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15 livros da literatura africana, latino-americana e asiática

Conheça nomes importantes da literatura internacional e, com eles, um pouco da realidade das pessoas que vivem em outros continentes

Por Camila Bahia Braga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 abr 2024, 17h18 - Publicado em 2 fev 2017, 18h57

É possível viajar sem sair de casa, se familiarizar a outras culturas mesmo quando a conta bancária ou o tempo não permitem viagens ao exterior – e esses livros são provas disso. Para essa lista, pesquisamos a obra de escritoras e escritores relevantes no continente africano, asiático e latino-americano.

Como toda lista, ela deixa de fora itens adoráveis e interessantes, e deixamos o convite para que continuem a pesquisa além daqui. Selecionamos, contudo, deliciosas oportunidades de passear por outras paisagens e sociedades, na toada das narrativas. Mais do que nunca: boa viagem!

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ÁFRICA

1. Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie)

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(Divulgação)

Enfrento agora o desafio de falar sobre um dos livros de que mais gostei na vida. Americanah nos confronta constantemente com nossos privilégios, seja como ocidentais, mulheres brancas ou pessoas com acesso fácil à educação. A personagem Ifemelu dá voz a conflitos existenciais que dizem muito de nosso tempo, hiper globalizado e com requintes de hipocrisia: como considerar normais os hábitos de uma elite intelectual que se quer o tempo todo sofisticada, depois de ter vindo de origens humildes?

Americanah é a história de uma nigeriana que vai para os Estados Unidos, com toda a semelhança que isso guarda em relação à trajetória da própria autora. Chimamanda é uma das escritoras mais importantes da contemporaneidade, em plena produção e publicização de artigos, palestras, campanhas e novos livros.

Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie
R,90 – Companhia das Letras

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2. Niketche (Paulina Chiziane)

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Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. Nascida em uma família simples, Chiziane é neta de uma contadora de histórias e herdou da avó o talento narrativo, nos envolvendo e encantando. Sua literatura traz suas raízes culturais e a vida cotidiana de Moçambique.

Niketche conta a história do policial Tony e de sua esposa Rami, casados há 20 anos. Por acidente, Rami descobre que Tony é poligâmico, possui mais quatro esposas e filhos espalhados pelo país. Ela decide ir até essas mulheres, realizando uma incursão pelo desconhecido, pelo novo, pelo que há a ser desbravado. Niketche é o nome de uma dança do norte de Moçambique, um ritual de amor e erotismo.

Niketche, de Paulina Chiziane
R$ 59,90 – Companhia das Letras

3. O melhor tempo é o presente (Nadine Gordimer)

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Esse romance foi publicado no Brasil no ano da morte de sua autora, 2014. Nadine Gordimer foi uma das vozes mais importantes contra o apartheid da África do Sul e vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 1991. Seus mais de 30 livros tem sempre a desigualdade racial e os desafios vividos pela África do Sul como pano de fundo, dando forma à vida tanto de vítimas quanto de algozes.

Gordimer foi amiga próxima de Mandela e não deixou de escrever mesmo após o fim do regime de segregação racial. Nesse livro, os outrora amantes clandestinos Jabulile Gumede, mulher negra, e Steve Reed, homem branco, podem finalmente viver, amar e ter filhos em liberdade democrática. Os conflitos de agora são outros, tratados de forma contemporânea e atemporal pela brilhante escritora.

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O melhor tempo é o presente, de Nadine Gordimer
R$ 64,90 – Companhia das Letras

4.  Os Transparentes (Ondjaki)

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(CLAUDIA)

O escritor angolano Ondjaki recebeu por este livro o Prêmio Literário José Saramago, o mais importante da língua portuguesa. A história se passa em Luanda, capital de Angola, e traz personagens criados em densidade, complexidade e riqueza humana. Odonato, Xilisbaba, Amarelinha, AvóKunjikise e MariaComForça moram em um edifício no LargoDaMaianga, no centro; o VendedorDeConchas, o Cego e o Carteiro passam eventualmente por ali, a nos despertar curiosidade e envolvimento.

São jovens que fizeram a transição entre o tempo de guerra e a paz de agora, trazendo lembranças sombrias e planos para futuros brilhantes. A narrativa nos permite experienciar a vida dentro de uma grande cidade africana, com sua teia de relações urbanas, familiares, coletivas e individuais.

