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Como é visitar uma vinícola? Da uva à taça, veja a experiência completa

Guaspari, no interior de São Paulo, oferece visitas com café da manhã, passeio pelos vinhedos e até almoço harmonizado

Por Jonathan Pereira
23 jul 2025, 18h31
Uvas passam por um longo processo antes de irem do vinhedo à taça de vinho
Uvas passam por um longo processo antes de irem do vinhedo à taça de vinho (Reprodução/Instagram)
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Quem gosta de vinho já deve ter se perguntado o caminho que a uva faz até ser transformada na bebida e levada à garrafa. É possível acompanhar parte desse processo na vinícola Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal (a 190 km de São Paulo), que realiza visitas guiadas com café da manhã e passeio pelos vinhedos. CLAUDIA acompanhou a Visita da Vindima e conta tudo o que acontece.

Como é a experiência em um vinícola

A safra é colhida nos meses de julho e agosto, para aproveitar melhor a amplitude térmica, insolação e ausência de chuvas na região. Depois do café na manhã na fazenda – adquirida pela família em 2001 – você é levado de caminhão até os vinhedos.

Trabalhadores colhem as uvas na vinícola Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal (SP)
Trabalhadores colhem as uvas na vinícola Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal (SP) (Reprodução/Instagram)

No caminho, passamos por cafezais (a cidade é conhecida como a “capital estadual do café” e a safra da fazenda é vendida em microlotes). Chega-se então ao ponto mais alto, a 1.280 metros, conhecido como “Pista da Serra”, com vista 180ºC para a Serra da Mantiqueira.

Nos vinhedos, as uvas ficam protegidas por telas até o momento da colheita. Mesmo com o uso da tecnologia para detecção de pragas, roseiras também são plantadas à beira das fileiras de vinhedo. Adriano Rafael, sommelier da vinícola que acompanha o passeio, explica o motivo.

A colheita das uvas na vinícola Guaspari, no interior de SP
A colheita das uvas na vinícola Guaspari, no interior de SP (Reprodução/Instagram)

“Qualquer tipo de praga ou doença que atacar as videiras, primeiro pega na roseira, por ser uma planta mais sensível. A partir disso, o viticultor identifica se existe alguma praga ou doença se aproximando e consegue realizar um tratamento precoce no vinhedo. Nós plantamos rosas vermelhas para demarcar vinhedos de tintos, e rosas brancas e amarelas para demarcar vinhedos de branco”.

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Colheita

Uvas prontas para serem colhidas na Vinícola Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal, interior de SP
Uvas prontas para serem colhidas na Vinícola Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal, interior de SP (Reprodução/Instagram)

Com as primeiras videiras plantadas em 2006, a Guaspari se destaca entre os 29 produtores de vinho da cidade e foi umas pioneiras no manejo de dupla poda, o que permite que as uvas sejam colhidas no inverno, diferente da maioria da produção de vinhos pelo mundo, cujas uvas são colhidas no Verão. Rafael conta como é o processo.

“Para garantir uma colheita de inverno, realizamos duas podas cruciais na videira. A primeira poda, de formação, acontece em setembro. É um processo drástico: literalmente removemos a parte vegetativa da planta com uma motosserra. Em dezembro, a videira começa a desenvolver os primeiros cachos, mas nós os descartamos. Assim, no início do ano, damos início à poda de produção. Essa segunda poda estimula a brotação em março e a floração em abril, permitindo que os cachos se desenvolvam plenamente para a colheita durante o inverno.”

As belas uvas que dão origem aos vinhos
As belas uvas que dão origem aos vinhos (Reprodução/Instagram)

Ele afirma que seria possível produzir de forma natural vinhos licorosos (com teor alcóolico acima de 17%), mas a opção é pelos vinhos tranquilos (abaixo de 16%). Para isso, há um cuidado com a fotossíntese da videira, limitando de 15 a 30 folhas por ramo, o que faz com que os cachos não fiquem tão doces.

