Qual a melhor taça para cada tipo de vinho e por quê
Sommelière explica como o formato e o material da taça influenciam na percepção de aromas, sabores e até na temperatura da bebida

Assim como um prato bem apresentado valoriza a comida, a taça certa pode transformar a forma como apreciamos um vinho. O ritual começa pelo olhar, passa pelo olfato e só então chega ao paladar. “A taça é, em resumo, o palco onde o vinho se apresenta”, afirma a sommelière Marina Bufarah, do Grupo Wine.
A sommelière Gabriela Teixeira, do bar de vinhos Belisco (RJ), ressalta que, em vinhos mais complexos, o formato da taça faz diferença na degustação, influenciando tanto a percepção dos aromas quanto a interação do vinho com o ar.
Ainda assim, ela lembra que não é preciso abandonar um bom rótulo por falta da taça ideal: “Para vinhos do dia a dia, até um copo americano permite apreciar a bebida de forma descontraída”, afirma a especialista.
Segundo a sommelière da Wine, a transparência do vidro ou cristal permite observar o corpo e a coloração, enquanto o formato interfere diretamente na liberação dos aromas e no modo como o vinho chega à boca. “Ela prepara o olhar, cria expectativa e coloca a gente na postura de quem está pronto para aproveitar o momento”, completa.
Cristal x vidro: o material também importa
Para quem busca uma experiência mais técnica, o cristal é a escolha ideal. Suas paredes mais finas transmitem delicadeza, e a porosidade favorece a micro-oxigenação do vinho.
Já o vidro comum, mais espesso e menos poroso, cumpre bem a função em encontros casuais. “Se a ideia é evoluir a experiência, investir em cristal faz sentido, mas para o dia a dia um bom vidro temperado já garante uma boa experiência”, orienta Marina.
Qual taça para cada vinho?

Existem formatos clássicos que ajudam cada estilo de vinho a se expressar melhor:
- Bordeaux (bordalesa): bojo alto e elegante, ideal para tintos encorpados e tânicos, como Cabernet Sauvignon.
- Borgonha: bojo largo e boca levemente fechada, perfeito para vinhos delicados e aromáticos.
- ISO (universal): tamanho médio e boca afunilada, funciona como taça coringa, prática para degustações variadas.
- Vinho branco: menor e estreita, preserva frescor e concentra aromas sutis.
- Rosé: parecida com a de branco, mas com bojo um pouco maior para destacar frutas e frescor.
- Espumante (flûte): alongada e estreita, mantém as borbulhas e direciona os aromas.
- Sobremesa: pequena e fechada, indicada para fortificados e colheitas tardias, como o vinho do Porto.
Aromas e temperatura sob medida
O tamanho do bojo é decisivo na percepção aromática. Taças mais largas permitem maior oxigenação, ideais para tintos encorpados; já as menores concentram perfumes delicados, como de um branco aromático. “É ali que o vinho respira, abre e mostra suas nuances”, explica Marina.
Outro detalhe essencial é a haste, que permite segurar a taça sem aquecer o líquido, garantindo que o vinho seja apreciado na temperatura correta.
O que não pode faltar em casa
Embora existam dezenas de formatos, não é necessário ter uma coleção completa para beber bem. Para Marina Bufarah, quem deseja praticidade pode apostar em uma taça universal ISO ou, no caso dos tintos, numa Bordeaux, que atende a boa parte dos estilos mais consumidos.
“A escolha da taça não precisa ser complicada, mas entender seu papel ajuda a valorizar cada garrafa aberta”, finaliza a sommelière da Wine.
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