Marjorie Estiano define Tônia, sua personagem em “Caminho das Índias”
"Ela não se retrai diante do desafio, não desiste fácil", conta a atriz sobre seu papel na trama das 9
Marjorie Estiano defende com unhas
e dentes a personagem Tônia, de
“Caminho das Índias”
Foto: Rafael Campos
Marjorie Estiano precisou se preparar bastante para entrar no mundo de Tônia, sua personagem em Caminho das Índias. Na novela, a tímida estudante de medicina terá de lidar com uma doença que até então era totalmente desconhecida para a atriz: a esquizofrenia. “Eu nunca tinha trabalhado com esse tema antes, é tudo muito novo pra mim. Mas estudei bastante. Fiz entrevistas e fui várias vezes, com outros atores do elenco, ao Nise da Silveira (hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro). Foi enriquecedor!”, conta. Na entrevista, Marjorie, de 27 anos, fala do futuro da personagem e de sua vida como cantora e atriz. Confira!
A atrapalhada Tônia
“Ela sempre foi muito focada nos estudos. Não tinha uma vida social. Vivia da faculdade para casa, no máximo, visitava os amigos. Só que aí conheceu o Tarso e se encantou por ele. Foi amor à primeira vista. A partir desse dia, Tônia se descobriu mais mulher, mais feminina e interessante. Não só para ela e para o Tarso, mas para qualquer um. E então veio a parte engraçada: ela se atrapalhou demais, porque tudo era muito novo… Tônia se enrolava com as roupas, sapatos… Mas acho que, agora, a personagem se achou (risos).”
Menina decidida
“Murilo (Caco Ciocler) começou a estranhar a mudança de comportamento da irmã depois que ela se colocou como mulher… Tônia não dava nenhum trabalho para ele… Murilo é mulherengo e as coisas que ele faz com as outras mulheres, imagina que os outros homens vão fazer com a irmã dele. Mas Tônia não deixou por menos. Ela se revelou decidida, determinada e acho que isso vai se retratar em todas as fases dela na novela. Num primeiro momento com o irmão, depois quando Tarso descobre a doença…”
Força interior
“Com a doença do Tarso, ela vai se descobrir mais forte e lutará com unhas e dentes. Tônia não se retrai diante do desafio: ela parte pra cima e acredita que pode, não desiste fácil. Nessa doença, ela tentará solucionar tudo do lado dele (do Tarso). Não sei dizer se vai rolar briga, se vão ficar um tempo separados… Isso quem decide é a Gloria (Perez, autora).”
A cantora
“Eu sinto que conto uma história nas minhas músicas. Elas não representam minha vida, mas as mensagens das músicas contam histórias mesmo. É claro que, em algumas delas, a gente acaba vendo que tem algo ali que a gente se identifica, mas não é autobiografia.”
Influências
“Não tenho uma preferência definida, eu costumo escutar de tudo um pouco. Minha mãe é baiana e meu pai é do Paraná. Acho que, com essa diversidade, cresci vendo e ouvindo várias coisas diferentes. Mas adoro Chico Buarque, B.B. King, Louis Armstrong, Lulu Santos, enfim, são muitas influências (risos).”
Viagens
“Há vários lugares que eu gostaria de ir e que ainda não fui, como Fernando de Noronha. Com os shows, a gente conhece muitos locais, mas ao mesmo tempo não vê nada, porque é muita correria, acaba não sobrando tempo para coisa nenhuma. Paris é uma cidade que conheci e indico a todos. Mas Salvador é mesmo a minha paixão: em qualquer estação, é linda, muito musical, rica. Pra começar, tem baiano, que é a materialização da coisa mais fofa do mundo (risos). Adoro aquele sotaque. Meu avô é baiano, minha mãe é baiana, tenho muitos amigos baianos.”
Na cozinha
“Eu não sei fazer nada, mas sou muito boa de garfo (risos). Adoro a mistura da culinária contemporânea, de doce com salgado, coisas com frutas…”