Vendo a Copa no YouTube e amando? Agradeça à Patricia Muratori
Diretora à frente do YouTube Brasil viabilizou a chegada do futebol na linguagem da internet - e o sucesso dos jogos na CazéTV é sinal de que vem mais aí
Antes do Brasil estrear na Copa do Mundo do Catar, no dia 24 de novembro, contra a Sérvia, quase 2 milhões de pessoas já estavam reunidas no canal do YouTube CazéTV, do streamer Casimiro. O número, que já seria impressionante num país que tradicionalmente assiste aos jogos na televisão (de preferência com a narração do Galvão Bueno, não é?), atingiu patamares ainda maiores: 3,712 milhões de views, quebrando o recorde de visualizações simultâneas numa live brasileira no YouTube. No segundo jogo, contra a Suíça, na última segunda (28), foi a vez do recorde mundial: 4,9 milhões de aparelhos conectados. Por trás dessa estratégia de sucesso, há uma mulher poderosa: Patricia Muratori, diretora do YouTube Brasil.
Líder conectada com a essência do sentido feminino celebrado em CLAUDIA, Patricia comemora o feito, mas valoriza a construção prévia desse trabalho: “Não é sobre ter a Copa. Ter a Copa no YouTube é um grande negócio, mas um grande evento sem ter construído uma história toda, não se sustenta, esse é o olhar para frente que temos”.
Com todas as cotas de patrocínio vendidas para as transmissões (a soma total será de 22 partidas, além dos vídeos de melhores momentos, os reacts com os impagáveis comentários de Casimiro e também os vídeos curtos, no formato do YouTube Shorts), a iniciativa inédita, em parceria com a LiveMode, teve o desafio de inovar a forma de apresentar a paixão nacional.
“Como trazer para plataforma o engajamento a partir do conteúdo?”, questiona-se Patricia. Nos chats do canal, os comentários acalorados dos torcedores demonstram que foi possível, sim, trazer o calor do campo para o ambiente virtual. Até ola e gritos de olé rolam por lá.
TRAJETÓRIA DO FUTEBOL NO YOUTUBE
“Dois anos atrás, a gente criou essa vertical de esportes no nosso time. Óbvio que o futebol carrega a maior parte desse conteúdo no Brasil. O país pode ser um grande laboratório massivo para o YouTube do mundo todo, porque estamos falando de uma paixão nacional”, lembra Patricia. O foco está em equilibrar o tripé formado por quem assiste o conteúdo, quem produz e das marcas que apoiam os projetos.
“Tivemos a oportunidade de trazer em 2021 o contrato com o Paulistão, tanto masculino quanto feminino e sub-20, todos os campeonatos.” O resultado foram mais de 81 milhões de views, 73 milhões deles ao vivo. Para o Paulistão de 2023 no YouTube, já está confirmada a transmissão de 67 partidas.
FUTEBOL EM TODO LUGAR
Como parte das ações de valorização do futebol na plataforma, o YouTube Shorts retomou a história de Arthur Friedenreich, o Tigre, no último Dia da Consciência Negra. Em 1921, o lendário futebolista brasileiro não pôde integrar a equipe brasileira por ser negro. Figura fundamental da luta contra o racismo no esporte, o craque brasileiro marcou 595 gols em 650 jogos (sim, a média de gols na carreira é maior que a do Pelé). Mas o reconhecimento público da sua relevância ainda não acompanha sua importância. Para reparar esse imenso vazio, desde o último dia 25 de novembro, o atleta é tema de uma exposição no Museu do Futebol, em São Paulo.
“A gente viu um interesse muito grande, e crescendo. O nosso grande termômetro é o que é importante para as pessoas. No dias de ativação da campanha, aumentaram em mais de 1400% as buscas pelo nome de Arthur Friedenreich no Google. Estamos trazendo mais pessoas para dentro da plataforma a partir do interesse que é genuíno, é por isso que a gente traz a Copa, como parte de uma construção maior”, conclui Patricia. Que a vaga garantida para as oitavas da Copa do Mundo – e o sucesso dos jogos na internet – seja um sinal da chegada de novas fronteiras para o futebol no país. #vemhexa