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Príncipe Charles diz que foi enganado por um bispo pedófilo por anos

Em depoimento, o príncipe de Gales diz lamentar ter mantido amizade com o clérigo

Por Da Redação
Atualizado em 18 fev 2020, 08h51 - Publicado em 9 Maio 2019, 15h16

Por mais de duas décadas, o príncipe Charles manteve uma amizade com o bispo Peter Ball, da cidade de Gloucester. O que poderia ser apenas uma aproximação entre o membro da família real e a Igreja da Inglaterra adquire outras nuances por um detalhe: durante todo esse período, Ball estava sendo investigado pelos crimes de abuso sexual.

Agora, um relatório do Independent Inquiry into Child Sexual Abuse (IICSA) alega que a amizade e presentes ofertados por Charles ao bispo foram “errôneas”. “As ações do príncipe e de sua equipe poderia ter sido interpretadas como apoio a Peter Ball e, considerando o futuro papel do príncipe de Gales junto à Igreja da Inglaterra, poderiam até influenciar as ações da Igreja”, diz o documento.

Tendo abusado 18 jovens, o bispo estava entre os membros veteranos do clero que se beneficiaram do sistema da Igreja de “colocar sua própria reputação acima das necessidades das vítimas e sobreviventes”, informa a análise.

Peter Ball
(PA Archive/Reprodução)

Segundo o relatório, era oferecido sigilo e proteção aos abusadores, o que os permitia manter-se incólumes por décadas, apesar de todas as alegações contra si. Por outro lado, pouco suporte era dado às vítimas.

Charles insiste que foi “enganado” por Ball. Mas é fato que, durante sua amizade, ele comprou uma propriedade a qual alugou para o Bispo e seu irmão. Além disso, enviou dinheiro ao clérigo e o convidou a realizar a cerimônia de funeral do próprio sogro.

Amizade errônea

“O príncipe sente um grande pesar por ter sido ludibriado por Peter Ball por tantos anos”, disse um porta-voz oficial de Charles. “Conforme ficou claro em seu testemunho voluntário, em nenhum momento ele usou de sua influência para guiar as ações da Igreja ou de qualquer outra autoridade. Sua consideração está destinada às vítimas.”

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A amizade entre os dois terminou em 2015, somente após Ball se confessar culpado ser condenado pelos abusos de rapazes entre 17 e 25 anos por mais de três décadas. Aos 86 anos, o bispo foi solto em fevereiro de 2017 após cumprir na prisão metade de sua sentença de 32 meses.

Uma troca de correspondências entre o príncipe e o bispo durante a década de 1990 mostra que Charles parecia disposto a defender o clérigo das acusações falsas de um suposto perseguidor.

Questionado sobre, Charles afirmou se lembrar “que Peter Ball sentia que diversas pessoas, incluindo seus críticos na mídia, estavam fazendo tudo o que podiam para prejudicá-lo”.

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“Imagino, mas não tenho certeza, de que era a isso que me referia”, alegou o príncipe sobre uma das cartas em que prometia ajudá-lo a se livrar de um “homem terrível”. Em outra carta, de 1995, Charles escreve que desejava poder fazer mais por Ball.

peter ball
(PA Archive/Reprodução)

Hoje o relatório foca nas evidências de como a Diocese de Chichester negligenciou as denúncias de abuso por mais de 40 anos, priorizando sua própria imagem acima da responsabilidade com as vítimas.

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Graham Sawyer, uma das vítimas de Ball que concordou em abandonar o anonimato, disse que a conclusão do relatório é “gentil” com o príncipe Charles e que ele deveria ter comparecido à audiência pessoalmente.

“Sinto que sua incapacidade de estar presente deixa sérias dúvidas sobre a credibilidade do príncipe de Gales nessa história”, falou Sawyer ao MailOnline. “Para os envolvidos, incluindo eu próprio, que tive que fazer uma longa viagem e passar pelo trauma de um interrogatório público, não foi nada agradável. Teria sido melhor se ele tivesse ido pessoalmente dizer o quão estava arrependido de suas ações.”

Outra vítima, que se mantém no anonimato, declarou: “Dizer que ele foi equivocado em manter a amizade apesar de tudo é quase benéfico para o príncipe. Ele deveria saber de todo o poder e influência que seu suporte traria”.

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“Eu aprecio o trabalho do inquérito, mas não consigo deixar de ter a impressão de que nunca saberemos toda a verdade e assim aqueles que ajudaram a esconder as coisas nunca serão devidamente responsabilizados”, finalizou.

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