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Faz só 4 anos que a Seleção feminina de futebol tem um uniforme próprio

Foi só em 2015 que brasileiras puderam ter um uniforme pensado para elas. Antes, camisas e calções usados pelas atletas eram os mesmos da seleção masculina.

Por Ketlyn Araujo
Atualizado em 19 abr 2024, 08h33 - Publicado em 4 jun 2019, 15h27
MANAUS, BRAZIL - AUGUST 09: Andressinha (Andressa Cavalari Machry) player of Brazil battles for the ball with Refiloe Jane player of South Africa during 2016 Summer Olympics match between Brazil and South Africa - Women's Football at Arena Amazonia on August 9, 2016 in Manaus, Brazil. (Photo by Bruno Zanardo/Getty Images) (Bruno Zanardo/Getty Images)
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A intenção ao fazer esta matéria era mostrar como os uniformes da seleção brasileira de futebol feminino mudaram e evoluíram ao longo dos anos, desde que as jogadoras foram convocadas para uma Copa do Mundo pela primeira vez, em 1988. Porém, basta uma pesquisa rápida para perceber que essa tal “mudança” quase não existe.

Foi apenas em 2015, na Copa do Canadá, que as atletas puderam usar camisas e calções pensados especialmente para seus corpos de mulheres. Antes disso, ou seja, de 88 a 2011, os uniformes usados por elas eram os mesmos da seleção masculina, com alguns ajustes.

Existe uma ala da exposição CONTRA-ATAQUE! As Mulheres do Futebol – que conta a história do futebol feminino e fica aberta ao público até 20 de outubro deste ano, no Museu do Futebol (SP) -, dedicada aos uniformes usados pelas atletas ao longo das últimas décadas. Ali, é explicado que a necessidade de existir uniformes pensados especialmente para o corpo das mulheres não é sobre estética, mas sobre performance – afinal, as roupas usadas pelas jogadoras deveriam ser confortáveis o suficiente a ponto de não atrapalhar a atuação em campo.

“Como em qualquer esporte, a importância de haver uma roupa adequada à anatomia feminina tem a ver com o desempenho das atletas, não é uma questão de beleza”, diz texto da mostra.

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Na exposição, dá para ver que, até pouco tempo, as seleções feminina e masculina ‘dividiam’ os mesmos uniformes (Juliana Morales/MdeMulher)

Em uma entrevista para o site Dibradoras, da UOL, a jogadora brasileira Sissi, que atuou na seleção de 88 a 99, conta que o uniforme masculino, para elas, era enorme:

“A gente dobrava o short para dar certo. Aí ficávamos rindo uma da cara da outra olhando essa situação. Mas na época ninguém se importava com isso, o que importava era a paixão, o sonho. A gente queria mostrar que a gente tinha capacidade”, disse a atleta. A mesma matéria afirma que, mesmo quando as jogadoras passaram a ter seus nomes estampados nas costas das camisas, elas tinham de devolvê-las à CBF no final de cada partida, não podendo ficar com as peças.

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Neste 2019, ano que marca a oitava edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino, desta vez na França e com início na próxima sexta (7), as coisas estão bem diferentes. Esta é a primeira vez na história, por exemplo, que a Nike, responsável pelos uniformes das brasileiras e patrocinadora oficial da seleção, criou dois modelos de camisa inéditos e exclusivos para as jogadoras, que também podem ser comprados pelo público. Em 2015, apesar das camisas e shorts terem sido criados para as atletas, as peças não foram comercializadas.

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(Nike/Divulgação)

O uniforme principal é composto pela camisa amarela (no tom batizado pela marca de ‘Samba Gold’, o mesmo usado pelos jogadores na Copa de 2018), shorts azul – em novo corte e caimento, a pedido das atletas – e meias brancas. As mangas das camisas têm, ainda, detalhes em verde.

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(Nike/Divulgação)

Já o segundo uniforme, novidade da vez, tem design inspirado em uma constelação, prestando homenagem a todas as estrelas que já passaram pela Seleção feminina. A camisa conta com uma estampa gráfica que representa o céu, clareando em degradê à medida que chega à cintura. Detalhes em azul na gola e nas mangas também estão presentes, e o uniforme fica completo com os shorts brancos e os meiões, no mesmo tom da camisa.

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(Nike/Divulgação)

Mas o grande destaque dos novos uniformes, co-criados a partir de estudos e troca de informações com jogadoras profissionais e amadoras, é um detalhe bem significativo: trata-se de uma inscrição secreta na parte interna da camisa, que traz os dizeres “Mulheres Guerreiras do Brasil”, surpresa da Nike em homenagem à Seleção Feminina.

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(Nike/Divulgação)

“Quando vestimos a camisa do Brasil, além de buscar o melhor para a equipe, nós estamos brigando para que todas as mulheres tenham seu espaço no esporte. Temos enorme responsabilidade como referência para todas as meninas apaixonadas pelo esporte. Vai além da prática esportiva porque é uma luta pela igualdade”, falou Andressinha, meio-campista da Seleção. Além da Nike, a marca alemã Adidas, patrocinadora oficial da seleção do país, também fez questão de criar peças exclusivas para mulheres nesta temporada.

Os novos uniformes estão à venda nas lojas físicas e e-commerce da Nike, em tamanhos que vão do PP ao GG. As camisas de Jogadora saem por R$ 449,90, e as de Torcedora por R$ 249,90, enquanto os shorts custam R$ 299,90.

O Brasil faz sua estreia na Copa do Mundo de Futebol Feminino no próximo domingo, 9 de junho, às 10h30. A partida acontece em Grenoble e será contra a seleção da Jamaica.

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