“Por 4 anos abusada pelo meu padrasto até que o ameacei com uma faca”
A leitora Anita* era estuprada diariamente pelo marido da mãe dos 11 aos 15 anos. Ela não deixava a irmã menor sozinha com o homem
“Meu pai abandonou a minha mãe quando eu tinha 6 anos. Ela sempre trabalhou muito para nos sustentar. Um dia, no circo, conheceu um rapaz, e eles começaram a namorar. Em pouco tempo, foram morar juntos. Ele parecia ser uma boa pessoa. Eu e meus irmãos o chamávamos de tio, porque ele era prestativo e cuidadoso com a gente.
Eu me lembro da primeira vez que ele me tocou. Logo em seguida, me deu dinheiro para que eu não contasse nada para ninguém ou sofreria com as consequências. Era dia da estreia da novela Suave Veneno e eu estava assistindo TV enquanto esperava minha mãe chegar.
Ele estava sentado atrás de mim e de repente comecei a sentir as mãos dele passando pelo meu corpo, tocando meu peito. Fiquei paralisada. Ele se ajoelhou na minha frente e começou a fazer sexo oral em mim.
Foi um misto de medo e prazer. Sabia que aquilo era errado, pois ele me avisou que não poderia contar para ninguém. Ainda ameaçou fazer o mesmo com minha irmã mais nova e depois matá-la, assim como meu irmão e minha irmã.
Ele me deu um beijo na boca e cinco reais para eu comprar um lanche na escola. Fiquei com muito medo, saí correndo e deitei antes da minha mãe chegar. A partir daquele dia, todas as manhãs, tardes e noites em que minha mãe não estava, a cena se repetia. Ele fazia sexo oral em mim e me penetrava com os dedos.
Isso aconteceu por 4 anos até o dia em que minha tia morreu e fui morar com meu avô. Nunca contei nada disso para ninguém, tinha muito medo daquele homem. Sempre tive o cuidado de não deixar minha irmã sozinha com ele.
Quando eu tinha 15 anos, voltei para a casa da minha mãe e ele tentou começar tudo de novo. Dessa vez, fui corajosa. Segurando uma faca, mandei ele sumir da vida da minha mãe e nunca mais voltar. Uma semana depois, ele brigou com a minha mãe e foi embora de casa.
Hoje tenho 32 anos e moto em outra cidade. No ano passado, estava andando pelo centro e o vi vendendo verduras. Fiquei paralisada e depois saí correndo. Depois, nunca mais o vi. Hoje sou casada e tenho um filho. A minha vida sexual é normal, mas ainda sinto alguns medos ocasionalmente.”
A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.
*Nome trocado a pedido da personagem