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Uvas ficam com telas de proteção até o momento da colheita
Uvas ficam com telas de proteção até o momento da colheita (Reprodução/Instagram)

E não é só isso: enquanto a colheita não acontece, o acompanhamento inclui recolher folhas das videiras entre 0h00 e 4h00 e colocá-las dentro de uma câmara, para verificar se há estresse hídrico.

A amplitude térmica do inverno na região ajuda no resultado final, revela o sommelier. “Isso é fantástico para a uva. Durante o dia, temos temperaturas de 30ºC, 35ºC, que ajudam no amadurecimento e concentração de açúcar, e, à noite, caem para 10ºC a 8ºC, chegando a 3ºC nas partes mais altas, o que faz engrossar a casca e torna os vinhos extremamente equilibrados”.

Como “nasce” o vinho

Uvas prontas para serem colhidas para a fabricação do vinho na Vinícola Guaspari, no interior de SP
Uvas prontas para serem colhidas para a fabricação do vinho na Vinícola Guaspari, no interior de SP (Tuca Reines/Divulgação)

Depois de colhidas as uvas, elas passam pela desengaçadeira, que separa os cachos da baga, e são prensadas para obtenção do mosto (a parte líquida que dará origem ao vinho). “Todos os estilos de vinho que produzimos fermentam em tanques de inox e estagiam em barricas de carvalho francês por 6 a 30 meses. Após o quarto uso, vendemos as barricas para cervejarias, cachaçarias, fabricantes de destilados em geral. A Sauvignon Blanc estagia parte em tanques de inox, parte em ‘ovo de concreto'”.

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Os tanques de inox por onde os vinhos passam, e a cave das garrafas, que levam um ano para serem comercializadas
Os tanques de inox por onde os vinhos passam, e a cave das garrafas, que levam um ano para serem comercializadas (Arquivo Pessoal/Arquivo pessoal)

No tanque, a levedura fica no fundo. Um agitador é conectado para movimenta-la. Após o período necessário de quatro dias, o vinho é retirado pelo registro superior enquanto a levedura é descartada. No concreto, não é necessária a agitação, e o processo leva de 8 a 9 dias. O vinho fica em contato com a levedura por um ano para dar mais cor e intensidade ao produto. Depois desse período, é filtrada a parte líquida da sólida para o tanque de inox e envasado nas garrafas, que ficam armazenadas na cave aguardando um ano para serem comercializadas.

Vinhos da Guaspari passam de 6 a 30 meses em barricas de carvalho francês antes de serem engarrafados
Vinhos da Guaspari passam de 6 a 30 meses em barricas de carvalho francês antes de serem engarrafados (Reprodução/Instagram)

Após essa verdadeira aula, os visitantes são levados para o almoço no restaurante com um cardápio criado pelo chef Tuca Mezzomo, do Charco Restaurante. Um amuse-bouche com charcutaria e panificação artesanais fica à disposição e, em seguida, é servido um menu em quatro tempos – cada um harmonizando com os vinhos da Guaspari – finalizando com picolé de coco. A experiência, que dura cerca de 6 horas e vai até 27 de julho, custa R$ 980 por pessoa e deve ser reservada no site.

É possível fazer o passeio e almoçar na vinícola
É possível fazer o passeio e almoçar na vinícola (Elias Gomes/Divulgação)
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Para agosto, é possível reservar a Degustação Vista, com duração de 2h30 e incluso café e pão de queijo, visita aos vinhedos e à parte da fabricação dos vinhos, além de degustação de quatro rótulos harmonizada com bruschettas, a R$ 348 por pessoa. Reservas aqui.

Vinícola Guaspari – Visita da Vindima 2025
Onde: Rua Pedro Ferrari, 300, Espírito Santo do Pinhal (SP)
Quando: aos sábados e domingos, até 27 de julho
Reservas: no site.
Informações: (19) 99885-9664 ou por e-mail.

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