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“Meu padrasto queria trocar minha mãe por mim. Neguei e ele me espancou”

A leitora Nádia* era criança quando começaram os abusos do padrasto. Tentando fugir da violência, saiu de casa aos 14 anos e abandonou os estudos

Por Da Redação
20 set 2020, 09h00

“Quando eu tinha 7 anos, minha mãe conheceu um homem e começou a namorar com ele. Logo nos mudamos para um bairro distante da minha família, dos meus tios e tias. Os abusos começaram quase que imediatamente. Na primeira noite, acordei com ele passando a mão em mim. Tomei um susto e ele se assustou também. Saiu rapidamente do quarto.

Da outra vez, minha mãe já estava grávida dele. Ela saiu bem cedinho para a consulta pré-natal e eu fiquei dormindo. Acordei com ele me acariciando. Passou as mãos por todo o meu corpo, inclusive pela minha vagina. Eu tapei o ouvido e comecei a rezar. Rezava tão alto que ele perguntou por que estava fazendo aquilo. Eu tinha 9 anos.

Esse homem era um tormento. Ele bebia, brigava com a minha mãe e a gente saía correndo no meio da noite, íamos dormir nas minhas tias. Isso se repetiu muitas vezes. E qualquer oportunidade que ele tinha, lá estava ele abusando de mim de novo.

Mudamos muitas vezes de casa. Quando não era falta de dinheiro para pagar o aluguel, era porque ele estava arrumando brigas com os vizinhos. Quando eu tinha 13 anos, ele e minha mãe começaram a construir uma casa. Ele me disse que deixaria minha mãe para morar ali comigo. Queria me convencer a ficar com ele. Eu não aceitei, claro. Quando cheguei da escola, pouco tempo depois, ele me espancou.

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Saí de casa com 14 anos para trabalhar. Não estudava mais. Mesmo assim, era melhor. Conheci um rapaz e engravidei dele. Fui morar no interior. Minha filha nasce com alguns problemas e faleceu, infelizmente. Eu fiquei na cidade e voltei a estudar. Apesar de sentir falta da minha mãe, não quis voltar para a casa dela.

Eu estava sozinha, sem rumo. Fiz muitas bobagens na adolescência e hoje me arrependo muito delas. Quando eu tinha 18 anos, minha mãe teve um aneurisma e eu voltei para casa para ajudar a cuidar dela. Era muito desconfortável. Eu nem olhava para aquele homem. Eu tinha nojo de lembrar as coisas que ele me fazia.

Nessa volta, conheci meu atual marido. Eu tinha receio de levá-lo na minha casa no começo. Tinha medo do que meu padrasto faria se descobrisse. Um dia, ele nos viu conversando na porta. Ficou enfurecido, bebeu e quebrou tudo dentro da casa. Minha mãe percebeu que era ciúmes de mim. Saí de casa de novo na mesma semana. Eles se separaram depois dessa confusão.

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Moro com meu namorado há 16 anos. Essas lembranças ruins voltam às vezes, fiz muita terapia e procuro não pensar nelas. Mas todo dia é uma luta para superar essas feridas, o rancor, a mágoa. Aos 34 anos, só quero cuidar do meu filho de 6 e ser feliz.”

A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.

*Nome trocado a pedido da personagem

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