pior. Essa postura, chamada pelos pesquisadores de “pessimismo defensivo” ou “enfrentamento proativo”, se renderam a enxurrada de pensamentos negativos quanto à expectativa. “Os angustiados se deram bem. Com um resultado ruim, já estavam preparadas para reagir adequadamente; com um resultado bom, ficaram felicíssimas. Quem conseguiu levar bem o período de espera, ficou acabado com as más notícias, sem saber o que fazer. Já com as boas sentiram meio que um anticlímax, tipo, ‘Ah, tá!’”, explicou a professora.

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