Os Transparentes, de Ondjaki
R$ 52,90 – Companhia das Letras

5. Os Pescadores (Chigozie Obioma)

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()

Os pescadores foi publicado no Brasil em 2016, depois de ter os direitos de tradução negociados em mais de 22 idiomas. Chigozie Obioma é nigeriano e atualmente mora nos Estados Unidos, lecionando Literatura na Universidade de Nebraska-Lincoln.

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O romance é resultado das diversas fontes de onde Obioma bebe: as tragédias gregas, as histórias ibo tradicionais, clássicos ocidentais e autores nigerianos fundamentais. Ao pescar tranquilamente em um rio com fama de amaldiçoado, a família Agwu recebe uma trágica profecia do místico Abulu. Dali em diante, juntamente à democracia da Nigéria, a família inicia sua derrocada.

Os Pescadores, de Chigozie Obioma
R$39,90 – Globo Livros

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AMÉRICA LATINA

6. A pele do céu (Elena Poniatowska)

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(Divulgação)

Nascida em Paris, Elena Poniatowska mudou para o México aos 10 anos e lá vive até hoje. A autora ganhou o Prêmio Miguel de Cervantes, o mais notório da língua espanhola, em 2013. Em A pele do céu Poniatowska nos apresenta o interessante Lorenzo de Tena, astrônomo cuja paixão pela ciência foi instigada desde os primeiros anos de vida, com a mãe camponesa a lhe explicar sobre a pasteurização do leite, constelações e outros mistérios.

Conhecemos a zona rural mexicana ao visitar as memórias de infância de Lorenzo, assim como a vida urbana contemporânea, onde ele conhece a figura de Fausta, uma moderna neo-hippie bissexual que o convida à vida para além da ciência pragmática.

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A pele do céu, de Elena Poniatowska
R$ 52,90 – Editora Objetiva

7. O livro dos abraços (Eduardo Galeano)

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(Divulgação)

O escritor uruguaio falecido em 2015 trazia consigo um sonho: o de tornar pequenas histórias em histórias notáveis, o que elas de fato são. Para Galeano, os fatos da humanidade não são os da história oficial, mas da vida que se desenrola a despeito de tudo.

No célebre As veias abertas da América Latina, publicado originalmente em 1971, Galeano embrenha as trajetórias políticas dos países latino-americanos, discutindo imperialismo, capitalismo e subdesenvolvimento. Em O livro dos abraços, no entanto, lemos os casos de um caçador incessante da matéria humana; de um ouvinte atento, sensível e poroso ao outro. Uma leitura tenra e delicada, indicada para aquecer esperanças e afetos.

O livro dos abraços, de Eduardo Galeano
R$ 24,90 – L&PM Pocket

8.  O corpo em que nasci (Guadalupe Nettel)

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(Divulgação)

Um dos grandes nomes da literatura mexicana contemporânea, Guadalupe Nettel borra, neste livro, a fronteira entre ficção e autobiografia. A personagem principal nos narra sua história a partir do divã de um analista, começando em uma infância difícil e caminhando pelas vias da aceitação de si mesma.

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Ela possui um problema no olho direito, que faz com que tenha que carregar um tampão, uma visão borrada e os comentários maldosos de quem a rodeia. A história incorpora a vizinhança, repleta de argentinos e chilenos exilados de ditaduras militares, e os pais da criança, honestos demais para sua pouca idade. O corpo em que nasci é uma narrativa sobre aceitação, real porque escrita.

O corpo em que nasci, de Guadalupe Nettel
R$ 34,50 – Editora Rocco

9.  Meu país inventado (Isabel Allende)

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(Divulgação)

Nascida em Lima, no Peru, em 1942, Isabel Allende escreve desde os 17 anos e teve seu primeiro romance de sucesso publicado em 1982, o premiado A casa dos espíritos. Assim se consolidou como um dos nomes mais importantes da literatura latinoamericana e segue produzindo e publicando romances, ficções, thrillers e memórias. Em Meu país inventado, Allende retoma suas lembranças do Chile, onde se criou. Sua história embrenha-se à história do país, com humor e inteligência ressaltados.

Meu país inventado, de Isabel Allende
R$49,90 – Editora Bertrand Brasil

10. Doze contos peregrinos (Gabriel García Marquez)

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(Divulgação)

Nesta coletânea de contos, o consagrado escritor colombiano Gabriel García Marquez nos apresenta peregrinos latino-americanos vivendo na Europa. Imigrantes com oceanos a lhes separar de tudo que lhes é realmente conhecido e valioso, suas vidas se desenrolam em saudades da terra natal e visões estrangeiras sobre o velho continente.

