As pinceladas da nostalgia: conheça a história de Marjô Mizumoto
Seus retratos nostálgicos e familiares lhe renderam o 8º Prêmio Artes Tomie Ohtake
Desde a infância, ela vivia imersa no mundo das artes. Nascida em uma família de médicos, o incentivo dos pais foi essencial para entender seu caminho no mundo. Os estudos tiveram sua importância também: sua formação foi na Escola Waldorf Rudolf Steiner, conhecida pelos métodos lúdicos e inclusivos, e na FAAP, onde graduou-se em artes plásticas em 2014. Apesar disso, foi só no último ano de faculdade, após uma mentoria com Isabel Ruas, que Marjô Mizumoto descobriu a paixão pela pintura.
“A pintura tem uma coisa que parece que você está constantemente aprendendo novas formas de pintar as mesmas coisas. Você sempre está ali procurando desenvolver o seu trabalho de uma forma diferente, ele sempre vai te desafiando a procurar novidades”, conta Marjô, 35 anos. Ela seguiu aprimorando seu talento nos anos seguintes, quando foi assistente de pintura de Ana Elisa Egreja e Rodolpho Parigi, até a virada que aconteceu em 2022. Foi quando ela teve sua trajetória reconhecida no 8º Prêmio Artes Tomie Ohtake. “Eu sempre sonhei com a ideia de um dia estar lá no Tomie Ohtake, inclusive por ser um prédio voltado para uma artista oriental. Então, para mim, era muito simbólico”, compartilha a artista, de origem japonesa.
Desde então, sua estética realista vem sendo reconhecida em espaços relevantes na cena, como o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. “O que eu escolho para pintar, geralmente, são coisas e momentos que são significativos para mim. Acaba sendo as pessoas que estão ao meu redor”, explica. De sensações familiares até retratos dos próprios filhos, Marjô incorpora nas suas pinturas aquilo que vive com maior intensidade, a maternidade.
Hoje, a artista está focada em desenvolver sua exposição individual para a Anita Schwartz Galeria de Arte, no Rio de Janeiro, com a inspiração “um domingo à tarde”. Mas os sonhos de Marjô crescem como sua arte. Ela ambiciona ter peças expostas no MoMA, em Nova York, e no Masp, pensando em um caminho institucional de destaque para suas raízes orientais. Acima de tudo, ela quer continuar sendo instigada pelas próprias pinceladas.