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Como usar o 13º salário para finalmente sair do vermelho em 2025

Momento para para aliviar dívidas, financiar metas pessoais e garantir estabilidade no futuro

Por Paola Carvalho
21 nov 2024, 13h37
Educadora financeira Amanda Dias, fundadora do projeto Grana Preta.
Educadora financeira Amanda Dias, fundadora do projeto Grana Preta. (Divulgação/Divulgação)
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O 13º salário, uma gratificação natalina esperada por milhões de brasileiros, chega todos os anos como uma oportunidade de alívio financeiro ou de frustração, dependendo de como é utilizado. Para muitos trabalhadores, o pagamento em duas parcelas — a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro — representa uma chance de desafogar dívidas, planejar as festividades de fim de ano ou até dar início a novos projetos. No entanto, especialistas alertam que, sem planejamento, essa renda extra pode ser facilmente desperdiçada com gastos impulsivos.

CLAUDIA conversou com as educadoras financeiras Amanda Dias, do projeto Grana Preta, Dina Prates, fundadora da Ujamaatech, e Mila Gaudencio, consultora do Will Bank. Elas falaram sobre como usar o 13º de forma eficiente.

1) Saiba calcular o valor a receber

Apesar de ser uma renda garantida para quem trabalha no regime CLT, o 13º salário ainda é cercado de dúvidas. O valor é proporcional ao período trabalhado no ano e, em casos de quem iniciou o emprego após janeiro, será menor do que o equivalente a um salário cheio. Além disso, a segunda parcela chega descontada por tributos como INSS e Imposto de Renda. Saber calcular o montante e, principalmente, como utilizá-lo de forma consciente, é o primeiro passo para aproveitar esse recurso estratégico.

Mila Gaudencio destaca que o 13º não deveria ser tratado como um bônus. “De acordo com a última edição da pesquisa de Dismorfia Financeira do Will Bank, banco digital com mais de 8 milhões de clientes, 90% dos brasileiros não conseguem comprar tudo o que precisam e não contam com reservas que permitam fazer planos e pensar no futuro. Diante disso, a quantia pode até parecer uma renda extra, mas, com um bom planejamento, o 13º pode fazer parte da estratégia financeira anual de cada pessoa”, explica.

Não gaste o valor de imediato

Segundo ela, a principal orientação é evitar gastar o valor assim que ele cai na conta. Isso ajuda a evitar compras impulsivas e a garantir que o dinheiro seja utilizado em prioridades, como o pagamento de dívidas, reservas para gastos fixos ou mesmo investimentos futuros.

Para Amanda Dias, primeiramente, é importante priorizar o pagamento de dívidas, especialmente se tiver juros altos, como de cartão de crédito ou cheque especial (famoso limite da conta).

“Antes de se apressar para quitar as dívidas é muito importante entender quanto você quer dispor para quitar, se vai guardar uma parte para os gastos extras das festas de fim de ano. Além disso, verifique os juros de suas dívidas, consulte um especialista em Finanças para entender se os juros são abusivos e quais são as possibilidades de negociar, reduzir ou parcelar o valor total da sua dívida”, diz.

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Ela continua: “Agora, se as dívidas estiverem sob controle, você pode separar uma parte para despesas extras de fim de ano (como festas, presentes e viagens), mas sem esquecer de reservar uma parte para emergências, mesmo que seja simbólica para início de ano. A ideia é usar o 13º de forma estratégica no presente, sem comprometer o futuro.”

E quem é autônomo e empreendedor?

Para os autônomos e empreendedores, que não contam com o benefício formal do 13º, a recomendação é criar um planejamento semelhante, diluindo o equivalente a um salário em 12 meses. Ao reservar mensalmente uma porcentagem da renda e investir em aplicações de baixo risco, como o Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária, é possível garantir um montante extra ao final do ano. Essa prática permite não apenas planejar melhor os gastos, mas também criar uma mentalidade financeira mais saudável.

A educadora financeira Dina Prates, fundadora da Ujamaatech
A educadora financeira Dina Prates, fundadora da Ujamaatech (Divulgação/Divulgação)

Dina Prates alerta que mesmo quem já possui um planejamento pode enfrentar desafios para dividir o 13º de forma eficiente. O ideal, segundo ela, é pensar em três versões de si mesmo: Para sua versão do passado, destine uma parte para resolver pendências financeiras, como dívidas acumuladas, trazendo paz para o agora.”

Para sua versão do presente, Dina sugere separar um valor para curtir o momento, seja nas festas ou por meio de algum pequeno mimo e lazer, mas sempre com um limite consciente.

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Por fim, para a versão do futuro, ela recomenda pensarmos em formar de ajudar o nosso amanhã, seja por meio de um guarda-chuva financeiro (reserva de emergência) ou investindo seu dinheiro em alguma aplicação, curso entre outros, garantindo que essa versão agradeça pelas escolhas feitas hoje.

13º como ferramenta de planejamento para o próximo ano

O 13º também se revela essencial no planejamento para os primeiros meses do ano seguinte. Despesas fixas como IPTU, IPVA, material escolar e até férias escolares costumam aparecer logo em janeiro, tornando o final do ano um momento estratégico para se preparar financeiramente. Reservar parte do benefício para essas contas ajuda a evitar sustos no orçamento, permitindo começar o ano com maior tranquilidade.

Embora o 13º tenha um impacto significativo, não se deve ignorar sua relação com os hábitos de consumo. Muitas pessoas, ao encará-lo como uma renda extra, acabam gastando de maneira impulsiva, especialmente em presentes caros ou festas maiores do que o orçamento permite.

Evitar esse comportamento exige planejamento e, principalmente, uma visão mais ampla da vida financeira. Incluir o 13º no planejamento anual, considerando todas as entradas e saídas previstas, é uma maneira eficiente de organizar as finanças e priorizar o que realmente importa.

O potencial transformador do 13º vai além do presente. Ele pode ser o ponto de partida para uma mudança de comportamento financeiro, desde que seja usado de maneira consciente e estratégica.

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Aproveitar esse momento para refletir sobre o que funcionou ou não ao longo do ano também é uma oportunidade de aprendizado. Ao final, o mais importante não é o valor recebido, mas como ele é utilizado para construir uma base financeira mais sólida, garantindo maior liberdade e segurança no futuro.

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