O passeio da vez é, portanto, por corações latinos em chãos europeus, desenvolvido com maestria pelo ganhador do Prêmio Nobel de Literatura.

Doze contos peregrinos, de Gabriel García Marquez
R$ 49,90 – Editora Record

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ÁSIA

11. Os Excluídos (Yiyun Li)

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(Divulgação)

A escritora chinesa Yiyun Li figura na lista “20 under 40”, elaborada pela revista americana The New Yorker a cada dez anos com nomes promissores da literatura internacional.

Seu primeiro romance publicado no Brasil, Os Excluídos, acontece em uma pequena cidade chinesa depois da morte de Mao tsé-Tung e do fim da Revolução Cultural. Finalmente livre, a protagonista Gun Shan passa a criticar o regime e se tornar uma ameaça para o governo, assumindo uma postura corajosamente contestadora.

Os Excluídos, de Yiyun Lin
R$ 54,90 – Editora Nova Fronteira

12. O deus das pequenas coisas (Arundhati Roy)

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(Divulgação)

Este primeiro livro da escritora indiana a consagrou rapidamente como um fenômeno da literatura. Arundhati Roy conquistou o britânico Booker Prize, seu livro foi publicado em mais de 20 países e rendeu milhões de dólares à autora.

Ambientado na Índia, com rica construção de personagens, cenas e aromas, O deus das pequenas coisas parte da história de dois irmãos gêmeos de sete anos para contar sobre todo o mundo ao redor.

O deus das pequenas coisas, de Arundhati Roy
R$ 29,90 – Companhia das Letras

13. As rãs (Mo Yan)

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(Divulgação)

O escritor chinês foi um dos nomes mais criticados por ter recebido um Prêmio Nobel de Literatura na história da premiação. Foi acusado de ser apoiador e apologista do regime comunista ditatorial, por não criticar o governo. Sua obra, no entanto, segue tendo calorosa importância, principalmente pela visão interna que oferece sobre a sociedade chinesa.

Em As rãs, conhecemos Corre Corre, um aspirante a escritor, e sua tia, uma obstetra com pulso de general. A ela cabe garantir a execução da Política do Filho Único, podendo chegar a realizar abortos em nome do controle de natalidade imposto pelo Estado. As rãs é escrito com humor, destreza, inventividade e riqueza plástica, nos levando até a China pela construção da linguagem.

As rãs, de Mo Yan
R$ 54,90 – Companhia das Letras

14. Kitchen (Banana Yoshimoto)

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(Divulgação)

Kitchen é o primeiro livro da escritora japonesa contemporânea Banana Yoshimoto. O romance recebeu críticas favoráveis em publicações como The New Yorker, The Times e The Independent.

A jovem Mikage Sakurai vive o luto da avó quando se aproxima de um amigo da falecida, Yuichi, que trabalha em uma floricultura. Mikage acaba indo morar com ele e com sua mãe transsexual, Eriko. A jovem é apaixonada por culinária e a viagem do livro nos leva não só ao Japão, mas a cozinhas e experiências gastronômicas ora curiosas, ora apaixonantes.

Publicado no Brasil pela editora Nova Fronteira, o livro está atualmente fora de catálogo, sendo possível comprá-lo por plataformas como Estante Virtual e Mercado Livre.

Kitchen, de Banana Yoshimoto
R$49,50 – Editora Nova Fronteira

15. No zênite (Duong Thu Huong)

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(Divulgação)

No zênite é a principal obra da escritora vietnamita Duong Thu Huong e tem como figura principal Ho Chi Minh, nomeado no romance como “o Presidente”. No livro, política, poder, guerra e amor se misturam, sendo constante a luta por se reerguer e firmar: a nação e seus cidadãos.

A escritora narra a vida de moradores de um pequeno vilarejo, assim como as tramas ocultas dos jogos de poder políticos e os desvios do amor para superar tragédias. Segundo o francês Le Monde, “Duong Thu Huong sabe como criar as cenas, as descrições, a natureza, os detalhes que prendem o leitor sem nunca cansá-lo ou perdê-lo.”

No zênite, de Duong Thu Huong
R$ 64,90 – Editora Objetiva

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