Como uma collab entre interior e periferia está transformando a moda brasileira
Ana Clara Watanabe e Rafaela Pinah uniram forças em uma exposição no Rio de Janeiro
 
							Quatro horas de carro separam Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, do bairro de Realengo, no Rio de Janeiro. Os mais de 200 km, porém, não foram suficientes para afastar os trabalhos de Ana Clara Watanabe e Rafaela Pinah.
Em um editorial com direção criativa de Rafaela e Ana, e roupas da WTNB, marca da estilista, as duas uniram suas mentes criativas para dar vida a uma exposição, na Ocupa Tok, aberta ao público até 8 de novembro. O projeto foi viabilizado pela Heineken.
Tudo começou na fazenda dos avós de Ana, em Pindamonhangaba. Lá, uma equipe de jornalistas e criadores de conteúdo, além da própria Rafaela, pôde conhecer o ambiente que moldou a estilista, mas também o futuro que ela pretende construir.
Depois vieram as trocas entre as criadoras, o momento de colocar as ideias em prática e, por fim, a hora de apresentar o resultado dessa união. Acompanhamos o lançamento da exposição, em Realengo, e conversamos com Rafaela Pinah sobre esse novo capítulo.
A importância da exposição acontecer em Realengo
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“Temos um problema de mobilidade urbana no Rio de Janeiro, a cidade não se conecta. Existe uma falsa ideia de integração, mas Realengo é um lugar esquecido. Trazer visibilidade para uma região como essa é importante”, diz ela sobre o local da exposição.
Não basta falar sobre esse Rio de Janeiro, é preciso refletir sobre como se fala. “Estamos criando uma imagética diferente para esse lugar”, explica. Rafaela acredita que, ao fazer isso, quem vive lá pode se enxergar (e ser enxergado) de outras maneiras.
Mas traduzir isso em imagens, enquanto conecta sua história à de Ana, não é tarefa simples. Parte da solução foi encontrar os pontos em comum das duas criadoras.
Como o trabalho de Ana Clara Watanabe e Rafaela Pinah se conectam
 
    À primeira vista, parecem universos distantes. Mas seus trabalhos compartilham um propósito semelhante. De família nipo-brasileira e criada em Pindamonhangaba, Ana olha para suas origens para desenvolver suas peças. No entanto, também contrata costureiras locais e as ensina a cobrar um preço justo por seu trabalho, cultivando uma agrofloresta na fazenda dos avós e doando alimentos para instituições e para os próprios trabalhadores.
“Muitos deles produziam alimentos, mas não comiam, porque seria menos um produto para vender na feira”, contou. “As costureiras agora conseguem fazer outras coisas, inclusive cuidar da própria saúde por conta desse dinheiro”, acrescenta.
Rafaela também é responsável por uma atuação profunda em sua comunidade. Criadora do Coolhunter Favela, um escritório de pesquisa etnográfica dedicado a mapear e decodificar tendências populares, também é responsável pela Casa Tok, espaço criativo do projeto.
Lá, já revelou modelos, desenvolveu ações sociais e criou pontes com grandes marcas de moda. Um exemplo: o espaço tem um dia para meninos da comunidade poderem cortar o cabelo gratuitamente.
As duas ainda compartilham uma paixão pelo Carnaval. No editorial, modelos posam com laces de cabelo liso, vestem peças da WTNB e revelam a combinação entre seus trabalhos.
 
    Como Rafaela Pinah se relacionou com o trabalho de Ana Clara Watanabe
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“Quando a gente vai para o continente asiático, ainda existe uma xenofobia muito forte com o desconhecido, com a própria linguagem. Quando comecei essa collab, senti medo de errar, de confundir alguma coisa, mas também muito entusiasmo. Fui com o coração aberto para aprender”, diz Rafaela.
Essa experiência também a transformou. “Eu queria me aproximar daquela construção imagética que a Ana traz no trabalho dela. Isso foi muito diferente do que eu costumo fazer, e me acrescentou demais.”
Na visão de Rafaela, o trabalho com Ana mostra como a colaboração é importante. “Acho que a gente tem que insistir, acordar e dizer: ‘vamos fazer juntos’. A internet tem esse poder de aproximar conversas. Hoje eu me sinto confortável para dizer que não estamos sozinhas, e que as coisas podem avançar.”
Os pais da diretora criativa estavam na plateia, ouvindo-a falar sobre o impacto do projeto, o processo de criação e a importância de ativações semelhantes.
“Fico emocionada de poder mostrar outra narrativa, de ser uma travesti falando sobre tantas coisas, não apenas sobre uma pauta identitária de gênero. Ver meus pais assistindo a isso me deixa com o coração aquecido.”
Para mais informações, confira o Instagram da @casatok___ e @wtnb.
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