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Ilha do Mel: uma viagem para se desconectar e aproveitar a natureza

Parece uma utopia: não há carros, nem estradas, nem poluição, apenas natureza, mar e, se der sorte, golfinhos. Bem-vindos ao seu novo refúgio de férias

Por Viviane Auerbach
11 nov 2022, 08h08

Quando você estiver cruzando a Baía de Paranaguá, uma rápida travessia marítima de 20 minutos, largue o celular. Esqueça as redes sociais, as notícias de última hora e respire fundo o envolvente perfume da brisa do mar. Pronto, você chegou à Ilha do Mel. Para quem está atrás de hotéis e restaurantes estrelados, esse cantinho no litoral do Paraná é o destino mais impróprio. Exatamente o oposto de qualquer pompa e circunstância, por lá, o tempo e a vida têm ritmo próprio.

A área é totalmente protegida por uma dura e correta legislação ambiental que abrange desde o número de turistas que entram simultaneamente no balneário — são permitidos 5.000 por vez — até a proibição de carros e animais. Tudo pensado para a proteção da fauna e flora locais e, como não poderia deixar de ser, a experiência do viajante.

Quem poderia imaginar, em pleno 2022, andar por um lugar que não tem ruas? Pois a Ilha do Mel não tem. São vielas, bastante estreitas, todas de areia e margeadas pelas cerquinhas de madeira das casas, pequenos hotéis e restaurantes. Tampouco existe luz elétrica, a não ser a particular de cada propriedade. A vivência turística é basicamente feita toda a pé. Uma dica: programe-se para ir em uma noite de Lua Cheia, o espetáculo da natureza, aliado à inexistência de luz elétrica, é belíssimo.

praia Ilha do Mel
A vivência turística na Ilha do Mel é basicamente feita toda a pé. (Milton Shirata/Divulgação)

Um pouco da história da Ilha do Mel

Nos anos 1970, a Ilha do Mel foi descoberta por hippies. Transformou-se na meca da turma paz e amor, que deixou suas heranças para todos os lados. Na década de 1990, foi a vez da galera das pranchas chegar por lá. Porém, a história da Ilha do Mel remonta aos tempos do Brasil Imperial. Tombada pelo Patrimônio Histórico em 1975, até a colonização portuguesa era exclusivamente habitada por índios carijós. Mas a ocupação humana vem desde a pré-história, conforme testemunham inúmeros sambaquis — montanhas construídas com cascas de moluscos, encontradas em quase todo o litoral brasileiro.

A região já era conhecida dos primeiros europeus que vieram ao Brasil, contudo, somente com Hans Staden, no século 16, que foi criada a primeira carta da baía, com o Canal de Superagui, a Ilha das Peças e a Ilha do Mel. Todavia, é no século 19 que a Ilha do Mel acaba se transformando em localização estratégica, com a construção da Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em 1769, pelo Marquês de Pombal, para garantir a segurança do ancoradouro da Vila de Paranaguá, por onde saíam do país ouro, madeira e erva-mate. À época, o Porto de Paranaguá era um dos mais importantes do país.

praia Ilha do Mel
A ilha é dividida basicamente por dois grandes vilarejos: Nova Brasília e Encantadas. (Joel Rocha/Divulgação)

Pé na areia

Para quem se interessou pela vibe bicho-grilo do destino, vamos do começo. São duas partes: um pequeno pedaço habitado e a Estação Ecológica. Dos seus 2.710 hectares, 95% são de áreas verdes com vegetação nativa, e apenas 200 hectares têm permissão para uso humano. A ilha é dividida, majoritariamente, em dois grandes vilarejos: Nova Brasília e Encantadas. Ao todo, são 30 praias para explorar espalhadas em mais de 25 quilômetros.

Encantadas é o bairro mais movimentado, onde fica o píer e o ponto de chegada de todos que vão à Ilha do Mel. Ali, o viajante encontra assistência à beira-mar, como bares e restaurantes, além da maior oferta de pousadas, comércios e mercados. Já em Nova Brasília, o turista tem alguns poucos hotéis e restaurantes, e as praias são de natureza pura, nada além de vegetação, areia e mar.

Vale reforçar que a ilha não permite a entrada de carros, não existe nenhum tipo de rua ou estrada, isto é, o meio de transporte são nossos pés, por trilhas, ou uma boa bicicleta. Para quem está cansado ou tem dificuldade de mobilidade, os táxis marítimos são uma opção. Aproveite a vista.

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por do sol ilha do mel
Não há dúvidas: as vistas da Ilha do Mel são de tirar o fôlego. (Divulgação/Divulgação)

Muito charme

Esqueça, por ora, as grandes redes hoteleiras. A Ilha do Mel conserva os seus traços também na hora de dormir. A hospedaria local segue bem o perfil da ilha. São pousadas pequenas, algumas bastante simples, com um aconchego quase de interior. O destaque fica com a Grajagan. Encravado de frente para o mar, em Nova Brasília, e para a Praia Grande, esse resort é point de surfistas e de quem busca tranquilidade e conforto. Toda construída de madeira, com toques de decoração da Indonésia, a pousada conta com um ótimo restaurante especializado, claro, em frutos do mar. Tem suítes e chalés que podem acomodar até seis pessoas, com vista para o mar ou para o jardim do local, e usa boa parte de energia sustentável.

Se a ideia é desconectar pero no mucho, a estadia em Encantadas pode ser a solução. O bairro mais movimentado da ilha entrega o descanso, sem deixar de lado um certo agito praiano ao longo do dia e à noite. A dica de hospedagem por essas bandas é a pousada Caraguatá. Simples, mas funcional, e com toques de hospedaria de praia, toda construída de madeira e bem ao lado do píer, isto é: você está a passos de tudo, restaurantes, praias, lojinhas, mercados e bares.

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Ilha do Mel
Mais uma vista incrível da Ilha do Mel. (Divulgação/Divulgação)

Hot Spots

Praia, natureza, caminhadas, quem não curte um relaxamento? Mas, além de um delicioso dolce far niente, a Ilha do Mel também conta com preciosidades que valem a agenda e cada caminhada para conhecê-las. Prepare o seu chinelo, escolha seu melhor tie-dye e não esqueça o protetor solar.

A mais movimentada e envolta em lendas é a Gruta das Encantadas. Patrimônio natural da região, é uma fenda num imenso paredão rochoso formado ao longo dos séculos pelo desgaste das pedras. A lenda conta de uma morada de sereias que encantavam navegadores e perdiam o rumo de suas embarcações. Com ou sem as sereias, organize-se para sair um horário bem cedo, o lugar lota.

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Já o Farol das Conchas, idealizado por Dom Pedro II, em 1872, precisa de fôlego. Para chegar ao topo do Morro do Sabão, uma escadaria de algumas centenas de degraus que pode intimidar os veranistas. Muna-se de uma garrafa de água e vá com um passinho devagar, porque a vista vale.

A Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, monumento militar com canhões instalados no alto do Morro da Baleia, é outro dos passeios imperdíveis. Chega-se lá de duas formas: a pé, por uma caminhada pela praia de cerca de uma hora (na maré baixa), saindo de Nova Brasília, ou com um táxi marítimo. Se for pelo mar, aproveite a paisagem na Baía dos Golfinhos, é comum conseguir vê-los bem próximos das embarcações. Desconectar-se nunca foi tão recompensador.

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