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Enquanto o mundo continua em 2018, Rihanna está em 2049

Convidada do histórico desfile masculino da Louis Vuitton, Riri tem algumas coisas a ensinar.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 16 jan 2020, 12h39 - Publicado em 22 jun 2018, 17h33
PARIS, FRANCE - JUNE 21: Rihanna attends the Louis Vuitton Menswear Spring/Summer 2019 show as part of Paris Fashion Week on June 21, 2018 in Paris, France. (Photo by Pascal Le Segretain/Getty Images) (Pascal Le Segretain/Getty Images)
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Rihanna

Rihanna estava em Paris, ontem (21), e foi uma das convidadas do desfile masculino histórico de Virgil Abloh, primeiro estilista negro da elitista Louis Vuitton. Ela não estava lá à toa (ou por que pagaram milhões para ela estar lá), no fim das contas, ela tem contrato com a Dior, ela compareceu por saber da importância desse momento no qual mais um membro da comunidade negra da qual ela faz parte ocupa um lugar por anos reservado para quem tem a pele branca. Beyoncé e Jay Z fizeram o mesmo, recentemente, no Louvre.

Ela mesma é o maior exemplo disso. Riri nunca esteve interessada em performar o que se espera dela. Como assim uma garota negra é dona da marca de beleza mais bem-sucedida dos últimos anos, a Fenty Beauty, que chacoalhou o mercado com uma estratégia aparentemente óbvia: diversidade. E o que ela faz ao mesmo tempo? É a cantora com mais músicas número 1 da última década nos Estados Unidos. Não bastasse, ela ainda tem uma parceria de muito sucesso com a Puma e está em um dos filmes mais bem-sucedidos do ano, “Oito Mulheres e um Segredo”.

Ela tem 30 anos e está ocupando com excelência diversos lugares que historicamente sempre foram negados para mulheres negras. E está estendendo essa influência toda para colocar luz no trabalho de outras pessoas da comunidade da qual ela faz parte, como Virgil. Isso é demais.

Rihanna
Rihanna no desfile masculino da Louis Vuitton. (Dominique Charriau/Getty Images)

Além dos looks do dia

E sabe o que é demais também? Como ela consegue de forma impressionante traduzir todas essas conquistas para o guarda-roupa dela. Porque, por mais que muita gente tente desmerecer o poder da moda de comunicar ideias, todas as vezes que Riri aparece em um tapete vermelho ela está reiterando esse posicionamento de que não é apenas uma coisa, de que não está no rolê para atender um certo tipo de expectativa. E ela faz isso com looks do dia.

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Ah, se o senso comum acha bonito vestidos de princesa cheios de renda e transparência, Rihanna vai na contramão e brinca com as formas, com as proporções, com os papéis de gênero. O look dela nesse desfile diz isso, os looks delas há anos dizem isso. Se só é feio até ela dizer que não, que bom, estamos em boas e generosas mãos.

Enquanto o mundo continua em 2018, Rihanna está em 2049.

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