Nátaly Neri inaugura brechó digital guiado por curadoria afetiva
À frente do Veludo Verde, a influenciadora aposta em um olhar sensível para o vestir e propõe uma nova forma de consumo, mais pessoal e sustentável

Uma das principais vozes da sustentabilidade no Brasil, a criadora de conteúdo e cientista social Nátaly Neri inaugura o Veludo Verde Brechó, um espaço digital de curadoria que reúne peças garimpadas por ela e convida o público a consumir moda de forma mais consciente. O projeto, nascido de um desejo antigo, consolida uma trajetória que sempre uniu propósito, estética e responsabilidade.
“Acredito que não há transição, mas sim uma convergência de hábitos, ideologias e construção de carreira”, explica. “Pensar ativismo ambiental e responsabilidade climática é o meu propósito, foi o que me constitui como ser humano e está na base do meu ser.”

Reconhecida pela pesquisa Nexus Influência 2025 como uma das maiores autoridades em sustentabilidade no país, Nátaly vê no brechó uma forma de unir propósito, autonomia e prática. “Como toda mulher moderna que deseja melhores possibilidades de vida, pensar uma carreira alinhada com esses ideais foi bastante natural — só não fiz antes porque ainda não havia maturidade suficiente para me dedicar a um negócio. Felizmente tudo acontece na hora certa.”
Hoje, ela se sente pronta para conduzir um trabalho independente, que traduz o ativismo em ação concreta. “Sinto que estou em um momento bom, em que meu trabalho e minha carreira podem se tornar cada vez mais independentes. Isso fortalece ainda mais meu ativismo e a busca pelos meus ideais.”
A moda como afeto e permanência
O conceito central do Veludo Verde é o que Nátaly chama de curadoria afetiva — um olhar cuidadoso e intuitivo sobre as roupas, que vai além das tendências. “Construí minha visão de moda enxergando cada peça por si só, fora do que é considerado ‘belo’ ou ‘feio’”, diz. “Encontrei o valor nas peças de brechó observando suas texturas, cortes, tecidos e até energia, se quisermos ser mais abstratas.”
A seleção do brechó é guiada por sensações, memórias e histórias. “É afetivo porque tem a ver com lembranças, com a forma singular como cada um de nós enxerga o mundo. Quero que as pessoas possam encontrar roupas que despertem algo, mesmo que seja algo simples, como uma lembrança boa.”
Para Nátaly, o consumo consciente começa com o que já existe. “Nada é mais sustentável do que valorizar e cuidar daquilo que já temos”, afirma. “O melhor consumo consciente é fazer as pessoas perceberem o impacto que o consumo desenfreado de roupas de má qualidade causa — não só no planeta, mas também no nosso bolso.”
Negócio sustentável

Em um cenário ainda dominado pelo fast fashion, ela acredita que o primeiro passo está em mudar o olhar. “A indústria da moda volta e meia repete modelagens e texturas. É quase impossível surgir algo tão novo que você não encontre em algum brechó por aí. Hoje, com as plataformas digitais, é possível buscar com conforto e estilo o que se deseja — e descobrir um universo de possibilidades.”
Para Nátaly, todo negócio de revenda já é, por natureza, sustentável. “Muitas pessoas compram ou vendem sem perceber a importância disso. Mesmo quem tem preconceito com brechó, em algum momento pesquisou o preço de uma bolsa usada. Ou seja, de alguma forma, já se engajou com o consumo consciente.”
Cada gesto — de quem compra, vende, escolhe ou guarda uma peça — ajuda a construir novas formas de consumo menos danosas. “O Veludo Verde é um negócio que estimula a moda circular e propõe um olhar mais sensível sobre o vestir.”
Os planos para o futuro seguem o mesmo caminho de expansão criativa e colaborativa. “Quero que o Veludo Verde seja um espaço criativo, onde eu possa convidar amigos e pessoas que admiro para participar do processo de garimpo. Essa curadoria afetiva pode ser construída a partir de muitos outros afetos.”
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