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Paula Pereira usa a arte a serviço do bem

A atriz se divide entre a Durga de Caminho das Índias e as aulas de teatro que dá para doentes mentais

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 07h31 - Publicado em 6 jul 2009, 21h00
Heloiza Gomes (/)
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Paula Pereira está no ar na novela 
“Caminho das Índias”
Foto: César França

Em “Caminho das Índias”, Paula Pereira vive a indiana Durga, empregada dos Ananda e cúmplice das armações de Surya (Cleo Pires). Na vida real, a atriz se divide entre a TV e o trabalho como arte-educadora no Centro de Convivência Villa Ipanema – Hospital-Dia, no Jardim Botânico, Rio, onde dá aulas de teatro para pacientes esquizofrênicos e com outros transtornos.

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Ao saber disso, a repórter não se contém e brinca que ela está no núcleo errado da novela. Paula dá uma gargalhada e exclama: “Sabia que você ia dizer isso! Mas quando eu teria a oportunidade de fazer uma indiana? Nunca!” Paula, então, resolveu esconder de Gloria Perez, autora de Caminho das Índias, seus oito anos de experiência com pacientes com problemas mentais. E foi à luta pelo papel de Durga.

“Houve um jantar em que me vesti de indiana. Fiz propaganda de mim mesma, porque é assim, as atrizes ligam, pedem mesmo. Ninguém fala isso, mas é assim”, admite ela, que é casada com Marcos Schechtman, diretor-geral da trama global. O que, Paula garante, não a ajuda muito. “Já ouviu falar em ‘santo de casa não faz milagre’? É verdade, ninguém acredita, porque a maioria não faz isso. Mas na minha casa é assim: primeiro vem a ética, depois o marido (risos)”.

“Durga não é naja, ela apenas se excede algumas vezes. Não é uma pessoa ardilosa, ela quer ser boa, mas quando vê… está ali naquele caldeirão. Ela é pressionada pela Surya e há a outra que a manda cortar legumes o tempo todo. É complicado (risos)”, afirma.

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Mesmo longe da trama que trata de esquizofrenia, Paula não deixou de comemorar o fato de o tema ser abordado. “Fiquei muito feliz! No início, aqui (no Villa Ipanema) foi complicado porque os pacientes ficaram apavorados. Eles são marginalizados e a novela mostra Tarso (Bruno Gagliasso) sofrendo preconceito. Está mexendo na feridinha deles”, diz, referindo-se aos alunos-pacientes.

“Eles nem tocam no assunto. Só falam da parte indiana. E ainda levo bronca de uma paciente, que não aprova as atitudes de Durga. Hoje, ela até me aliviou. Normalmente, é dura, arrasa comigo de verdade (risos)”, diverte-se.

As críticas a Durga são o de menos. Jogo de cintura, mesmo, ela precisa para organizar cerca de 30 pacientes para as aulas semanais de teatro. Não tem como programar o conteúdo que será ministrado; o dia depende do estado dos alunos – efeito dos remédios, humor, estágio da doença etc. “Às vezes, eles estão tão para baixo, só querem brincar de passa-anel, de telefone-sem-fio. Aí, invento um trava-língua, do tipo ‘lá em cima daquele morro tem uma arara loura’.”

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Os malabarismos são muitos para que Paula realize sua atividade. “Levei dois anos para montar uma peça com eles, porque decorar texto é complicado. Tive, então, a ideia de pegar a história dos Três Porquinhos, que todo mundo conhece, e adaptar para adulto. Fiz fichas para cada um, com suas falas, e mandei ler”, revela.

A falta de uma rotina não impede que Paula obtenha resultados com os pacientes. “Os mais tímidos ficam soltos; os que enrolam a língua passam a enrolar menos e a autoestima melhora. O paciente também passa a tarde conhecendo pessoas, vivendo… É mais saudável do que o doente ficar largado em casa”, afirma. “Gostei de usar o teatro para fazer o bem. Eu me sinto útil, feliz. Parece absurdo, mas confio mais neles do que nas pessoas de fora daqui”, conclui.

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