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Nenhuma grande atriz da Globo quer atuar com José Mayer

As mulheres da emissora se uniram para o ator não ser perdoado tão facilmente, como informa o colunista Daniel Feltrin.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 17 jan 2020, 12h58 - Publicado em 5 nov 2017, 12h05
 (Divulgação/)
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Mexeu com uma, mexeu com todas. A volta de José Mayer à TV estava acertadíssima e já tinha até data: 2019. O ator foi convidado por Aguinaldo Silva para estrelar a próxima novela das 9 do autor, chamada provisoriamente de “O Sétimo Guardião”. Seria o timing perfeito para o artista descansar a imagem após a denúncia de assédio feita pela figurinista Su Tonani, em abril deste ano.

Leia Mais: A carta aberta de José Mayer é ruim, mas indica novos tempos

A Globo e o ator só não contavam com uma força muito poderosa chamada sororidade. Sim, as atrizes da casa, que na época quando o caso explodiu vestiram uma camiseta contra o abuso e o machismo, estão dispostas a levar a frase “mexeu com uma, mexeu com todas” também para a esfera profissional.

NENHUMA grande atriz está disposta a contracenar com José Mayer em curto ou médio prazo, como informa o colunista de TV Ricardo Feltrin. Além disso, de acordo com ele, existe uma forte corrente dentro da emissora que defende ser um absurdo um perdão tão rápido ao ator e considera até mesmo que ele deveria ficar na geladeira para sempre. Sempre importante lembrar, nos Estados Unidos, após acusações de assédio, Kevin Spacey foi demitido da Netflix e o produtor Harvey Weinstein teve a carreira implodida…

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A atitude das artistas, de ficar ao lado da colega Su Tonani, é louvável e, ok, podem até tentar dizer ser pouco ou qualquer outra coisa para desqualificar o gesto, mas ele é importante demais. Entenda: não foi a Globo (leia-se um executivo homem engravatado) quem aplicou uma punição em José Mayer, são mulheres unidas dizendo que não vão aceitar esse tipo de coisa, são mulheres se recusando a trabalhar com um homem acusado de assédio.

No Brasil, em 2016, aconteceram cerca de 135 casos de estupro por dia, como informou em relatório recente o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ou seja, o problema do assédio e da violência sexual não é mimimi, é urgente. E, pela primeira vez, um homem como José Mayer, em posição de poder, poderá sofrer danos irreversíveis na carreira. Quem sabe assim, muitas outras mulheres que sofrem violência sexual tenham coragem de denunciar porque algo de fato pode acontecer com o agressor. Juntas as mulheres são mais fortes mesmo, esse é o recado.

 

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